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Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 08:08
- Atualizado há 2 anos
Amigos e parentes do ativista de direitos humanos Pedro Henrique Santos, assassinado em 2018, se concentraram no Mirante do Cruzeiro, no ponto mais alto da cidade de Tucano para a VIII Caminhada da Paz. Com camisetas com foto de Pedro e faixas de renda exigindo justiça. Eles pediram mais atenção para o caso e punição dos culpados. Os manifestantes percorreram as ruas chamando a atenção dos moradores para a violência e impunidade dos policiais suspeitos de matarem Pedro Henrique.
Ativista de direitos humanos, Pedro Henrique Santos Cruz tinha 31 anos quando foi morto, em casa, com 8 tiros calibre 38, na cabeça e no pescoço. Após cinco anos, o episódio acompanhado pela Defensoria Pública da Bahia ainda deixa interrogações que precisam ser respondidas. Pedro Henrique Santos Cruz denunciava sistematicamente a brutalidade policial baiana e organizava, todo ano, a “Caminhada pela Paz” - ato que buscava denunciar as violações de direitos cometidas pelas forças de segurança em Tucano (BA).
A comissão formada pela defensora pública da Bahia Valéria Teixeira e por integrantes da Anistia Internacional Brasil, entre elas, a diretora-executiva da AIB, Jurema Werneck e a diretora de Programas da Anistia, Alexandra Montgomery participaram do ato.
Nesta segunda-feira (13), a comissão se encontra com 4 secretários e secretárias da Bahia na Sede do COE, Centro de Operações Especiais, no CAB e na terça (14) com o procurador-geral de Justiça Adjunto do Ministério Público da Bahia, Paulo Marcelo Santana e promotores de Justiça da área criminal, na sede do MP, no CAB.
O crime Em 2012, Pedro Henrique havia sido vítima de agressão em uma abordagem policial na frente da casa de seu pai em Tucano (BA) e, desde então, encaminhava denúncias com o mesmo teor às autoridades. Os PMs - Alex Andrade e Sidnei Santana, além de Bruno Montino e Edvando Cerqueira, responsáveis por esta violência foram punidos após terem sido processados por Pedro Henrique. A mãe, Ana Maria, relata que na audiência que os condenou, eles ameaçaram Pedro Henrique.
No dia 27 de dezembro de 2018, segundo relato de testemunhas, pelo menos três homens invadiram a casa do pai de Pedro Henrique no bairro de Matadouro em busca dele. Ao não o encontrarem, exigiram que o pai de Pedro Henrique os dissesse onde ele estava. Por volta das 4h da manhã, os atiradores entraram na casa de Pedro Henrique e o mataram com 8 tiros. Pouco tempo após o crime, no dia 4 de janeiro de 2019, uma testemunha prestou depoimento à Corregedoria Geral da Segurança Pública do Estado da Bahia e afirmou que foram policiais militares que mataram o jovem.
O crime é investigado pela Polícia Civil da Bahia e pelo Ministério Público. O caso é acompanhado pela Defensoria Pública do estado da Bahia. Três PMs foram indiciados pelo assassinato de Pedro: Bruno de Cerqueira Montino, Sidnei Santana Costa e José Carlos Dias dos Santos. Agora o inquérito policial sobre o crime está com o MP-BA.
Durante a caminhada, amigos e parentes de Pedro Henrique lembraram o trabalho que ele fazia como ativista e fizeram diversas homenagens. Ao chegar na praça da matriz, a mãe de Pedro Henrique, Ana, fez questão de lembrar que as ações sociais e de luta contra a violência não morreram.