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Carolina Cerqueira
Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 11:05
Eles estão confinados numa casa sem acesso a celular ou qualquer outro aparelho com internet, mas os perfis deles nas redes sociais estão mais ativos do que nunca. Enquanto os participantes do Big Brother Brasil estão offline, equipes de comunicação ficam responsáveis por agir por eles no Instagram, Facebook, TikTok, Kwai, Telegram , WhatsApp e X (antigo Twitter).>
As equipes chegam a ter mais de 50 pessoas e costumam ser divididas por plataforma e por turno de trabalho.>
Tem quem publique stories, quem compartilhe informações nos grupos de WhatsApp de fãs, quem grave o pay per view, quem corte os vídeos, quem tire prints para gerar fotos e por aí vai. Todos a postos para identificar os melhores momentos do participante e usá-los para construir nas redes a narrativa que interessa.>
A social media baiana Letticia Huanna, de 23 anos, lembra que, quando trabalhou na equipe de Gabriel Santana (BBB23), a prioridade era os momentos em que ele estava falando de jogo. “Queríamos desconstruir a imagem que o pessoal tinha de que ele era planta”, diz. >
Já para Bruna Griphao (BBB23), o objetivo era alavancar a carreira musical dela e a prioridade para a equipe eram os momentos em que ela cantava no programa. É o que conta a analista de marketing carioca Dudy Rezende, de 23 anos, que trabalhou na equipe da atriz.>
Ter uma equipe para administrar os perfis não é obrigatório. O que a Globo exige, segundo Débora Dias, amiga e empresária de Eslovênia (BBB22), é que o participante informe quem será o procurador legal dele. “É um representante aqui fora. Eu fui essa pessoa para Eslovênia. Eles disseram para mim que eu ia ser a Eslovênia 2”, conta. >
“Fizemos reuniões e eles passaram diversas regras sobre as redes sociais. Era tudo muito profissional. Imagina como deve ser para uma pessoa que não entende nada disso, um amigo ou familiar do participante”, reflete Débora. >
Há um limite de duas postagens de gravações de câmeras do programa por hora e cada uma delas só pode ter, no máximo, um minuto. A equipe também não pode retirar as logos da Globo e do BBB dos vídeos e, muito menos, editar filmagens, fazendo um compilado de momentos do participante, por exemplo. Também nada de manipular imagens para gerar memes. >
“A Globo derruba os vídeos que não seguem as regras e, a depender, derruba os perfis. Esse ano, já derrubou diversos perfis. Muitas equipes acham que não vai ter problema, mas a Globo fica na cola, eles fiscalizam mesmo”, diz Letticia Huanna. >
Quando o participante sai da casa, já encontra alguém da equipe no hotel para atualizá-lo de tudo o que aconteceu e prepará-lo para a maratona de entrevistas e participações. >
“Eu fui encontrar Eslô no hotel, fiquei no quarto esperando por ela. Ela ficou louca quando soube que tinha fãs. Passei a noite passando a visão geral, os pontos fortes dela, contando dos cancelamentos, quem era amigo dela de verdade no jogo, o porquê dela ser eliminada”, lembra Débora. >
O social media baiano Samuel Amaral, de apenas 17 anos, conta que, geralmente, o participante passa por um período de adaptação depois que sai do programa e só retorna inteiramente às redes depois de um tempo. É o momento de definir se um social media, uma agência de gestão de carreira ou um empresário, por exemplo, entrarão na jogada para o período pós-BBB. >