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Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2023 às 22:18
A realização do Carnaval 2023 e a execução da Lei Paulo Gustavo são as prioridades do novo secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro. A transmissão do cargo de Arany Santana a Bruno ocorreu nessa sexta-feira (6), em um Teatro Castro Alves lotado e com a presença de políticos e da classe artística baiana, como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o cantor Caetano Veloso, o vocalista da banda Baiana System, Russo Passapusso, o grupo Filhos de Gandhy e o Cortejo Afro.>
Às 16h05, o jornalista que coordenou a campanha do PT na Bahia e já trabalhou como assessor de Jacques Wagner e chefe de gabinete em dois ministérios no governo de Dilma Rousseff, Bruno Monteiro, fez o primeiro pronunciamento à imprensa, em entrevista coletiva no vão do TCA. Ele aproveitou a oportunidade para informar que a Secult continuará o legado da secretária Arany Santana, mas ousará mais no setor, dando espaço para manifestações artísticas que vão desde o erudito aos paredões. Em seguida, pontuou as prioridades que dará nos primeiros meses à frente do cargo."A gente tem o cuidado com o Carnaval, já que compete ao Estado garantir a realização de um bom Carnaval. Ainda mais depois dessa espera de dois anos e garantir a execução da Lei Paulo Gustavo ainda no primeiro trimestre", afirmou o novo secretário.Bruno Monteiro ainda disse que está em sintonia com a ministra da Cultura, Margareth Menezes. "Como eu já falei pra ela, a Bahia está presente nesse momento. A gente vai fazer parte desse esforço de reconstrução".>
Marcelo Lemos, novo chefe de Gabinete da Secretaria de Cultura, Renata Dias, nova Superintendente de Promoção de Cultura do Estado, e Pitti Canelas, nova diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), foram apresentados pelo secretário e também conversaram com a imprensa. Eles foram nomeados para os respectivos cargos pelo governador Jerônimo Rodrigues. A escolha foi publicada no Diário Oficial da Bahia na edição desta sexta-feira.>
Antes do início da cerimônia, João Jorge, ex-diretor do Olodum e atual chefe da Fundação Palmares, estava presente no TCA e falou sobre a responsabilidade do novo cargo, ressaltou a importância do Olodum para sua experiência e afirmou que trabalhará em prol da cultura negra e popular. Ele ainda definiu suas primeiras metas na nova função.>
"A prioridade será cuidar do espaço, reorganizar o sistema da Fundação Palmares, colocar inúmeros personagens na cena de novo, [trazer] uma política nova em relação a juventude. É um desafio enorme. Terá representação de todos os estados, mas devemos priorizar também a juventude e as mulheres negras", frisou. Caetano Veloso acompanhou a cerimônia de transmissão de cargo na Secult-BA (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Nos minutos que precederam o início da cerimônia, Caetano Veloso e a mulher, a produtora Paula Lavigne, chegaram no salão principal do teatro. Em breve fala à imprensa, o cantor destacou a representação da Bahia na figura da ministra Margareth Menezes. "Eu acho que ela é a figura que representa bem a Bahia e canta bem há muitos anos". Quanto à nomeação de Bruno Monteiro como titular da Secult, Caetano lembrou que o secretário já trabalhou com ele. "Eu confio nele, ele trabalhou comigo e achei um sujeito direito, muito produtivo. Acho que vai ser bom", opinou.>
Por volta de 17h30, os Filhos de Gandhy desceram a escadaria do salão principal do Teatro Castro Alves e deram início à cerimônia. Após a execução do Hino Nacional e do Hino da Independência da Bahia, Koanza, personagem do artista Sulivã Bispo, subiu ao palco para reverenciar e chamar Arany Santana ao palco.>
Arany começou seu discurso agradecendo a Rui Costa, Jerônimo Rodrigues e Jacques Wagner pelo trabalho conjunto. Depois, afirmou que passa o cargo a Bruno Monteiro em um cenário diferente, no qual a cultura é também uma força econômica.>
"Agora há alinhamento com o Governo Federal, requalificações de centros de cultura a serem entregues, gestões municipais motivadas, a experiência da Lei Aldir Blanc e a expectativa da chegada da Lei Paulo Gustavo. Deixo um solo fértil e a melhor das vibrações para a nova gestão", finalizou.>
Em seguida, foi a vez de Bruno Monteiro discursar para o público presente no TCA. Ele também começou agradecendo ao governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades presentes, depois minimizou sua origem gaúcha, declarando-se um baiano de sentimento, e citou os feitos de outras personalidades vindas de outros estados na Bahia. >
Para a secretaria, Bruno afirmou que fará o resgate da cultura, prometeu alinhamento com o Governo Federal e o investimento em diversos segmentos culturais. Anunciou ainda a criação da Associação de Cidades Históricas e Bens Tombados do Estado da Bahia, o Centro de Documentação e Memória para o Recôncavo Baiano e da empresa pública de audiovisual da Bahia. Arany Santana e Bruno Monteiro ficaram lado a lado no momento da transmissão de cargo (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Depois dos discursos, a transmissão de cargo para Bruno Monteiro foi feito por Arany Santana, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues. Na sequência, o Cortejo Afro e o Balé Folclórico se apresentaram em comemoração ao ato.>
No palco, o governador Jerônimo Rodrigues convidou Arany para ser a nova comandante da Ouvidoria do Estado, que aceitou de imediato. Em um discurso de 10 minutos, o governador salientou que terá orçamento para a cultura e diálogo para colocar as minorias representativas no centro das manifestações de cultura. Ele ainda demonstrou apoio a Margareth Menezes.>
"Nós, aqui da Bahia, não vamos mandar apenas boas energias. Você poderá contar com o que precisar para produzir conhecimento", disse o governador à ministra da Cultura. Ministra da Cultura, Margareth Menezes finalizou a cerimônia com um breve discurso (Foto: Larissa Almeida/CORREIO) Ao chegar às 19h10 em virtude do atraso no voo para Salvador, a ministra da Cultura finalizou a cerimônia, sendo a última a discursar. Ela afirmou que ainda está se adaptando ao novo cargo, mas já definiu suas prioridades."O primeiro desafio é a remontagem do Ministério da Cultura, que é muito, mas nós vamos conseguir", garantiu.*Com orientação da subeditora Fernanda Varela>