‘Você tem que falar, rapaz. Tem que se defender', disse mãe para Edilson
Dona Maria de Lourdes diz que chegou a ser hospitalizada, após prisão do filho, e que está com vergonha de sair na rua
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Alexandre Lyrio
alexandre.lyrio@redebahia.com.br
Nos quesitos boa praça e hospitalidade, Edilson teve mesmo a quem puxar. O CORREIO foi à casa de Maria de Lourdes da Silva Ferreira, mãe do Capetinha. Morando onde sempre morou, na Federação, dona Lourdes vive de portas abertas, assim como Edilson vive de portas abertas para o futevôlei com os amigos. Recebeu a reportagem com a simplicidade e educação de sempre.
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Quando soube da prisão do filho, na semana passada, dona Lourdes foi hospitalizada com hipertensão e labirintite. Com vergonha de sair de casa, ela diz que o filho não tem condições de pagar uma pensão de R$ 8 mil para o neto e garante que tem aconselhado Edilson a falar: "Ele tem que se defender". Confira depoimento completo da mãe do ex-jogador: "Muitas coisas que falam aí é mentira. Edilson não tá podendo pagar nada porque os bens dele estão tudo presos. Eu disse a ele para pegar um advogado e resolver isso. Pegar um bem dele, que é caro, e despachar o pessoal tudo para acabar o problema.
Ele não pode dar uma pensão cara. Ele não trabalha mais, ele não joga mais, como é que vai dar R$ 8 mil por mês? Aí fica difícil.
O pessoal fala: ‘Edilson pode pagar, pode fazer e acontecer’, mas só a gente é que sabe.
Eu já falei pra ele: ‘você tem que falar também, rapaz. Tem que se defender’."
Eu não estou saindo na rua. O pessoal fala: ‘Vergonha de que? Ele não roubou’. Mas mãe é assim, né? Se ver alguém falar, não vai gostar’. Tô deixando passar esses dias.
Ele não é disso (de não pagar o que deve). Um bom filho, um bom amigo para todo mundo. Ele não é só por mim, não. Ele é pela família toda e os amigos.
A gente fica vendo essas coisas e fica doente. Eu mesma fui parar no hospital. Mãe fica sentindo por dentro. Tenho pressão alta, apareceu labirintite, fiquei tonta.
Ele tá viajando e vai chegar amanhã (terça-feira, 22). Tá ganhando o trocadinho dele aí, mas não é muito, né?
Gente que trabalhou para ele e ele pagou no mesmo dia já botou ele lá em cima (na Justiça). Gente que ele já ajudou muito, botou do mesmo jeito. Um quer R$ 1 milhão, o outro quer R$ 1 milhão, o outro R$ 1 milhão. Haja milhão. Como é que pode? É um caso sério.
Ficam sujando ele, aí ninguém quer dar trabalho e nem nada. Só quando liberar as coisas dele é que ele pode fazer alguma coisa."