Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Fernanda Varela
Publicado em 22 de março de 2025 às 09:25
Ao menos 24 estudantes de Medicina da faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, estão sendo investigados numa sindicância aberta pela própria universidade após exibirem uma faixa em apologia ao estupro durante um jogo universitário para calouros do curso. O cartaz trazia os dizeres “entra porra, escorre sangue”.>
Após o ocorrido, a liga atlética de Medicina da faculdade foi interditada "até segunda ordem" e o caso foi levado à polícia.>
"Comunicamos que as medidas adotadas sobre o caso relacionado à bandeira usada pela Atlética de Medicina no dia 15/03, até o momento, são: Instauração de sindicância; Comunicação dos fatos ao Ministério Público; Identificação dos alunos à Polícia Civil do Estado de São Paulo, em atendimento à Delegacia da Mulher; Interdição da Atlética até 2ª ordem; Respostas às ouvidorias", comunicou a instituição nesta sexta-feira (21), pelas redes sociais.>
Os estudantes posaram com a faixa e divulgaram a foto em suas redes sociais. Rapidamente, a imagem viralizou dentro e fora da faculdade. Notas de repúdio da direção da universidade e de outras instituições foram emitidas.>
Após o ocorrido, o presidente da Atlética divulgou um pedido de desculpas e afirmou não ter lido o conteúdo da faixa antes de posar para a foto. Em seguida, a Atlética informou que a faixa foi feita pelos calouros, e que o presidente e vice-presidentes da gestão 2025 foram afastados.>
Segundo os alunos, a frase usada na faixa é inspirada em uma letra de uma música que foi banida pela instituição em 2017. A canção fazia apologia à violência sexual contra mulheres. Após denúncias, a música foi banida da instituição.>
Logo após a repercussão do caso, a Santa Marcelina declarou que "se manifesta veementemente contrária ao ocorrido" e afirmou que os responsáveis serão penalizados conforme a gravidade da infração, sem especificar se haverá advertências, suspensão ou expulsão. A atlética do curso também foi denunciada ao Ministério Público de São Paulo pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).>