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Milena Hildete
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 23:03
- Atualizado há 2 anos
Aparecida Teles de Almeida, 47 anos, morreu após ser espancada pelo marido, Valdeir da Silva, 53, no município de Itamaraju, no Sul da Bahia. O casal estava junto há quatro anos e, desde o início do relacionamento, ela era agredida pelo companheiro, de acordo com a polícia. Aparecida morreu nesta segunda-feira (22), após passar uma semana internada no hospital municipal.
De acordo com a delegada Rosêngela Souza, responsável pelo caso, Valdeir possuía quatro registros por agressões e até já havia sido foi preso, mas saiu depois que Aparecida pagou sua fiança. “Ele [Valdeir] foi preso e ela já tinha pedido medida protetiva, mas ela pagou fiança para ele. Foram várias denúncias aqui”, conta a delegada.
Os parentes da vítima também chegaram a denunciar o agressor. Valdeir, no entanto, negava os ataques e dizia que as lesões eram causadas por quedas. Em um boletim, Aparecida chegou a dizer que tinha vontade de separar, mas que era ameçada pelo companheiro. Foto: Divulgação/SSP Drogas e violência De acordo com a polícia, o casal era usuário de crack e costumava exagerar nas bebidas alcoólicas. Ela teria começado a usar drogas quando ainda era casada com o ex-marido, de quem teve três filhas.
Na última vez que a mulher apareceu na delegacia foi em novembro passado. “Eles chegaram a se afastar por um tempo, mas depois voltaram. Quando a mãe dela morreu, eles invadiram a casa da família e passaram a morar juntos”, relata Rosângela Souza.
Preso ao visitar vítima A delegada só ficou sabendo do crime porque o médico, Welson Jorge Rocha, do Hospital de Itamaraju, ligou para a delegacia, informando que uma mulher estava internada com sinais de espancamento.
Quando a delegada chegou ao hospital, percebeu que a mulher era Aparecida. Valdeir também estava no local e foi levado para a delegacia. “Eu cheguei lá e percebi que se travava de Cida. Valdir estava visitando ela e eu fiz a prisão em flagrante”, contou a delegada Rosângela.
Na delegacia, Valdeir alegou que a mulher tinha começado a passar mal no dia 15 de janeiro. Segundo ele, a vítima estava fraca e já teria desmaiado ao levantar da cama. Por conta da enfermidade, alegou ele, a esposa teria caído e tropeçado em uma mesa de centro. O homem levou a mulher ao hospital, na manhã do dia seguinte, mas ela voltou pra casa.“Ele é psicopata. As mulheres estão sendo agredidas e não fazem nada. Isso precisa mudar”, defendeu a delegada.O suspeito iria responder por agressão e violência doméstica, mas, após a morte da vítima, ele foi denunciado também por feminicídio.