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Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 21:56
- Atualizado há 2 anos
O Ministério Público da Bahia (MP–BA) denunciou Eduardo Jorge Meireles da Cunha e Ramon Neto Costa pelo homicídio qualificado do adolescente Diogo Lira Ferreira, 16 anos, no dia 7 de setembro deste ano, em Juazeiro, no Vale do São Francisco. Diogo morreu afogado no Rio São Francisco depois que Ramon o abordou quando ele estava num caiaque, no meio do rio, e lhe tomou o colete salva-vidas. Na ocasião, segundo testemunhas, o adolescente foi obrigado a descer da embarcação e seguir viagem nadando, mas ele não sabia nadar.
Na denúncia, o promotor de Justiça Raimundo Moinhos explica que dois adolescentes teriam alugado um caiaque duplo com a empresa Caiaque do Vale, juntamente com dois coletes salva-vidas, para uma hora de uso no Rio São Francisco. O promotor afirma que os dois teriam ultrapassado o tempo, o que levou o responsável pelo estabelecimento, Eduardo Jorge, a determinar que Ramon utilizasse outro caiaque para “ir até os adolescentes e tomar os coletes e o caiaque”.
Na época, um amigo disse que o funcionário estaria irritado porque, na viagem, mais duas pessoas subiram no caiaque. O promotor destacou que a vítima foi abordada “de surpresa, no meio do rio”, o que impossibilitou a sua defesa. O crime também foi qualificado por motivo fútil, já que foram obrigados a descer “somente pelo fato de terem ultrapassado o tempo do aluguel”.
Mesmo “cientes de que na região a correnteza é violenta e são rotineiros os casos de afogamento”, os acusados determinaram que eles “voltassem nadando”. Tal procedimento configura, segundo o promotor, dolo eventual - eles assumiram o risco de que o jovem pudesse morrer.