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Carolina Cerqueira
Publicado em 18 de janeiro de 2025 às 11:00
O contexto atual é de crescimento de um novo modelo de turismo que, deixando o movimento de massa para trás, quer cada vez mais personalização. Chega daquelas fotos iguais a de todo mundo! Nessa onda, estão o turismo gastronômico, o turismo religioso e o turismo de base comunitária, por exemplo. Este último, que também pode ser chamado de turismo social e ainda turismo decolonial (ou descolonial), visa o respeito à memória e aos conhecimentos locais, buscando gerar renda para a comunidade.>
É pensando nisso que diversas iniciativas pelo Brasil e, especificamente na Bahia, têm surgido. A Rede Batuc, criada em 2019, reúne iniciativas voltadas para o turismo comunitário na Bahia. Ao todo, são 24 opções de roteiros na capital e no interior. Alguns deles são: tour na região do Uruguai e Massaranduba, tour gastronômico de preparo de pratos da culinária baiana, vivência em uma aldeia pataxó de Porto Seguro e visita a quilombos onde acontece a produção de ostras de mangue e azeite de dendê. >
Para Alberto Viana, turismólogo, pesquisador e membro da comissão estadual da Rede Batuc, a geração de renda para a comunidade local é um dos principais pilares do turismo comunitário ou de base comunitária, que prevê que o lucro não seja inteiramente destinado às grandes empresas. “É um instrumento de geração de trabalho e renda que complementa as atividades principais que o coletivo já realiza, seja agricultura familiar, pesca artesanal ou mariscagem, por exemplo”, defende. >
O Bahia Guide Service (BGS) surgiu em 2020, com uma proposta parecida, focado em tour privativos e customizados. Há roteiros clássicos, de praias, esportivos e os culturais, que são os principais. “O passeio cultural de dia inteiro visitando a Cidade Baixa e a Cidade Alta é o mais procurado, mas temos observado uma crescente demanda pelos tours de experiências relacionadas à cultura afro-brasileira", conta Gabriela Parnetti, guia de turismo e uma das sócias do BGS. >
Alguns desses tour são as aulas de percussão e de preparo de moqueca e a visita a um terreiro de candomblé. “O público é composto por estrangeiros, mas também brasileiros. Para a nossa surpresa, os brasileiros se encantaram por essa modalidade de turismo”, acrescenta Gabriela. >
Confira 9 passeios:>
Aula de culinária>
Visita a um mercado tradicional local para a compra dos ingredientes e visita ao Museu da Gastronomia Baiana. Depois, uma aula seguida do preparo de uma moqueca baiana.>
Onde encontrar: Bahia Guide Service>
Aula de capoeira>
Visita a uma escola de capoeira onde um mestre explicará sobre a história, instrumentos e golpes da capoeira, bem como ensinará movimentos básicos para participação do visitante na roda.>
Onde encontrar: Bahia Guide Service>
Visita a terreiros>
Visita guiada às principais casas de candomblé de Salvador – Casa Branca, Ilê Axé Oxumaré – conhecendo seus museus e projetos sociais. Deve-se usar branco com ombros cobertos.>
Onde encontrar: Diáspora Black>
Walk tour afro>
Aula de história e cultura no Centro Histórico de Salvador, passando por pontos como Praça Castro Alves e Terreiro de Jesus.>
Onde encontrar: Diáspora Black>
Casa do Benin>
Museu no Pelourinho com grande acervo cultural e artístico afro-brasileiro. Ajuda a contar a história de conexão entre Bahia e Benin.>
Endereço: Rua Padre Agostinho Gomes, 17, Pelourinho>
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos>
Construída no século XVIII, é um espaço de devoção para a população negra ao longo da história. A liturgia dos cultos faz uso de músicas dos terreiros de Candomblé, ao som de atabaques, representando a mistura do catolicismo com a cultura africana.>
Endereço: Largo do Pelourinho, s/n - Pelourinho>
Visita a quilombo>
Turismo afroétnico no Quilombo Coqueiros, em Mirangaba, que fica na Chapada Diamantina. >
Onde encontrar: Telefone (71) 991173104 ou Instagram @grota–quilombola>
Visita à aldeia>
Etnoturismo dos povos originários/indígenas na Reserva Pataxó de Aldeia Velha, que fica em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro. >
Onde encontrar: Telefone (73) 999457360 ou Instagram @reserva_pataxoaldeia_velha>
Aula de percussão>
Aula privada com músico nativo que ensinará as conexões entre os instrumentos musicais e as religiões de matriz africana. Os visitantes também aprenderão a tocar de forma berimbaus, tambores, atabaques e agogôs, por exemplo. >
Onde encontrar: Bahia Guide Service>