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Conheça mulher que criou projeto apoiado pela ativista Malala na Bahia

O projeto incentiva a educação de meninas indígenas no estado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2018 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Betto Jr/CORREIO

Não ser baiana, e nem índia, não é nenhum empecilho para a professora de história Ana Paula Ferreira de Lima lutar pelo direito à educação das meninas indígenas da Bahia. A ativista de 40 anos, na verdade, é mineira, mas iniciou seu ativismo na área em 2005, quando ainda estava na faculdade, no Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), onde trabalhava levando informações sobre a população indígena para escolas.

Hoje gestora de projetos da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí) - onde trabalha há quatro anos - ela é uma das três mulheres brasileiras que foram escolhidas pela paquistanesa Malala para integrar uma rede internacional de incentivo a projetos para educação de meninas: a Rede Gulmakai, iniciativa do Fundo Malala.

A Anaí foi selecionada dentre diversas instituições do nordeste. Ana Paula conta que a entidade foi indicada quando Malala demonstrou interesse em apoiar projetos do Brasil. “Veio um representante do Rio de Janeiro, que contou que ela queria iniciar o trabalho pelo Nordeste. Eles visitaram diversas instituições, mas a Anaí foi a escolhida na Bahia. Eu acho que eles nos escolheram porque desde a primeira reunião a gente já foi com os povos indígenas. Deixamos bem claro que não fazemos nada sem eles”, explicou.

A mineira não conhecia Malala e não tem previsão para encontrá-la novamente. Ela explica que a agenda da paquistanesa é muito sigilosa e, por isso, não sabe se terá a oportunidade de vê-la novamente. O encontro das duas foi realizado na sede da Anaí, em que ela teve a oportunidade de entrar em contato com índias brasileiras, que além de conversar com Malala, fizeram um ritual para ela.  Foto: Arisson Marinho/CORREIO “Eu fui convidada para ser uma ‘champion’ e vou receber um treinamento de três anos aqui no Brasil e em outros lugares. Vou desenvolver habilidades e isso vai ajudar na promoção da educação indígena”, explicou. 

Além do projeto com Ana Paula, a Anaí pretende alcançar toda a Bahia com um projeto incentivado pelo Fundo Malala. Serão três etapas: de diagnóstico, formação e campanha. 

“De início, nós iremos realizar um diagnóstico quantitativo da educação na Bahia, focado na educação de meninas. No segundo, iremos discutir sobre vários temas para empoderar e levantar a voz dessas meninas e no terceiro, vamos fazer com que elas participem de campanhas.Toda pauta de movimento indígena, a gente quer que elas participem. Isso porque a Malala acredita que a gente deva construir junto. Pressionar o governo para fazer. Então é importante para essa criação”, detalhou. 

Sobre ganhar o prêmio, a mineira afirmou estar muito feliz. “A ficha ainda está caindo. Eu tenho uma segurança muito grande do meu trabalho e do meu ativismo pessoal, que é uma coisa que sempre fiz na vida, não é novo para mim. O novo é essa questão internacional e essa estrutura. Ainda estou surpresa, mas eu acho que serão três anos de muita dedicação, e espero que dê muito retorno para a educação indígena da Bahia”.

[[saiba_mais]]

Realidade das tribos Malala discutiu sobre a educação de meninas índias com jovens integrantes das tribos Pataxó, Pataxós-hã-hã-hãe e Tupinambá na sede da Anaí. Uma das meninas presentes, que preferiu não se identificar, de 17 anos, conta que Malala pediu para conversar com elas para saber a realidade educacional das tribos.

 

A menina, que é Tupinambá e mora na Serra do Padeiro, conta que a paquistanesa perguntou para elas sobre o acesso à escola e o formato de estudo. Ela conta que tem aulas dentro da aldeia, com professores índios e também com não-índios. Dentre as disciplinas ligadas à etnia, ela tem aula de cultura e de língua tupi. Malala ainda disse às meninas que não desistissem de estudar.