Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Donaldson Gomes
Publicado em 28 de outubro de 2023 às 05:24
Das pouco mais de 40 milhões de toneladas de cargas que são movimentadas pela Bahia todos os anos – sejam elas petróleo e derivados, contêineres, grãos ou outros produtos –, quase 97% foram movimentadas por portos ou terminais nas margens da Baía de Todos os Santos (BTS).
Sozinha, a BTS praticamente iguala a movimentação registrada nas outras duas grandes economias do Nordeste, Pernambuco e Ceará, que, juntos, movimentaram 47 milhões de toneladas em seus portos no ano de 2022, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Os números indicam ainda que no ano passado o volume de cargas movimentadas na área cresceu 7,19%, com destaque para a movimentação de cargas de longo curso, voltadas para o comércio exterior, cuja expansão foi de 15,1%. Mais do que um belo cartão de visitas, ou pano de fundo para uma selfie, o acidente geográfico oferece condições únicas para o transporte marítimo e é, naturalmente, um trunfo do estado para a conquista de mercados no comércio exterior.
Graças a uma série de investimentos realizados nos portos públicos e em terminais privativos nos últimos anos, os pontos de partida ou chegada de mercadorias deixaram, já há algum tempo, de ser um gargalo e se tornaram impulsionadores do desenvolvimento da Bahia.
Os números, contudo, poderiam ser melhores. Os produtores de bens industriais e agrícolas baianos estão a quase 2 mil quilômetros de distância de São Paulo, principal mercado consumidor do Brasil. E além disso, precisam superar más condições de acesso para chegar até os portos.
Em acelerado processo de decadência, a movimentação de cargas ferroviárias na Bahia míngua um ano após o outro. Há dez anos, o volume de cargas movimentadas pelos trilhos era de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas úteis. Caiu para 1 milhão, segundo dados do Painel CNT do Transporte - Ferroviário. De 2013 para 2022, mesmo com a expansão da economia, o estado perdeu 22% das cargas movimentadas, ao mesmo tempo em que assistiu o encolhimento da malha ferroviária disponível.
Entenda como funciona a cadeia logística, o que falta para a Bahia utilizar todo o potencial para movimentação de cargas e como entrar nesse mercado (clique aqui e confira especial completo)
O Projeto Bahia Forte é uma realização do Jornal Correio com patrocínio da Intermarítima e Wilson Sons e apoio institucional da Fieb.