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Carolina Cerqueira
Publicado em 18 de janeiro de 2025 às 02:00
Bruno Machado, de 47 anos, cresceu tendo a praia do Porto da Barra, em Salvador, como segunda casa. Ainda bem pequeno, foi ensinado pelo pai a boiar, mergulhar, nadar, surfar e atravessar ondas. O pai era economista e tinha a água salgada como válvula de escape. Assim Bruno também o fez, mas com a sagacidade de perceber que a liberdade que tinha no mar não era alcançada por todo mundo.
“O mar é traiçoeiro!”, ouvia ele de muitas bocas. E aquilo ia lhe dando um aperto no peito. Até que resolveu tentar ensinar às pessoas a como ter essa mesma liberdade. Em 2018, nasceu o Alfabeto do Mar.
Tendo Bruno como professor, o curso já tem seis edições. Sempre com turmas lotadas, já foi ministrado até mesmo no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Há cerca de um ano, acontece em parceria com a Fundação Aleixo Belov, no próprio Museu do Mar. A união se deu após uma visita do famoso navegador ucraniano radicado na Bahia à Galeria Vivá, onde o curso foi criado.
O objetivo é derrotar o medo tendo o conhecimento como arma. Os alunos são ensinados a decifrar a leitura dos ciclos do mar, dos ventos e das fases da lua, inclusive, com o auxílio da tecnologia. Tudo para que os momentos no mar, nadando, remando ou surfando, por exemplo, sejam apenas de relaxamento. Nada de preocupação!
"Eu acho que é uma pena as pessoas encararem o mar como traiçoeiro. Eu vejo como algo que traz cura, paz. Acreditando que esse pensamento é falta de informação, tive a ideia do Alfabeto do Mar", explica Bruno.
O que é ensinado?
Com os ensinamentos, os alunos vão ser capazes de fazer leitura das marés, sabendo quando estarão altas e baixas, e identificar quais são os locais com mais e menos vento e, consequentemente, os melhores para tomar aquele banho de mar calmo dos sonhos.
Para quem quer fazer passeios mais longos no mar ou até mesmo viagens, o Alfabeto do Mar também ensina a fazer a previsão da pressão atmosférica e a leitura da temperatura da água, antevendo frentes frias. “A gente quer destrinchar essas informações todas de forma prática e didática. É uma alfabetização mesmo da leitura do mar”, explica Bruno Machado.
A próxima edição do Alfabeto do Mar será no dia 25 de janeiro, na Fundação Aleixo Belov, que fica no Santo Antônio Além do Carmo, número 368. O horário é das 10h às 13h. Os ingressos custam R$86 e estão à venda na plataforma Sympla, no link https://bit.ly/3CktmFp.
Para uma melhor experiência, é recomendado que o aluno baixe o aplicativo Windfinder. Também é sugerida a posse de lápis ou caneta e calculadora enquanto companheiros durante a aula, que não pode ser gravada.
O curso acontece sempre no último sábado do mês. “As aulas são para quem frequenta o mar, seja um remador, um nadador, alguém de uma equipe de salvamento. É para admiradores do mar e para quem tem medo dele”, acrescenta Bruno.
Paixão pelo mar
Quanto mais intimidade com as águas, mais coragem para explorar até mesmo os esportes aquáticos. Em 2010, a Galeria Vivá surgiu como o primeiro local para guardar equipamentos marítimos em Salvador, ao passo que o remo e a canoagem conquistavam os corações dos brasileiros.
Bruno deixou de lado a paixão pelo boxe para abraçar de vez a velha paixão pela água. Atualmente, a Galeria Vivá, que fica bem em frente ao Forte Santa Maria, abriga 110 barcos de clientes e conta com quatro pessoas na equipe de colaboradores.
“Oferecemos vagas para as embarcações e aluguéis de equipamentos, mas também cursos teóricos, aulas práticas, passeios e trips para as ilhas. Temos a remada do pôr do sol e a remada da lua cheia. A próxima será no dia 13 de fevereiro, do Porto da Barra até o Museu de Arte Moderna (MAM), com cinco quilômetros ida e volta”, finaliza Bruno.
Data: 25 de janeiro
Hora: 10h às 13h
Local: Fundação Aleixo Belov, Santo Antônio Além do Carmo, número 368
Preço: R$86
Onde se inscrever: Sympla
Instagram: @bruno_machado_alfabeto_do_mar
WhatsApp: (71) 9188-4986
Site: alfabetodomar.com.br