PF rebate denúncia de maus tratos a índios tupinambás do sul da Bahia

Acusações se referem a torturas e duas prisões consideradas ilegais

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  • Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2010 às 18:07

- Atualizado há um ano

Redação CORREIO

O coordenador-geral de Defesa Institucional da Polícia Federal, delegado Marcos Aurélio Pereira de Moura, disse que são distorcidos os fatos relatados na denúncia de abuso por parte de agentes da Polícia Federal contra índios da etnia Tupinambá, no sul da Bahia.

A denúncia foi enviada na quarta-feira (9) à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela organização não governamental (ONG) Justiça Global. A denúncia trata da prisão, considerada ilegal pelas organizações, da líder indígena Glicéria de Jesus da Silva, conhecida como Glicéria Tupinambá, integrante da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), órgão consultivo do governo vinculado ao Ministério da Justiça.

De acordo com a Agência Brasil, outra parte da denúncia se refere a torturas que teriam sido sofridas por cinco indígenas Tupinambá em junho de 2009. O informe também cita outra prisão considerada ilegal: a de Rosivaldo Ferreira da Silva, conhecido como cacique Babau, irmão de Glicéria, em 10 de março deste ano.

Fatos distorcidos “Os fatos estão distorcidos. A situação no sul da Bahia é muito mais complexa. Um estudo antropológico concluiu que há muitos anos havia a presença de índios da etnia Tupinambá na área. No entanto, há fazendeiros com títulos de terras também muito antigos”, disse o delegado.

Segundo Moura, os dois procedimentos já foram realizados pela Polícia Federal para identificar se os agentes cometeram abusos contra os indígenas nas operações de reintegração de posse. Foram instaurados uma sindicância interna e um inquérito policial que, de acordo com ele, concluíram que os agentes federais agiram de forma correta.