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BBB: Quanto participantes gastam com equipes que administram seus perfis nas redes

Dívidas e golpes estão inseridos no universo que estabelece uma nova profissão em jogo

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira
  • Carolina Cerqueira

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 11:00

Participantes do BBB25
Participantes do BBB25 Crédito: Reprodução / Gshow

Eles estão confinados numa casa sem acesso a celular ou qualquer outro aparelho com internet, mas os perfis deles nas redes sociais estão mais ativos do que nunca. Enquanto os participantes do Big Brother Brasil estão offline, equipes de comunicação ficam responsáveis por agir por eles no Instagram, Facebook, TikTok, Kwai, Telegram , WhatsApp e X (antigo Twitter).

Hoje não é mais possível pensar um BBB sem isso. Todo mundo quer ganhar seguidores, conquistar fãs, passar uma boa imagem, fechar contratos de publicidade com marcas. O custo de tudo não é nada modesto e quem não tem dinheiro para investir já sai do programa endividado.

Quando a edição deste ano começou, o ex-BBB baiano Lucas Pizane usou as redes sociais para dizer que nem tudo são flores e lembrou que saiu da casa devendo R$15 mil para a equipe de comunicação que contratou. Ele só passou nove dias no programa de 2024, quando foi divulgado que os participantes ganhavam R$500 por semana. Para quem fica até o final, a média de custo com as redes é de R$100 mil, segundo profissionais da área.

“Toda pessoa que decide encarar uma participação em um reality sabe que é preciso ter uma boa gestão nas redes sociais. Sempre foi clara a importância de buscar pessoas capacitadas para isso. Decidi delegar ao meu melhor amigo a missão de encontrar profissionais da área para assumir meus perfis”, contou Pizane ao CORREIO.

A analista de marketing carioca Dudy Rezende, de 23 anos, conta que já chegou a receber uma média de R$2 mil por mês como líder de equipe. “Depende do tamanho do participante, do objetivo dele, do quanto ele tem para investir”, explica. A social media baiana Letticia Huanna, de 23 anos, complementa que também depende da função de cada membro do grupo.

“Eu já cheguei a receber R$200 por mês só para atualizar stories no Instagram. Mas também já recebi R$1.600 quando tinha um valor de R$6 mil para a equipe dividir. Quem tinha cargo mais alto ficava com mais”, explica ela, que mora em Itabuna e já atuou nas redes dos ex-participantes Bruna Griphao, Gabriel Santana, Giovanna Lima e Fernanda Bande. Este ano, integra a equipe da baiana Aline Patriarca, dividindo o tempo com o estágio do curso de Direito.

O baiano Samuel Amaral, de apenas 17 anos, mora em Feira de Santana e concilia a atuação de social media com os estudos do colégio. “Geralmente, a equipe é bem nova mesmo. Tem gente de muitas áreas diferentes e de estados diferentes. Se você for bem no que faz, a formação é a última coisa que vão procurar”, afirma.

Gabriel Santana, participante do BBB23 no grupo Camarote, lembra que a equipe dele começou com cinco integrantes e terminou com 30. “As remunerações estavam em contrato, tudo negociado. O pessoal foi recebendo ao longo do programa porque eu dei uma procuração para o meu pai fazer esses pagamentos pela minha conta. Mas é complicado porque você tem que investir mesmo, a ajuda de custo [que a Globo paga] não cobre nem esses gastos com a equipe de comunicação”, revela.

Gabriel Santana (ex-BBB23) com a mãe e a irmã
Gabriel Santana (ex-BBB23) com a mãe e a irmã Crédito: Arquivo Pessoal

O investimento pode ser recuperado depois da saída do programa, com o dinheiro ganho com publicidade. No caso da participante do BBB22 Eslovênia Marques, os contratos assinados já previam que o pagamento só seria feito depois.

“Tudo só seria pago depois de 60 dias que ela saísse do programa porque era o tempo de ela começar a ganhar dinheiro com publicidade. Dentro do hotel mesmo, no dia que ela saiu, já fizemos uma com o McDonald’s, mas esses pagamentos demoram para cair na conta”, diz Débora Dias, amiga e empresária de Eslovênia, que ficou responsável pela gestão das redes da participante e hoje é CEO e diretora do Influence Group, escritório que administra carreiras de influenciadores.

“A minha equipe era composta pelos meus amigos que atuavam na área de marketing, mas eu fiz questão de assinar contrato com todo mundo porque eu sabia que era o trabalho deles, eu tinha que valorizar. Saí devendo, mas pelo menos era para os meus amigos”, brinca Eslovênia.

Eslovênia com a equipe de comunicação formada por cinco amigos
Eslovênia com a equipe de comunicação formada por cinco amigos Crédito: Arquivo Pessoal

Débora assumiu a gestão de carreira da amiga depois de receber diversas propostas de grandes agências. “Ela ainda estava na casa e eu já recebia os e-mails. É muito assédio e fico imaginando como é para os Pipocas que não entendem do ramo porque prometem mundo e fundos. Sei de várias famílias de participantes que assinaram contratos e levaram golpes”, alerta.