Homofobia em hospital: vereador de Feira pede convocação de médicos para 'dar explicação'

Edvaldo Lima (MDB) apresentou requerimento à Câmara de Vereadores nesta terça (6)

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  • Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2023 às 17:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/redes sociais

Após a repercussão do caso de homofobia contra um médico no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, durante uma consulta ginecológica no domingo (5), o vereador pelo município Edvaldo Lima (MDB) apresentou à Câmara de Vereadores, nesta terça (6), um requerimento que solicita a convocação do diretor-médico Francisco Mota e dos médicos Carlos da Costa Lino e Phelipe Balbi Martins, para 'dar explicação' sobre o ocorrido.

O ato da paciente, que disse que “não gostava de ser atendida por 'viado'” resultou numa reação de Carlos, colega de trabalho da vítima: ele colocou uma peruca e se maquiou para atender a mulher que tinha ofendido Phelipe.

Em vídeos que circulam pela internet, Lima — que se autodeclara 'o vereador da família' — afirma que "o médico tem que ser profissional onde está atendendo e respeitar o paciente" e que "o cidadão tem que respeitar um ao outro, e não querer discriminar por causa de opção (sic) sexual".

Em seu perfil no Instagram, o vereador complementou: "A paciente não se sentiu segura e outro médico a atendeu de maneira que foi divulgada nas redes sociais. Isso vai contra a ética médica e é necessário respeitar o paciente", disse Lima. "Todo cidadão tem o direito de escolher ser atendido por outro profissional", declarou, em defesa à paciente.

Também por meio de suas redes sociais, o obstetra Carlos da Costa Lino afirma ter recebido os vídeos com as declarações do político, que, para ele, está "destilando agressão gratuita".

"A opinião dele não me afeta e não deve afetar você. Quando um homem desse sobe no palanque e fala a opinião dele da forma que falou, não tem noção de quanto ele reforça que pais e mães que têm preconceito contra LGBTQIA+ ataquem seus filhos", falou Carlos.

Procurada, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana, responsável pelo Hospital da Mulher, não respondeu à reportagem até a publicação desta matéria.

Homofobia Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu equiparar os crimes de homofobia e transfobia como racismo. Desde então, a homofobia se tornou crime inafiançável e imprescritível. A Lei 7.716/89 determina pena de um a três anos de reclusão, além de multa.