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Donaldson Gomes
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Quarenta e cinco anos depois de redesenhar o mapa de Salvador, o grupo que é dono do Shopping da Bahia pretende fazer um novo projeto de grande impacto urbanístico na região do Iguatemi – o antigo nome do centro comercial. Com um investimento em torno de R$ 200 milhões, a Aliansce Sonae planeja implantar nos próximos cinco anos um complexo com duas torres residenciais, um hotel com mais de 480 quartos, uma torre com lajes corporativas e também um centro de convenções. Além disso, o masterplan engloba áreas de lazer, alamedas, praças e uma ampliação na área do shopping, que vai agregar 100 mil metros quadrados (m²) aos seus atuais 145 mil m².
A estimativa, apenas levando em conta as torres residenciais e empresariais, é de um volume geral de vendas (VGV) de aproximadamente R$ 300 milhões. Em um momento de economia desaquecida, o projeto da Aliansce deve gerar cerca de 700 empregos nos próximos três anos, levando-se em conta apenas as melhorias no Shopping da Bahia. O centro comercial da capital baiana será o primeiro entre 18 projetos do grupo a receber este investimento para se tornar multiuso. Ewerton Visco, diretor regional Norte e Nordeste da Aliansce Sonae, acredita que o projeto estará totalmente concluído dentro de cinco anos, quando o Shopping da Bahia vai completar 50 anos. Ewerton Visco, diretor regional Norte e Nordeste da Aliansce Sonae (Foto: Divulgação) “A Aliansce resolveu fazer um projeto muito bem elaborado aqui para a Bahia, para que a gente comemore os 50 anos deste shopping com ele completamente novo”, diz. A pandemia do novo coronavírus impediu o lançamento do projeto, que aconteceria no próximo dia 5 de dezembro, no aniversário do shopping.
O masterplan foi pensado para integrar as diversas operações à paisagem urbana, que foi crescendo ao redor do shopping nesses últimos 45 anos. As torres residenciais serão erguidas à direita. Ao fundo, o projeto prevê a criação da Costa Verde, com um paisagismo amplo. Nesse local, será erguido um hotel com 21 andares, 23 quartos por andar e uma área privativa de 15.200 m². A esquerda, entre o Shopping da Bahia e o Centro Empresarial Iguatemi, será erguido um edifício corporativo com 31 lajes corporativas e área privativa de 26.500m². É neste edifício que será construído o centro de convenções.
Além da ampliação, todo o shopping vai passar por um processo de retrofit e a Aliansce guarda a sete chaves mais algumas novidades em termos de projetos inéditos no mercado baiano.“Vamos investir R$ 200 milhões em um processo que vai repaginar a nossa área. Vamos mexer em ruas, iremos investir numa área verde no entorno. É um projeto que se preocupa com tudo e prepara essa área também para o uso da população”, explica. [[galeria]]
Projeto marcante Se ainda hoje a área onde o Shopping da Bahia está implantado é conhecida como a “região do Iguatemi”, antigo nome do empreendimento, Ewerton Visco atribui o feito à qualidade que a Aliansce desenvolveu durante quatro décadas, antes da mudança na nomenclatura. Agora, a expectativa dele é que o novo projeto do grupo represente mais um salto no desenvolvimento daquela região.
“Nós passamos 40 anos fazendo uma marca e ficou enraizada. Isso é um sinal de que o nosso trabalho foi muito bem feito. Assim como hoje temos o orgulho de dizer que o Iguatemi foi Top of Mind por muitos anos e há dois anos somos Top of Mind como Shopping da Bahia”, destaca. “O que estamos pensando em fazer é criar algo tão diferente no mercado quanto foi a criação do equipamento há 45 anos atrás. Contempla a parte de verde, de dotar o espaço para que as pessoas venham inclusive para passear, não só para o shopping”, destaca.
Ele lembra que o acesso ao local não será nenhum tipo de problema, uma vez que o empreendimento é cortado por duas das principais avenidas de Salvador e terá linhas de metrô e o BRT.
O centro de convenções que será erguido no espaço é uma outra grande aposta do grupo, diz Ewerton Visco. “Existe uma lacuna nessa área, de espaços para eventos, congressos e isso tem um potencial muito grande para atrair um turista que traz receitas para a cidade. A pessoa que vem trabalhar, participar de um congresso, quer voltar depois para o lazer”, diz. “Quando tomamos a decisão de fazer o multiuso do equipamento, percebemos que não há nada melhor que ter uma área para fazer esses eventos acoplada a um shopping. O cliente sai do congresso e vai almoçar na praça de alimentação”. “Nós estamos no centro de Salvador, com uma facilidade de transporte. As cidades caminham para cada vez menos carros, então acho que a qualidade da localização do shopping é um agregador”, avalia.