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De Brumadinho a Londres: 'Ação do homem no planeta é determinante para clima', destaca especialista


 

Especialista em Sustentabilidade diz que apenas recentemente se começou a pensar sobre impactos da ação humana sobre o ambiente

  • Donaldson Gomes

Publicado em 31/07/2024 às 05:00:00
Augusto Cruz, da AC Consultoria. Crédito: Arisson Marinho/ARQUIVO CORREIO

Final da década de 80, alerta global quanto a impactos na camada de ozônio. Campanhas de conscientização e alertas contra o uso de determinados gases nos sprays aerosol ajudam a equacionar a questão. O desfecho é o que se deve desejar em relação ao desafio das mudanças climáticas, potencializada pela ação humana, analisa Augusto Cruz, sócio fundador da AC Consultoria.

“Desde o início da Revolução Industrial, nós mudamos bastante a nossa forma de interação com o planeta e com os demais terráqueos. Se formos pensar hoje nos fluxos de vida que influenciam o planeta, vamos falar da água, do ar, da flora e da fauna, mas precisamos falar também sobre o ser humano e os seus negócios. Não tem como dissociar o ser humano dos seus negócios”, diz.

Guga lembra que apenas recentemente se começou a pensar sobre a necessidade de uma atuação sustentável. “O mercado evoluiu muito no que diz respeito às relações de trabalho, no que diz respeito à eficiência das operações, para ter mais produtividade, porém só há poucos anos começamos a buscar uma relação mais equilibrada com o ambiente”, acredita.

As mudanças no estilo de vida da população têm um impacto direto nas transformações, destaca Guga Cruz. Há apenas três décadas, o aparelho celular nem existia e os computadores ainda chamavam a atenção, de tão raros que eram.

O desafio de uma transição fica claro quando se percebe que ainda não existem substitutos hoje para determinados produtos que são de origem fóssil, destaca o especialista em sustentabilidade. “Hoje ainda não existe um combustível de aviação capaz de substituir o atual. Temos também contradições com que lidar, como a destinação para as baterias dos carros elétricos. O uso de minerais especiais demanda cuidados também e, se vamos para a eólica, temos contradições relacionadas à fauna e à flora”, avalia.

Para ele, as respostas para o desafios passaram pelo desenvolvimento de novas tecnologias. “Eu acredito muito nas novas tecnologias, são elas quem vão permitir uma otimização no uso de fontes não renováveis, para precisemos cada vez menos delas, e também para potencializar as fontes de energia limpas, com um mínimo de contradições”, sugere.

Assista o videocast Transição Energética

Desastres causados pelo homem

1) Poluição em Londres - O Grande Smog de Londres, em 1952, causado por poluição industrial e condições climáticas adversas, resultou na morte de cerca de 12.000 pessoas e na adoção de legislações ambientais mais rigorosas.

2) Desastre de Minamata - A contaminação por mercúrio da baía de Minamata, no Japão, em 1956, pela Chisso Corporation resultou em doenças neurológicas graves em milhares de pessoas que consumiram peixes contaminados.

3) Desastre de Bhopal - A explosão de um reator nuclear, na Índia, em 1986, liberou uma grande quantidade de radiação, resultando em milhares de mortes imediatas e de longo prazo, além de contaminação ambiental extensa e evacuação de grandes áreas.

4) Desastre do Exxon Valdez - O derramamento de aproximadamente 11 milhões de galões de petróleo bruto no Prince William Sound, Alasca, em 1989, teve um impacto devastador sobre a vida marinha e os ecossistemas costeiros, resultando em um dos piores desastres ambientais da história.

5) Quebra de barragens - Os rompimentos das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), em Minas Gerais, causaram 289 mortes, além de danos ambientais e sociais massivos por conta da lama tóxica derramada nos leitos de rios.

O Projeto Transição Energética é uma realização do Jornal CORREIO, com o patrocínio da Unipar e Tronox, apoio institucional da Braskem e do Sebrae Bahia e parceria da AC Consultoria.