Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O sarampo está de volta no Brasil? Entenda risco dos três casos registrados no país este ano

Brasil recuperou o certificado de país livre do sarampo em 2024, depois de perdê-lo em 2018

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira
  • Carolina Cerqueira

Publicado em 6 de abril de 2025 às 05:00

Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo
Reforços na vacinação começam no Rio de Janeiro neste sábado (7) Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A semana começou com mais um sinal de alerta. O Ministério da Saúde anunciou, no dia 1º, um milhão de doses extras da vacina tríplice viral contra o sarampo para o Rio de Janeiro. A imunização vai ser destinada a nove cidades do estado classificadas como "prioridade". A iniciativa começa neste sábado (7). O principal objetivo é não deixar o Brasil perder — novamente — o certificado de país livre do sarampo.

O motivo da preocupação são os três casos da doença registrados em 2025: dois em duas crianças de São João do Meriti (Rio de Janeiro) e um em uma mulher do Distrito Federal que fez uma viagem internacional. Todos os pacientes se recuperaram e não há confirmação de que transmitiram o sarampo para outras pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

O Brasil conquistou o status de país livre do sarampo em 2016. A certificação é concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Em 2018, no entanto, devido à baixa cobertura vacinal, o vírus voltou. Em 2024, o certificado foi recuperado.

Segundo o Ministério, entre 2018 e 2024, "o Brasil registrou surtos de sarampo relacionados à queda na cobertura vacinal, intensificada durante a pandemia por conta da disseminação de desinformação, inclusive por figuras públicas e gestores."

Em 2024, a cobertura voltou a ser positiva. A primeira dose da tríplice viral atingiu 95,22%. A segunda alcançou 79,73% — um avanço em relação a 2022, que teve índices de 80,7% e 57,64%, respectivamente.

O órgão defende que os três casos registrados são pontuais e não comprometem a certificação do Brasil reconquistada em 2024. "O sarampo ainda circula em outras partes do mundo, podendo eventualmente ser introduzido no território nacional. A resposta rápida por parte do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de saúde tem sido fundamental para impedir a transmissão do vírus", respondeu em nota.

Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo
Criança se vacinando contra o sarampo Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao final de 2024, uma publicação da Opas/OMS alegava baixa cobertura vacinal a nível mundial, bem como aumento de números nas demais regiões do planeta, com exceção das Américas. O aumento afetou, principalmente, as regiões de África, do Mediterrâneo Oriental, da Europa, do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental.

Procurada, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que nenhum caso de sarampo é confirmado na Bahia desde 2023. Em 2024, foram notificados 98 casos de sarampo no estado, sendo todos descartados. Em 2025, até sexta-feira (4), cinco casos suspeitos haviam sido notificados e descartados.

Quanto à cobertura vacinal na Bahia, seguindo os dados mais recentes, de 2024, a primeira dose da tríplice viral alcançou 98,46%, superando a meta de 95% estabelecida pelo órgão federal.

Para a infectologista do Laboratório Leme — da Rede Dasa — Sylvia Lemos, qualquer quantidade de casos confirmados é preocupante. Ela alerta que trata-se de um vírus com alto potencial de transmissão e que a doença tem longo período de contágio.

O que é sarampo?

A doença ainda apresenta diversos sintomas que podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças virais. A transmissão do sarampo também acontece de pessoa para pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Segundo a infectologista, a transmissão pode acontecer até quatro dias antes e quatro dias depois do aparecimento dos primeiros sintomas e deve-se tomar cuidado, principalmente, com ambientes fechados.

Alguns dos sintomas são tosse, nariz escorrendo, irritação nos olhos (que ficam vermelhos e inchados), mal-estar. Logo em seguida, aparecem as manchas vermelhas pelo corpo. "Elas se espalham pela cabeça, tronco, pés, braços. Também podem aparecer manchas brancas nas bochechas logo no início", descreve Sylvia Lemos.

Manchas vermelhas são um dos sintomas do sarampo
Manchas vermelhas são um dos sintomas do sarampo Crédito: Shutterstock

"A febre também pode estar presente e, se persistir, é um sinal de gravidade. A preocupação deve estar, principalmente, voltada para crianças e idosos", complementa.

Algumas das possíveis complicações do sarampo são: pneumonia, otite (infecção no ouvido), encefalite aguda (inflamação no cérebro) e morte. Uma a três a cada mil crianças doentes podem morrer em decorrência de complicações da doença, informa o site do Ministério da Saúde.

Vacina

A medida mais efetiva para a prevenção do sarampo é a vacinação. Ela é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas de 12 meses a 59 anos.

A infectologista Sylvia Lemos instrui que os pais e responsáveis devem vacinar os pequenos com a primeira dose quando eles completarem 12 meses, e com a segunda dose aos 15 meses.

A especialista recomenda ainda que pessoas acima dessa idade que não tenham sido vacinadas ou que tenham perdido o cartão de vacinação e não saibam se foram imunizadas, procurem os postos.

"Quem tem de 1 a 29 anos, deve tomar as duas doses. Já quem tem entre 30 e 59 anos, uma dose", orienta Sylvia. Vale ressaltar que, de acordo com informações do site do Ministério da Saúde, a vacina tríplice viral é contraindicada durante a gestação.

Sylvia acrescenta que as doses de reforço devem entrar na preocupação das instituições de saúde. "Em geral, as vacinas são para a vida toda, mas estamos vivendo cada vez mais e o esquema vacinal deve ser repensado porque existe a possibilidade da imunidade diminuir com o tempo", finaliza.