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'Padrão de excelência com a menor mensalidade possível', diz reitor da Ucsal, sobre novo curso de Medicina

Sem fins lucrativos, Faculdade Católica de Medicina deve ser instalada em Camaçari; em entrevista ao CORREIO, o professor Deivid Lorenzo falou sobre a implementação

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 11:00

Professor Deivid Lorenzo, reitor da Ucsal, fala sobre a nova Faculdade Católica de Medicina da Bahia
Professor Deivid Lorenzo, reitor da Ucsal, fala sobre a nova Faculdade Católica de Medicina da Bahia Crédito: Marina Silva/CORREIO

Uma das instituições mais tradicionais da Bahia, a mantenedora da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) deu um passo importante tanto para sua própria história quanto para um movimento que tem o potencial de afetar e reorganizar o ensino privado de Medicina no estado.

No último dia 31, o Ministério da Educação (MEC) divulgou a lista das universidades e faculdades que tiveram propostas habilitadas para novos cursos de Medicina na Bahia. Dentre as 33 aprovadas no estado, está aquela que será chamada Faculdade Católica de Medicina da Bahia, futura instituição vinculada à Associação Universitária e Cultural da Bahia e que deve funcionar em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Será o segundo curso de Medicina em uma instituição privada filantrópica e sem fins lucrativos na Bahia, assim como o da Escola Bahiana de Medicina - que é conhecido por ter mensalidades mais acessíveis, além da própria tradição na área. O curso da Bahiana, inclusive, já foi também da própria Ucsal - quando as duas instituições eram vinculadas, no ano de nascimento da Católica, em 1961. Depois da separação, passou a ser apenas da Escola Bahiana.

Em entrevista exclusiva ao CORREIO, o reitor da Ucsal, o professor Deivid Lorenzo, falou sobre o processo de habilitação junto ao MEC, a matriz curricular e como deve ser a mensalidade da graduação, que terá um vestibular próprio. "Podemos ter o compromisso de manter o padrão de excelência com a menor mensalidade possível", garantiu.

Quando vocês decidiram implantar e pleitear o curso de Medicina da Católica?

Vou voltar bem ao início da história da faculdade, que tem mais de 60 anos. Já existia uma relação muito forte com os cursos de saúde e, no passado, com Medicina, quando existia uma relação com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Mas o destino levou a outro percurso e isso deixou de estar no horizonte, apesar do desejo de voltar a oferecer. Só que a gente não podia, nos últimos anos, oferecer o curso, sem passar pela regulamentação. O MEC estabeleceu critérios específicos e aconteceu agora o edital de abertura do programa Mais Médicos. Uma vez com esse edital, nos sentimos convidados a nos habilitar, por entendermos que a universidade, pelo seu contexto, história e tradição, tem a envergadura necessária.

Por que a escolha por Camaçari? Como será a ligação com a Ucsal, neste caso?

O edital tem o propósito de promover a interiorização dos cursos de Medicina no país inteiro. Por vezes, os cursos de Medicina nos grandes centros e grandes capitais fazem com que estudantes saiam de suas cidades, venham fazer os cursos na capital e não necessariamente voltem. Interiorizar significa ter essa formação nos próprios locais onde se faz necessário ter essa força. O edital não prevê a cidade de Salvador e esse é um impedimento objetivo.

"Entendemos que Camaçari, pela proximidade e por já termos uma relação com os estudantes que já saem para estudar em Salvador, nos deixava confortáveis. É um polo de grande crescimento"

Deivid Lorenzo

Reitor da Ucsal

Abriram outros territórios e entendemos que Camaçari, pela proximidade e por já termos uma relação com os estudantes que já saem para estudar em Salvador, nos deixava confortáveis. É um polo de grande crescimento, que arregimenta não apenas a comunidade de Camaçari e a região limítrofe.

Para fins regulatórios, a Faculdade Católica de Medicina nasce com a mesma identidade e valores da Ucsal, a mesma missão perseguida pela Ucsal. Mas ela nasce como um projeto independente. Nasce dentro da mesma mantenedora e inspirada na Ucsal, mas, formalmente, é uma entidade que ganha essa autonomia.

Já se sabe onde vai ficar o campus?

Onde vai ser é um passo que vem depois, a partir da finalização do edital. A gente aguarda mais informações. Temos projetado, mas não consigo dizer qual será o local exato onde (a faculdade) vai se estabelecer.

Como tem sido pensada a matriz curricular do curso?

Isso é muito fluido também, mas temos a matriz já oferecida. Ela é inspirada na formação humanística da própria Ucsal. A matriz pretende dar o arcabouço, como fazem os demais cursos, mas compreendemos a excelência acadêmica com formação profissional e formação ética. Esse é o diferencial que podemos oferecer.

Para quando podemos esperar?

O edital sequer assegura quando será publicado o ato autorizativo. A próxima etapa tem publicação prevista para o final de março e o processo com a declaração final das entidades vencedoras está previsto para maio. A partir daí, anunciada a decisão final, precisamos aguardar os outros passos burocráticos do MEC, como a publicação do ato autorizativo.

Torcemos para que seja logo, porque esse edital está se alongando. Passamos por algumas intempéries, inclusive climáticas, no ano passado, com o Rio Grande do Sul, que deram maior prazo. Estou na torcida para que se concretize.

Pensar em 2026 é possível. Assim que o ato autorizativo for publicado - e torcemos para sermos contemplados -, enviaremos todos os esforços para dar a grande e feliz notícia para a região de Camaçari de que teremos a faculdade.

Para o segundo semestre de 2025, então, é improvável?

Para esse ano, acho difícil, porque precisaria desses outros passos burocráticos para consolidar a faculdade lá.

A implementação de um curso de Medicina é custosa. Como vocês têm feito esse investimento inicial? A venda do campus da Federação pode ter algo a ver com esse movimento?

São coisas que vão casando mesmo. O desejo é que a gente tenha um aporte dado pela própria entidade, mas é uma ideia de educação em rede com a educação católica, com o trabalho com entidades público-privadas e com instituições com interesse pela Ucsal no âmbito da saúde.

Professor Deivid Lorenzo, reitor da Ucsal, fala sobre a nova Faculdade Católica de Medicina da Bahia
Professor Deivid Lorenzo, reitor da Ucsal, fala sobre a nova Faculdade Católica de Medicina da Bahia Crédito: Marina Silva/CORREIO

A Católica é uma instituição sem fins lucrativos, conhecida pela sua qualidade. Temos aqui o exemplo de uma faculdade de Medicina sem fins lucrativos bem concorrida, que é a Bahiana. Podemos esperar que as mensalidades praticadas pela Católica sejam nos moldes da Bahiana?

Isso eu posso, de fato, deixar muito evidente. A Faculdade Católica é uma entidade filantrópica. Está no segmento privado, mas guarda identidade fisiológica distinta. Seu desejo, em termos jurídicos, não é de aferição de lucro. A gente não trabalha com o conceito de lucratividade, mas de qualidade e formação de excelência e humanística, muito embora estejamos no segmento privado.

"O que isso indica? A oferta de um curso que não almeja conferir um alargamento dos cofres da universidade, mas que consiga pagar os custos. As mensalidades vão ser nessa lógica, que é o que já acontece com todos os cursos da Católica"

Deivid Lorenzo

Reitor da Ucsal

Por uma questão de informação mais cristalina, não podemos dizer que seriam os mesmos parâmetros da Bahiana, por viabilidade financeira e por ser em outra cidade. Mas a gente vai sempre trabalhar com uma régua diferente da lógica do mercado. Nossa instituição irmã,que é a Bahiana, desenvolve também como entidade filantrópica. Mas se vai ficar próximo ou não, ainda não consigo dizer.

Mas podemos assumir que a mensalidade não será R$ 14 mil, 15 mil?

Não será. Podemos ter o compromisso de manter o padrão de excelência com a menor mensalidade possível. É um projeto diferenciado, que permite ter um produto com esta envergadura, em Camaçari, de modo muito distinto de uma proposta de mercado.

Quantas são as vagas pleiteadas?

Pleiteamos 60 vagas anuais, porque isso tem a ver com o edital, que tem parâmetros específicos. Ele vem numa outra tônica governamental e tem a ver com o impacto de leitos de SUS que a gente consegue conferir, de modo muito responsável e cuidadoso.

Como será a parte prática, que envolve os hospitais e unidades básicas de saúde?

O planejamento está bem avançado. A gente tem uma relação de muita abertura nesse sentido, seja com a iniciativa privada, seja com a pública. A chegada de uma instituição inspirada pela Ucsal é algo muito bem-vindo para os municípios da região e a gente tem sido acolhidos de modo muito cuidadoso.

Já temos alguns professores, porque o fato de já termos uma escola de saúde consolidada nos deixa muito tranquilos e confortáveis. Já temos um projeto de corpo docente especificamente médico. Podemos assegurar que é um grupo de excelência, como a universidade não abre mão.

Quanto à parte prática nos hospitais e outras entidades de saúde, toda essa articulação já está sendo feita porque, no próprio projeto, precisa apresentar o mínimo de viabilidade.