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Mario Bitencourt
Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 12:46
- Atualizado há 2 anos
Foto: Reprodução O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, 43 anos, morto no domingo (9), na zona rural de Esplanada, na Bahia, em suposta troca de tiros com forças policiais da Bahia, foi atingido por dois tiros, um no pescoço e outro no tórax, que causou danos a diversos órgãos e atravessou o corpo.
O laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia, sobre a morte de Nóbrega, aponta que os tiros foram dados de frente, sendo que uma bala entrou de baixo para cima e a outra de cima para baixo. A bala encontrada durante a necropsia e recolhida para exames periciais estava no pescoço do ex-tenente do Bope do Rio de Janeiro.
De acordo com o laudo, Adriano da Nóbrega teve fraturas na clavícula direita e em sete costelas, e a bala que atravessou seu corpo causou lesões no pulmão e coração. A causa da morte foi anemia aguda e politraumatismo, causado por “instrumento de ação perfuro-contundente”, o que equivale a arma de fogo. Foto: Reprodução/SSP-BA Nóbrega teria sido atingido por balas de fuzil e carabina, contudo somente exames periciais posteriores poderão confirmar de que tipo de arma saiu um dos tiros que o matou. Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o miliciano foi atingido após receber os policiais à bala no sítio onde estava escondido.
Diante de questionamentos sobre a suposta troca de tiros, a SSP-BA divulgou nesta terça-feira (12) imagens do exame que está sendo feito no escudo a prova de balas usado pelos PMs da Bahia no dia da ação. O escudo tem duas marcas de tiros, o que sugere que houve confronto entre a polícia e o miliciano.
O caso segue sendo investigado pelas polícias tanto da Bahia quanto do Rio de Janeiro, onde Adriano da Nóbrega era procurado por ser um dos comandantes de uma organização criminosa chamada Escritório do Crime, apontada pela polícia como responsável por dezenas de morte por encomenda no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução O miliciano é ex-integrante do Bope, o pelotão de operações especiais do Rio de Janeiro, e teve o nome citado na investigação que apura prática de “rachadinha” no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro (hoje senador) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O grupo organizado Escritório do Crime que, segundo a polícia do Rio, ele fazia parte, é investigado por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, na capital fluminense. Nóbrega estava escondido na Bahia desde pouco antes do Réveillon.
Segundo a polícia, ele passou a virada do ano em uma casa de luxo em Costa do Sauípe (Mata de São João), em companhia de Leandro Guimarães, e conseguiu fugir do primeiro cerco que a polícia fez a ele dias antes de ser localizado e morto no sítio de um vereador do PSL em Esplanada.
Na Bahia, de acordo com a polícia, o miliciano andou sondando terras e gado para comprar, mas ainda não se tem informações concretas se ele chegou a fechar algum negócio. O trabalho da polícia, no momento, é investigar se Adriano da Nóbrega praticou o crime de lavagem de dinheiro no estado.