Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Você sabe o que é um hoax? Entenda o perigo das fake news na internet

Como ferramentas de inteligência artificial tornam mais complexos a disseminação de boatos

Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 02:00

Notícias mentirosas se espalham na internet com velocidade
Notícias mentirosas se espalham na internet com velocidade Crédito: Arte CORREIO

No labirinto da desinformação, eis que surge mais um sinal de alerta: os hoax, uma modalidade de fake news que busca causar impacto na sociedade, alterando a percepção da verdade, através de uma história inventada, com grande dose de sensacionalismo e que se espalha muito rápido, porém, sem fontes confiáveis. Traduzido para o português, o termo ganha conotação de boatos, trotes ou pegadinha, porém, a depender de sua motivação, os efeitos podem ser muito desastrosos. 

Os hoax não deixam de ser também um tipo de desinformação, que a partir de uma situação ou história criada ou inventada, acaba fazendo com que as pessoas acreditem em algo que realmente não aconteceu, explica Daniela Machado, coordenadora de Educação do Instituto Palavra Aberta, que dissemina a educação midiática. Com as redes sociais, este tipo de conteúdo tem o poder de se espalhar de forma ainda mais rápida.

Casos reais

Existem alguns episódios conhecidos que ilustram este modelo de conteúdo fraudulento. Um caso de hoax que se tornou famoso e que, inclusive, chegou  a enganar a imprensa americana, aconteceu em 2009.  Por algum tempo, várias redes de TV transmitiram  cenas ao vivo de um balão descontrolado e que, supostamente, carregava um menino de 5 ou 6 anos de idade. Os próprios pais do garoto falavam que ele tinha entrado escondido no balão, porém, depois de um tempo, o balão pousou e a criança não estava lá. Acabou-se descobrindo que o garoto estava escondido no porão de casa e que os próprios pais forjaram aquela situação toda porque queriam atrair a atenção da mídia para uma atividade que eles iriam fazer. 

Há, ainda, casos famosos de grandes eventos e tragédias, como o 11 de setembro, que também acabaram originando alguns hoax e um deles mostrava uma foto de um possível turista no topo de uma das torres gêmeas, no momento em que o avião estava se aproximando. Algum tempo depois foi constatado que se tratava de uma montagem feita por um jovem para divertir seus amigos com a brincadeira, só que ele não imaginava que isso ganharia uma enorme proporção e fosse tão divulgado, levando milhares de pessoas a acreditarem que a cena foi real. 

Alerta

Apesar de os dois exemplos não serem novos, eles dão pistas sobre a gravidade de atos assim, que continuaram acontecendo e hoje podem se espalhar com mais força, velocidade e alcance com a ajuda das redes sociais. Como as redes também atuam para nichos e comunidades, existe a possibilidade de histórias criadas e manipuladas chegarem mais rapidamente a grupos específicos. 

Como tudo isso está no hall da desinformação, o melhor caminho para lidar com situações como essas e combater conteúdos do tipo é a educação midiática, o desenvolvimento do senso crítico e do olhar questionador. 

“A gente sempre pensa na educação midiática como desinformação sendo o grande conjunto e que tem vários tipos delas, como por exemplo, o hoax ou aquele tipo de conteúdo, que nem foi criado com a intenção de enganar, ou só enganou porque, às vezes, a pessoa só leu um título e não o texto completo e ficou com uma impressão equivocada do que aquilo queria dizer”, comenta a educadora Daniela. 

É importante considerar, ainda, que à medida em que avançam as inovações tecnológicas, como é o caso das ferramentas de inteligência artificial, também pode se tornar mais complexo o desafio de desvendar um hoax e identificar quando um conteúdo é falso, manipulado ou criado. As coisas vão ficando mais sofisticadas neste campo e a desinformação, infelizmente, também ganha ares cada vez mais complexos. 

Olhando para a educação midiática, o importante é pensar como é possível desenvolver um olhar mais crítico, que seja capaz de questionar e interrogar qualquer tipo de informação que chega e não simplesmente acreditar, comprar qualquer ideia que apareça e passar adiante.  Na prática, diante de um conteúdo que desperta fortes emoções, é importante sempre verificar se outros veículos de comunicação já conhecidos também estão falando sobre aquilo e o que estão falando. 

Perguntas estratégicas

Além desta pesquisa, vale sempre pensar, diante de qualquer tipo de mensagem que receba, não importa o formato (vídeo, áudio, imagem ou texto) o seguinte: Quem é o autor disso? Fica claro qual é a fonte e a origem? Tem evidências? Apenas por aquilo que está na minha frente eu consigo identificar que aquilo realmente aconteceu, é confiável ou preciso buscar informações em outros lugares? Quem são as pessoas ou grupos  beneficiados por este tipo de conteúdo e, por outro lado, quem são aqueles prejudicados? Qual é o contexto mais amplo? Isso é uma história, será que aconteceu realmente neste data, neste momento e no lugar que está sendo dito? 

Ou seja, adotar a postura mais crítica e de interrogar a informação, ao invés de só consumir, é algo que vai ser cada vez mais fundamental e é preciso considerar que, diante de tantas novidades e possibilidades de geração de imagens e vídeos muito perfeitos com inteligência artificial, talvez tenha um ou outro conteúdo que não se consiga saber se aquilo é confiável ou falso, neste caso, o melhor é não passar adiante ou compartilhar com outras pessoas.