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Thais Borges
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 15:58
Uma das principais instituições de apoio à pesquisa no Brasil no âmbito privado, o Instituto Serrapilheira abriu inscrições para a 3ª chamada pública conjunta de apoio exclusivo a pós-doutorandos negros e indígenas na área de ecologia. O edital é uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e vai escolher até quatro cientistas para desenvolver pesquisas na Bahia.
Cada projeto pode receber até R$ 525 mil ao longo de três anos, além de uma bolsa mensal de R$ 5,2 mil. Quem se interessar pode se inscrever até 4 de fevereiro. Segundo o Serrapilheira, o objetivo do programa é criar condições para que os aprovados avancem em suas pesquisas com recursos financeiros flexíveis e autonomia. Além disso, querem ampliar a participação de negros e indígenas em posições de destaque na carreira científica.
O instituto defende que esse edital exclusivo estimula o aumento do número de professores e pesquisadores de grupos sub-representados na academia.
“Precisamos garantir que ações de apoio a cientistas, públicas ou privadas, tenham continuidade, pois é assim que resultados de longo prazo florescem e que se fortalece uma comunidade de cientistas pautados por uma ciência diversa, aberta e colaborativa", disse a diretora de Ciência do Serrapilheira, Cristina Caldas.
Já o diretor diretor-geral da Fapesb, Handerson Leite, afirmou que a cooperação com o Serrapilheira traz novas perspectivas para a atuação da fundação. “A Bahia é o estado mais negro do Brasil e com uma população considerável de indígenas. Temos atuado com grupos sub-representados por meio de editais voltados a estudos de doenças que acometem a população negra e povos e comunidades tradicionais, como a doença falciforme, além de outros voltados para o empreendedorismo de mulheres, de pessoas negras e povos tradicionais”.
Os selecionados não podem ter vínculo formal com instituições de pesquisa na assinatura do contrato. Além disso, ainda que os os projetos devam ser conduzidos em instituições de ciência e tecnologia da Bahia, parte da atividade pode ser desenvolvida em outros estados e no exterior, como o trabalho de campo ou pesquisas colaborativas.
O Serrapilheira disse considerar que o risco é bem-vindo na ciência e no desenvolvimento de projetos ousados. “Por isso, pede que os candidatos detalhem o risco em suas propostas a partir de três definições: o risco de concepção, relacionado à formulação da hipótese do projeto; o risco de abordagem, que diz respeito à escolha metodológica; e o risco técnico, ligado à obtenção dos dados”, pontuam.
Para maiores informações, confira o edital.
Outro edital
Além da 3ª chamada, o Instituto Serrapilheira também está com inscrições abertas para a 8ª chamada pública de apoio à ciência, voltada a cientistas em fase de consolidação de carreira com projetos nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação. Confira aqui o edital.