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Wendel de Novais
Publicado em 10 de março de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Com comodidade e conforto, é assim que Luma Gonçalves, de 11 anos, assiste às aulas do Neojiba, que acontecem de maneira virtual por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas nem sempre foi assim. Desde o início do isolamento, por não ter um aparelho eletrônico para acompanhar as atividades remotas, a pequena clarinetista ficou longe da música, sem poder fazer o que mais gosta.
A situação só mudou com a ação de inclusão digital do próprio NEOJIBA, com o apoio da Solar Coca-Cola, que entregou para Luma e mais 82 integrantes de núcleos do projeto espalhados por toda a Bahia tablets que dão aos alunos a oportunidade de acompanhar, com qualidade de áudio e vídeo, a rotina de ensino desenvolvida virtualmente pelo projeto.
Para Raiane Gonçalves, 29, mãe de Luma, a iniciativa foi a salvação. Sem o tablet, não havia como sua filha participar das atividades. "Eu até tenho celular, mas preciso dele no trabalho e não posso deixar com ela. A gente não tinha condições de comprar outro. O tablet foi uma ótima oportunidade porque, sem ele, Luma continuaria sem assistir às aulas", explicou. Esse é o caso da flautista e de muitos outros integrantes do projeto. Desde o início da pandemia, em março do ano anterior, foram disponibilizados 40 celulares e tablets.
Com esses 83 tablets, segundo o maestro Ricardo Castro, restam pouquíssimos integrantes sem condições de frequentar as aulas. "Fizemos um levantamento detalhado das necessidades de nossos integrantes e, com essa entrega, estamos em contato virtual com quase 100% deles. Os poucos que faltam serão atendidos em breve", garantiu. Luma vai poder voltar às aulas de clarinete (Foto: Paula Froés/CORREIO) Alegria da volta
Essa garantia deve devolver aos pequenos artistas a oportunidade de voltar a fazer o que mais gostam. Pelo menos, foi assim com Luma, que não via a hora de retornar às aulas e continuar evoluindo como música. "Eu gosto muito do que eu faço na Neojiba. Na pandemia, eu senti falta das aulas, das pessoas e poder participar com o tablet me aproxima deles, foi muito bom mesmo receber o tablet", declarou.
O sentimento dela é o mesmo de Sarah Saraí, 13, que faz canto coral no projeto e ficou cheia de alegria por poder estar em mais aulas com um dispositivo próprio. "Eu gosto muito do Neojiba porque eu amo cantar e eles me ajudam muito com a minha voz. É uma coisa que eu sentia falta de fazer sempre porque não era toda hora que eu conseguia participar", contou Sarah vai conseguir frequentar todas as atividades remotas do projeto (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Além de alegrar os filhos, os tablets confortaram os corações dos responsáveis pelos integrantes, que estavam angustiados por verem os pequenos de fora das atividades. Jaqueline Ribeiro, 36, é mãe de Cleiton Ribeiro, 13, que integra o grupo de iniciação musical e faz aulas de metais no projeto em Vitória da Conquista, e não via a hora do tablet chegar desde que soube da ação.
"O Neojiba é muito mais que música, faz um bem danado pra ele. Quando não tinha condição dele participar, eu ficava triste junto. O tablet foi um grande de um presente. Depois de um bom tempo, ele volta a fazer o que gosta", destacou. Outra mãe que ficou contente demais com a ação foi Meire Freitas que fala com alegria da reação das suas filhas Maria Clara e Maria Cecília na chegada do tablet. "Quando chegou, foi uma euforia, um sonho realizado. Agora elas vão poder participar melhor das aulas, ter mais autonomia. Antes, elas usavam o meu celular ou o do pai, mas nem sempre era possível", falou.
Ajuda na música e na escola
E não é só as atividades do Neojiba que ganham espaço com a chegada do dispositivo. Para alguns dos alunos, o tablet também permite a participação nas atividades remotas da escola. Isso foi o que o maestro Ricardo Castro afirmou ao CORREIO. "A melhor notícia é que muitas crianças e jovens, graças a esses equipamentos e dados, estão podendo finalmente acompanhar atividades escolares, além das atividades do NEOJIBA", informou Castro, que contou também que o trabalho de inclusão continuará para que nenhum dos integrantes fique fora da rede por falta de equipamento. Tablet vai ajudar Sarah também com as aulas remotas escolares (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Tudo isso deve alegrar ainda mais mães como Lícia Maia, que sempre deixava sua filha Sarah usar seu celular quando era possível, mas agora vê a pimpolha ter o seu próprio aparelho para as aulas do projeto e da escola. "Foi uma ótima surpresa porque, nesse sufoco, a gente tinha que dividir o aparelho e nem sempre podia ficar com ela. E ela também retornou para as aulas normais, que estão rolando no on-line, o que deixou tudo ainda melhor", contou Lícia. Além da entrega de dispositivos, o Neojiba ajudou os integrantes de outras formas. Mais de 200 integrantes também contaram com auxílio para compra de pacotes de internet, numa ação patrocinada pela PetroRio. Já os vizinhos dos núcleos puderam acessar gratuitamente as redes wi-fi do Neojiba, que foram compartilhadas.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro