O crescimento do Brasil precisa passar pela Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2022 às 04:45

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Como já se cogita, deverá ocorrer um rearranjo do planejamento em consequência do Laissez-faire gerado pelo Regime de Autorização do Novo Marco Regulatório. Apesar disso, é possível que se abra a oportunidade para a Bahia se reposicionar apresentando seus pleitos de expansão da sua malha ferroviária. Isto coloca para o governo estadual e empresariado local o dever de fundamentar bem estes pleitos.

É importante que se elabore um PEEF (Planejamento Estadual Estratégico Ferroviário) e o defenda sob o argumento do quanto a Bahia é um nada em hidrovias, possui portos pouco explorados e de baixa eficiência, uma escassa malha rodoviária, pouquíssimas e desgastadas ferrovias. Assim se entende e justifica a necessidade de investimentos em infra logística de transportes, que não pode ficar apenas na mão do privado.

A Bahia precisa vender bem suas potencialidades, fundamentar seus pedidos e ir além de suposições. O PEEF pode direcionar o melhor cenário para as ferrovias do estado e não ficar, apenas, na discussão da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) ou Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). A Bahia é maior que apenas esses dois traçados e precisa ser discutida de forma plural. O contrato da FCA se encerra daqui a 4 anos, um prazo exíguo para planejar o futuro, pois a renovação da FCA nos permitirá utilizar o momento para direcionar o futuro ferroviário baiano e planejar esta transição. E, ainda, por que não estudar no Planejamento Estratégico uma shortline ligando Feira de Santana ao porto de Aratu, ou o sonhado trem de passageiros conectando as principais cidades da região metropolitana, e quem sabe a bitola larga ou mista para o trecho da linha sul.

Outra alternativa pode ser dividir a malha da Bahia. Temos que aproveitar o momento da renovação da FCA e repensar as ferrovias do estado. Na época da privatização, em 1996, apenas um concessionário poderia circular na linha e gerava monopólio e, agora, não temos mais isso graças à regulação brasileira. Nesse caso, podemos ter várias ferrovias com operadores diferentes e esses se conectarem pelo direito de passagem. Dividir a malha não significa perder conexão, podemos continuar levando o trem ao Sudeste do Brasil, e ter investimentos mais direcionados devido ao tamanho da malha que ficará com cada operador, gerando concorrência e possível impacto no valor das tarifas.

Precisamos superar o passado, olhar para frente e planejar o futuro logístico do estado da Bahia, que tem grandes oportunidades. Precisamos fazer o PEEF e, quando estiver pronto, chamar grandes empresas para conhecer as oportunidades. Vamos mudar a Bahia e fazer o crescimento do Brasil passar por aqui.

Rafael Vasconcelos é engenheiro civil com especialização em Gestão de Transporte Urbano e em Logística de Transporte, também é consultor especialista em ferrovia.