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Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2021 às 23:43
- Atualizado há 2 anos
Familiares do médico psiquiatra Andrade Santana Lopes, encontrado morto, no Rio Jacuípe, no município de São Gonçalo dos Campos, com uma marca de tiro na nuca, estiveram no Departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana (DPT), nesta sexta (28) para fazer o reconhecimento do corpo. O médico estava desaparecido desde segunda-feira (24). Mais cedo, a polícia prendeu o suspeito de matar Andrade, o amigo e também médico, que registrou queixa de desaparecimento da vítima. Em entrevista ao Acorda Cidade, a mãe de Andrade, Domitila Lopes, que deixou o Acre, onde mora, para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do filho, disse que foi confortada pelo suspeito. Segundo ela, o acusado do crime chegou a levar a irmã de Andrade até o local onde o carro da vítima foi encontrado. “Isso é um absurdo.É muito triste. A gente não merece isso. Eu fui abraçada pelo assassino, ele me confortava, chorou comigo, sentiu a minha dor junto comigo. Isto é muito triste. Ninguém merece isso, eu estou arrasada com isso. Eu reconheci o corpo do meu filho pelos pés porque o resto estava deformado. Mataram meu filho de joelhos. Eu creio que meu filho teve tempo de se consertar com Deus. Meu filho tinha um projeto de ajudar os pobres, ele trabalhava na assistência social, ele era um menino de ouro. Era um menino bom, não merecia ter morrido assim", disse. "Eu estou arrasada, eu estou tendo conforto das orações do Brasil, que está sentindo a minha dor junto comigo. Meu filho foi traído, confiou no amigo. Se dizia doutor, não sei se é doutor, dava plantão e tudo, e depois fazer uma coisa dessas com um ser humano tão bom”, lamentou. Segundo Domitila, durante o tempo em que esteve com a irmã de Andrade, o acusado do crime teria apontado amigos de médico como suspeitos de envolvimento no crime para tentar despistar sua participação. “Ele começou a culpar os amigos dele. Olha, cuidado com fulano porque fulano não tem uma cabeça legal, e ficava jogando um contra o outro, tentando maquiar, né. Maquiar a participação dele no crime. Graças à oração do Brasil, Deus permitiu que viesse à tona. Minha filha estava perto, foi junto com ele ver onde estava o carro, ele disse que estava falando com a mãe dele sobre Londres, ele já estava querendo ir embora do Brasil. Deus não permitiu. Ele vai pagar por tudo isso. Se você é cristão tem que perdoar né, mas a pena dele, ele vai ter que pagar né”. A mãe do médico morto confirmou que o corpo seguirá com a família para sua terra natal, no Acre, mas segundo ela, ainda não há uma confirmação de quando o corpo será transferido. “Os médicos querem fazer uma homenagem primeiro, vamos fazer esta homenagem, pois meu filho tinha muitos amigos. O corpo vai para o Acre, mas não sabemos quando vai para o Acre. Não posso te afirmar agora estou sem condições psicológicas de confirmar nada. Eu fiz questão de ver o corpo do meu filho daquele jeito porque é melhor você ter se arrependido de ter visto do que se arrepender de não ter visto. Eu não vou ter outra oportunidade, então, eu fui forte com a graça de Deus e consegui ver o corpo do meu filho. Creio que meu filho está com Deus nesta hora. A polícia disse que ele morreu de joelhos com tiro na nuca, disse que arrastaram ele, o joelho estava rasgado. Ele deve ter resistido muito, ele era um menino que não aceitava coisa errada. Creio que ele esteja com Jesus agora. Todo mundo dorme e eu não consigo dormir”, disse. Prisão O homem preso por suspeita de matar o médico Andrade Lopes Santana, que estava desaparecido desde o dia 24 de maio e teve seu corpo encontrado nesta sexta (28), era um amigo da vítima. Mais do que isso, o suspeito foi o responsável por registrar o desaparecimento do médico na 2ª Delegacia de Feira de Santana. A prisão, que ocorreu na casa do suspeito, no bairro da Santa Mônica, foi realizada por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana. Delegado responsável por conduzir as investigações do caso, Roberto Leal afirmou em entrevista ao CORREIO que o homem se tornou o principal suspeito do crime por cair em uma série de contradições durante o depoimento. Andrade morava no município de Araci e trabalhava em cidades da região, como Tucano, Caldas do Jorro e São Domingos. As investigações apontaram que ele foi a Feira de Santana para resolver alguma pendência no Exército. Chegou à cidade na segunda-feira (24) e desapareceu. Após denúncias, o corpo do médico foi encontrado por pescadores no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, perto de Feira de Santana.