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Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 18:22
O mandante da “Chacina de Portão”, Cláudio de Jesus Soares, foi condenado nesta quinta-feira (17), a 75 anos de prisão pelo homicídio doloso qualificado das seis vítimas da chacina. O crime aconteceu em 18 de maio de 2019, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, e, conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público estadual em 3 de setembro do mesmo ano, a motivação consistiu em “disseminar o terror na comunidade” a fim de demonstrar o poderio da facção criminosa. >
A condenação aconteceu durante sessão do Tribunal do Júri de Lauro de Freitas. A denúncia, sustentada pelo promotor de Justiça Luciano Valadares, foi acatada pela juíza Jeine Vieira Guimarães, que aplicou pena de 12 anos e 6 meses de reclusão para cada um dos homicídios, totalizando 75 anos de prisão.>
De acordo com a denúncia, Cláudio de Jesus Soares, líder do tráfico de drogas de uma facção, comandou a chacina do Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde já cumpria pena por outro delito. Ao centro, mandante Busco Peu, que está preso em Serrinha; Paulo Robson (esq.) e Mateus são procurados (Foto: Reprodução/Divulgação SSP) Ainda conforme a denúncia, Cláudio De Jesus Soares convocou três homens e dois adolescentes para o crime, que tinha como objetivo, também, a execução de traficantes e pessoas da comunidade, que é geograficamente dominada por um grupo rival.>
Após roubarem um carro, os cinco seguiram para a localidade conhecida como “Pé Preto”, onde alvejaram fatalmente a primeira vítima. Eles continuaram até a rua da Boca da Mata e vitimaram mais cinco pessoas, entre elas, uma criança de 12 anos. A denúncia indica, também, que nenhuma das vítimas possuía qualquer envolvimento com atividades criminosas.>
Relembre o caso A chacina aconteceu após uma ordem do traficante Cláudio de Jesus Soares, 33 anos, o Busco Peu, uma das lideranças do Bonde do Maluco (BDM) em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Um dia após o crime, o CORREIO publicou que o ataque foi uma demonstração de poder da facção ao Comando da Paz (CP) em Portão, bairro de Lauro de Freitas. >
Busco Peu determinou que integrantes do seu bando fossem até Portão, no dia 18 de maio de 2019, para matar traficantes rivais. Como chegaram lá e não encontraram o bando adversário, resolveram atirar contra um grupo que estava reunido no local. >
Eduardo Santos da Silva, 19 anos na época do crime, foi condenado a 14 anos de prisão e está preso. Mateus Borel está preso preventivamente e já foi pronunciado. Um recurso da defesa ainda será analisado pela justiça. Paulo Robson, outro integrante do grupo, foi morto. Não há mais foragidos no caso. >
“Eu fui ameaçado por Busco Peu. Tinha uma dívida de droga com ele de R$ 1 mil. Se não fosse, ele mandaria matar minha mãe e meu irmão. Eu fui até lá, mas no dia não saí do carro. Não matei ninguém”, disse Eduardo em sua defesa na época. >
Em maio daquele ano, três homens também suspeitos de participação da chacina morreram em confronto com policiais militares. De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), à época, o trio foi encontrado na localidade conhecida como Lagoa dos Patos.>
Foram mortos no ataque: Raimunda Jesus dos Santos, 35 anos, Rogério Oliveira da Silva, 36, Guilherme Gomes da Silva, 19, os adolescente Raiane Freitas, 12, e Pablo dos Santos, 15. Arthur Silva de Jesus Moreira, 23, foi baleado na cabeça. Raiane e Guilherme morreram; Arthur foi baleado (Foto: Reprodução) >