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Da Redação
Publicado em 16 de março de 2022 às 04:53
- Atualizado há 2 anos
Uma das melhores formas de fazer a diferença é apoiar quem já está fazendo. O doador brasileiro sabe disso: 37% daqueles que têm o hábito de contribuir para alguma causa o fazem para organizações e iniciativas socioambientais, como aponta pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) em 2020. Mas e se fosse possível apoiar não só um projeto específico das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) nas quais confiamos – mas fortalecer essas instituições como um todo?
No Terceiro Setor, o apoio à gestão e às equipes responsáveis pelo impacto social é conhecido como ‘fortalecimento institucional’. E é mais necessário do que parece.
Segundo o Censo GIFE 2020, pesquisa que analisou mais de 130 instituições do setor de investimento social e da filantropia, 19% das organizações não têm suas demonstrações financeiras auditadas por uma organização independente. Outras 12% não têm estatuto. E, dentre as que possuem esse importante instrumento, apenas 36% a disponibilizam para acesso público.
Ações como estas podem parecer distantes para muitos doadores (e até para as próprias instituições). Mas ter uma gestão fortalecida não vai de encontro ao impacto social gerado por uma organização. Ao contrário: ela o potencializa.
Na Fundação Norberto Odebrecht, sempre acreditamos nisso. É assim que funciona, por exemplo, o Programa Social que coordenamos, o PDCIS: as organizações locais, parceiras na realização da iniciativa, compõem uma rede de impacto em prol do desenvolvimento sustentável, e recebem da Fundação apoio institucional para desenvolverem uma gestão mais robusta e alinhada com as melhores práticas de Governança e Conformidade.
O reflexo dessa gestão diferenciada pode ser percebido nos últimos anos: uma das instituições parceiras foi reconhecida como melhor ONG ambiental do país em 2019; outras receberam investimentos do Criança Esperança e de empresas como Nubank, Bayer, Braskem, Ocyan, Santander e Cargill, e todas elas tiveram suas prestações de contas auditadas.
O fortalecimento institucional, em outras palavras, é o “ensinar a pescar” do Terceiro Setor. Ele não torna dispensável o apoio financeiro para que OSCs continuem fazendo seu papel, mas sim abre um caminho para que o setor se profissionalize e se torne cada vez mais independente. Aliás, ter uma gestão eficiente torna essas instituições ainda mais atrativas para investidores sociais, que naturalmente desejam doar para organizações confiáveis.
E com o apoio de mais doadores, mais voluntários e mais investidores sociais, consequência dessa gestão eficaz, regular e transparente, é que as OSCs poderão fazer ainda mais o que fazem de melhor: promover a transformação social.
Fabio Wanderley é superintendente da Fundação Norberto Odebrecht (@fundacaonorbertoodebrecht).