Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2019 às 21:39
- Atualizado há 2 anos
Santuário das lambretas, a comunidade de Garapuá, no município baiano de Cairu, amanheceu carregada de petróleo nesta sexta-feira (25). A Praia de Pratigi, na divisa com Boipeba, teve aproximadamente duas toneladas removidas por voluntários. No começo da semana, pequenos vestígios já indicavam a chegada. A Prefeitura Municipal de Cairu confirmou o registro de óleo na região e também na Quarta e Quinta Praia de Morro de São Paulo. >
Integrante do mutirão de limpeza da Praia de Pratigi, o publicitário Ivo Neto conta que recorreu a empresários da cidade vizinha, Valença, para conseguir Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para que os mais de 150 voluntários pudessem meter a mão na massa. A galera trabalhou até a cheia da maré, quando teve que deixar alguns resíduos para trás. Ao fim, a remoção foi feita com quatro viagens de trator cheios até ‘a boca’. >
“É um lugar lindo, um paraíso. Está controlado, mas não sabemos como vai ser o dia de amanhã. Amanhã cedo uma nova equipe vai para lá averiguar a situação”, disse Neto. Considerada o ‘Caribe do Brasil’ por suas águas cristalinas, Garapuá é Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1992 e dada como um dos principais atrativos turísticos da Ilha de Tinharé. Para Ivo, nesta sexta-feira o movimento era fraco, o que não é comum para o dia. >
[[galeria]]>
Localizada próxima à Fazenda Pontal, na Ponta do Quadro, a Praia de Pratigi é descrita por João Paulo Bulcão, 21, o ponto mais natural de toda a ilha. “É uma praia deserta, não mora ninguém lá. Tem uma faixa de 14 Km mais ou menos, praticamente virgem!”, detalha ele, que é nativo. Segundo Bulcão, a grande mancha que atingiu o local foi descoberta por trabalhadores que estavam a caminho de Ponta do Quadro. >
Operador de passeios de Morro de São Paulo para Garapuá, Márcio Pereira, 30, não conseguiu ficar de braços cruzados. Quando viu as primeiras pelotas, ainda na terça, ele ajudou a transportar os nativos até Pratigi. Ele diz que toda a comunidade tem contado com a compreensão e colaboração de turistas.“Se chegar, a gente limpa. E se tem uma coisa que a gente mais entende aqui na Bahia, isso é solidariedade”, emociona-se.Limpeza>
Outras duas toneladas de óleo já haviam sido removidas nesta quinta-feira (25) em Morro de São Paulo, conforme informou a prefeitura municipal. O mangue do Panã, que fica nesta região, também passou por uma operação de limpeza com o apoio da Marinha, IBAMA, INEMA, Polícia Civil, Polícia Militar, Petrobrás e diversos voluntários da comunidade.>
*Sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro>