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Carolina Cerqueira
Publicado em 1 de março de 2025 às 11:00
A chuva veio com força para o Carnaval de Salvador, mas não suficiente para afastar o calor. No meio da multidão, quando as gotas que caem do céu dão uma trégua, são as gotas escorrendo das testas que aparecem. Embalados pelo som do trio, os pés se sacodem embaixo enquanto os leques e abanadores se sacodem em cima.>
Segundo a plataforma de vendas online Shopee, os leques estão na lista dos itens mais buscados e vendidos do Carnaval. No Brasil, a venda de leques no site e aplicativo da marca cresceu 100% de 2024 para 2025. Na Bahia, o aumento foi de 30%.>
Depois dos picos de temperatura registrados desde o período dos festejos de Iemanjá, a chuva não é surpresa. No dia 19 de fevereiro, Salvador registrou 35,8°C, sendo a maior temperatura do verão na capital até o momento. >
Segundo a meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) Cláudia Valéria, fevereiro de 2025 foi mais quente do que o do ano passado. A máxima do mês em 2024 ficou m 34,7ºC. Quanto ao período todo de verão, no entanto, o ano passado sai na frente, já que chegou à temperatura de 36,3ºC. >
O final do mês foi com nebulosidade e temperaturas um pouco mais baixas, até a chegada da chuva na madrugada de quarta-feira (26) que se estabeleceu com intervalos de trégua e mormaço. >
A previsão da Defesa Civil de Salvador (Codesal) é de chuva e calor para todo o Carnaval, com temperaturas chegando a 34ºC. O mesmo acontece no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, mas a capital baiana terá o maior volume de chuva dessa lista, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).>
A psicóloga Franciele Luz, de 25 anos, já se preparou comprando um leque. Desde o ano passado ela compra o artefato para o Carnaval, mas o desse ano foi maior para fazer mais vento. >
“Tem horas que é impraticável estar no Carnaval sem algo que possa amenizar, fazer uma brisa que seja. E é bom que pode fazer sombra também. Com muita gente e muito aperto, é calor na certa”, diz. >
Cláudia Valéria explica que as regiões Sul e Sudeste do país estão mais quentes. No dia 28, a quinta onda de calor do ano foi iniciada por lá. A Bahia e outros estados do Nordeste ficam de fora da conta por já terem temperaturas mais elevadas, como explica a meteorologista. >
“Para ser uma onda de calor, é preciso ter temperatura cinco graus acima da média por três dias consecutivos. É mais fácil acontecer isso no Sul e Sudeste, mas continuamos com altas temperaturas no Nordeste”, diz. >
Iniciativas >
Para amenizar o calorão durante o Carnaval, banhos de mangueira de carros-pipa estão sendo utilizados nos blocos infantis, através de uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). >
A Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) instalou aspersores com jatos de água no pórtico da passarela do Campo Grande. “Além de proporcionar um alívio imediato para os foliões e trabalhadores, esses sistemas auxiliam na hidratação do ambiente, tornando o espaço mais confortável”, afirma o secretário Ivan Euler. >
O Governo do Estado, através da Embasa, instalou cinco ilhas de hidratação na Barra-Ondina, Campo Grade e Terreiro de Jesus. Em cada ilha, o folião terá acesso gratuito a água potável a partir de bebedouros, além da distribuição volante de copos de água no circuito Barra-Ondina. >
Dicas >
O alerta da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) é para o risco de superaquecimento do corpo quando exposto a altas temperaturas. Para minizar os impactos, a dica é utilizar boné, óculos e protetor solar, além ingerir bastante água. >
O nutricionista Gustavo Pimentel, da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban) afirma que o ideal é que os foliões já saiam de casa hidratados e, nos circuitos, bebam cerca de 200 ml de água (o equivalente a um copo pequeno) a cada trinta minutos. >
Ele alerta que apenas molhar os lábios ou jogar água na cabeça e no rosto não contribui com a hidratação. “Ajuda na sensação de alívio de calor por conta das glândulas térmicas na região da cabeça, pescoço e ombros”, explica. E quanto mais bebida alcoólica ingerida, maior o alerta. >
“Todas as bebidas alcoólicas aumentam a diurese, então a pessoa fica com a tendência de ir mais vezes ao banheiro eliminar essa água ingerida. As bebidas destiladas têm esse efeito maximizado e, se combinadas com bebidas energéticas, pior ainda porque elas contêm cafeína, que também tem efeito diurético”, afirma Gustavo. >
Os sucos e, principalmente, a água de coco, podem ser grandes aliados dos foliões para a reidratação. A sede por si só já é um indicativo de hidratação inadequada e sinais como fraqueza, câimbra, tontura e sensação de vista escurecendo são grandes alertas de desidratação.>
Barra/Ondina - 10h às 22h >
Rua Airosa Galvão (próximo ao restaurante Barravento)>
Morro do Gato (em frente ao Camarote Brahma)>
Av. Oceânica (próximo às Gordinhas de Eliana Kertész)>
Campo Grande - 8h30 às 19h>
Largo do Campo Grande>
Centro Histórico - 8h30 às 19h>
Terreiro de Jesus>
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