Carpini diz que Vitória está 'cascudo' e avisa: 'O emocional é muito mais forte agora'

Rubro-negro venceu o Juventude por 1 a 0, no Barradão

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  • Fernanda Varela

Publicado em 22 de setembro de 2024 às 09:03

Thiago Carpini concede primeira entrevista coletiva como técnico do Vitória
Thiago Carpini concede primeira entrevista coletiva como técnico do Vitória Crédito: VICTOR FERREIRA / ECV

O técnico Thiago Carpini respirou aliviado após o Vitória vencer o Juventude na tarde deste sábado, por 1 a 0, no Barradão. O resultado tirou o time da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e folgou a corda no pescoço.

“Acho que o comprometimento dos atletas para aquilo que está sendo proposto. Saber que estamos jogando uma competição de nível muito alto que é a Série A. Acho que entendemos essa dinâmica de que em um momento do jogo estaremos melhores, em outros vamos ter que saber sofrer. O torcedor é ansioso, ele quer que o time vá para cima do adversário nos 90 minutos. A força do Barradão nos impulsiona e faz a diferença, mas, na Série A, tem algumas situações que funcionam um pouco diferente. Esse entendimento do que é a competição, que é totalmente diferente do que o time viveu nos últimos anos. Os atletas estão de parabéns por tudo que fizeram”, disse Carpini.

"Às vezes o resultado não acontece, mas não perdemos a convicção daquilo que está sendo feito. O principal é eles acreditarem nas ideias e levarem para dentro de campo", completou.

O treinador comentou ainda que, além da boa partida feita pelo rubro-negro, o fato do jogo ter sido no Barradão fez muita diferença.

“Soubemos sofrer hoje quando foi necessário, mas mesmo assim sem dar chances claras de gol aos adversários, e tendo a oportunidade de ampliar em algumas ocasiões. Fomos eficientes, um time aguerrido, corajoso e eficiente, acho que esse foi o resumo da partida. Tem outro fator que algumas equipes têm, mas que para o Vitória é diferente: o Barradão. Nosso torcedor é diferente e nós temos agora cinco decisões em casa, e essa energia com a torcida nos faz cada vez mais fortes”, completou.

O treinador também elogiou o bom desempenho do atacante Gustavo Mosquito, autor do gol que deu a vitória ao time baiano por 1 a 0. “É um jogador acostumado com o nível da competição, não tem muito o que dizer em relação a isso. A gente sabe que alguns atletas ainda não viveram situações grandes na carreira, mas o Mosquito já tem uma boa experiência na Série A, ele veio para nos ajudar muito, assim como o Neris, o Machado, Carlinhos. São jogadores que encorparam bem dentro da nossa realidade. Não fizemos loucura e contratamos dentro da nossa condição”, avaliou.

“O Mosquito foi um desses jogadores e tem nos ajudado. Foi importante no jogo passado com assistência e foi bem contra o Vasco também. O que ele performa também tem muito a ver com o coletivo. O time, quando está bem encaixado e ajustado, favorece o surgimento de protagonistas”, disse.

Na próxima rodada, o Vitória encara o Internacional, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo será domingo (29), no Beira-Rio, às 18h30.

Pés no chão

Durante a entrevista coletiva, Carpini falou também sobre a importância de manter os pés no chão e encarar a realidade. Mesmo com o resultado positivo, ele alerta para a situação delicada que o time vive no Brasileiro, com 28 pontos somados, ocupando a 15ª posição na tabela.

“Acho que não (é hora de sonhar com coisas maiores), vamos manter os pés no chão. São 11 decisões e muita coisa ainda vai acontecer. Não sofrer gols e ter equilíbrio defensivo é muito importante para nós. Às vezes a gente sofria gols em detalhes muito gritantes, que nos incomodaram bastante, estamos tentando melhorar isso. É o retorno de um time gigante para a Série A, há uma disparidade financeira e de muitas outras questões. A chegada dos jogadores encorparam nossa equipe, somos gratos aos atletas que passaram por aqui anteriormente, mas cada campeonato é diferente. Hoje temos um time mais equilibrado, consistente e perto do que eu acredito. Antes a gente fazia o que era melhor para aparar as arestas e controlar o ambiente, mas agora estamos melhorando. Mesmo assim não dá para mudar o discurso, nossa briga é contra o rebaixamento”, ponderou Carpini.

“Não contamos com a sorte em nenhum momento, fomos uma equipe efetiva, bem ajustada e não lembro de chances claras do adversário. O Vitória esteve mais próximo do segundo gol do que o Juventude do empate com Matheusinho e Everaldo, meu time não teve sorte, foi eficiente. O próximo jogo é contra o Internacional, temos que pensar em um de cada vez”, completou ele, elogiando o emocional do time.

“O emocional é muito mais forte agora, o grupo está mais preparado e cascudo. As chegadas dos reforços também foram muito importantes para ajudar os atletas que aqui estavam. Uma equipe que briga desde maio dentro do Z-4 cria uma casca, algumas equipes ainda não viveram isso dentro da competição e não sabemos como elas vão reagir caso passem por isso. Estamos habituados a isso, o que nos fortaleceu também. O torcedor pode esperar o empenho dos atletas, e peço que eles não larguem a equipe. A equipe vem evoluindo, principalmente no quesito pontuação. Vamos lutar até o fim, pode ser que a equipe ainda oscile, mas temos mais alternativas para variar a equipe, o que me dá mais alternativas, pensando em jogos dentro e fora de casa”.