Um ano de manchas de óleo no Nordeste: relembre um dos maiores desastres do país
Até hoje a Marinha do Brasil não conseguiu apontar os culpados; veja retrospectiva com tudo que você precisa saber
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Da Redação
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O aparecimento de manchas de óleo nas praias do Nordeste (NE), um dos maiores desastres ambientais já registrados no país, completa um ano neste domingo (30). Em 30 de agosto de 2019, há exatos 366 dias, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou os primeiros vestígios de petróleo cru em Conde e Pitimbu, na Paraíba. Até fevereiro deste ano, foram recolhidas 5.379,76 toneladas de resíduos na costa, diz o órgão.
Na Bahia, o óleo chegou em outubro do ano passado, em Mangue Seco, no norte do estado, e atingiu Salvador no dia 10 daquele mês. Ao longo das semanas, as manchas foram se espalhando por todo o litoral baiano e chegou ao Parque de Abrolhos, em novembro. O Ibama informou que 459,49 toneladas do petróleo cru foram retiradas das praias baianas até fevereiro. Na capital, 14 praias foram atingidas, das quais foram retiradas 139,581 toneladas do óleo, segundo a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).
Centenas de pessoas se mobilizaram em diversas localidades do litoral para limpar os vestígios que apareceram nas praias. Com isso, alguns grupos surgiram, como o Guardiões do Litoral. Em Pernambuco, presos do regime semiaberto puderam participar das ações e reduzir a pena.
Uma operação da Polícia Federal foi deflagrada para identificar a origem do óleo na costa brasileira. Um navio grego, o Bouboulina, foi apontado como o responsável pelo derramamento do resíduo. A Marinha do Brasil diz que o óleo veio da Venezuela, mas até hoje não conseguiu apontar os culpados pelo desastre que causou impacto nos estados nordestinos e em parte do Sudeste.
Um ano após a chegada de óleo no Nordeste, a situação dos mares está pior do que era antes e o trabalho de pesquisa realizado pelo Instituto de Geociências da Ufba (Igeo) de identificação das novas manchas que apareceram em Salvador há cerca de dois meses foi congelado por conta da pandemia.
Exatos 366 dias depois do maior desastre no litoral brasileiro, o CORREIO fez uma retrospectiva com tudo o que você precisa saber sobre as manchas de óleo no Nordeste.
Setembro de 2019: Primeiros vestígios
Após atingir a Paraíba em agosto, o petróleo cru se espalhou por 46 municípios distribuídos em oito estados da região Nordeste do país - Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe. No dia 26 de setembro, 99 localidades já tinham sido afetadas pela substância. (Foto: Mariana Barroso/Arquivo Pessoal) Dois dias depois, no dia 28 de setembro, já eram 112 pontos em 53 municípios em 8 estados atingidos. (Foto: Adema/Governo de Sergipe) 3 de outubro de 2019: Manchas chegam na Bahia
A informação foi confirmada pelo Ibama e da Marinha. O ponto de contaminação é no distrito de Mangue Seco, na cidade de Jandaíra, no Litoral Norte. No mesmo dia, uma investigação do Ibama, com apoio do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF), apontou que o petróleo que estava poluindo todas as praias era o mesmo, e a origem não era do Brasil.
“Esse tipo de acidente nunca tinha acontecido aqui no Brasil. Normalmente, as manchas de origem desconhecida, que é o caso dessa, são de pequeno impacto e abrangem só um estado. É a primeira vez que a gente está vendo um acidente, sem poluidor conhecido, atingir tantos estados”, explicou, na época, a coordenadora geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo. Manchas de óleo que atingem mar no Nordeste chegam na Bahia (João Arthur/Tamar) 6 de outubro de 2019: Bolsonaro aciona órgãos
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acionou a Polícia Federal, as Forças Armadas e os institutos ambientais federais para investigar as causas e os responsáveis pelas manchas de óleo que atingiram o litoral do Nordeste. No mesmo dia, o governo de Sergipe decretou situação de emergência devido à extensão dos danos ambientais causados pelo óleo de origem desconhecida. Um gabinete de crise foi criado no Estado para acompanhar o caso.
7 de outubro de 2019: Presidente diz que governo não é responsável
O presidente Jair Bolsonaro indicou que o óleo derramado no litoral nordestino possivelmente era fruto de vazamento de algum navio e que não seria responsabilidade do governo brasileiro. De acordo com ele, as investigações já apontavam um país de origem do petróleo. O presidente não citou qual seria esse país. Segundo reportagem da revista Época, na última semana, um laudo sigiloso encaminhado pela Petrobras ao Ibama levantou a hipótese de que o petróleo era da Venezuela.
8 de outubro de 2019: Óleo chega à Praia do Forte
O óleo chegou a dois dos principais pontos turísticos do Litoral Norte da Bahia: a Praia do Forte e a Praia de Santo Antônio, ambas no município de Mata de São João. As manchas de óleo na praia de Sítio do Conde, no Litoral Norte (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Neste dia, já eram dez praias afetadas em cinco municípios baianos, segundo o Ibama: Mangue seco e Coqueiro (Jandaíra); Barra da Siribinha , Barra do Itariri e Sítio do Conde (Conde); Baixio e Mamucabo (Esplanada); Subaúma e Porto do Sauípe (Entre Rios); e Praia do Forte (Mata de São João).
Naquele mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o derramamento de óleo em praias do Nordeste poderia ter sido criminoso. Ele, no entanto, ponderou que as investigações ainda estavam em curso e evitou comentar sobre o envolvimento de outros países.
9 de outubro de 2019: Navio estrangeiro e 'assinatura' da Venezuela
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que a origem do vazamento de petróleo seria um "navio estrangeiro". Salles não citou, porém, nenhum outro detalhe sobre o assunto. Uma investigação feita pela Petrobras e pela Marinha, porém, identificou a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela no petróleo que apareceu nas praias do litoral nordestino.
O misterioso petróleo cru já tinha atingido uma faixa de cerca de 138 km de praia na Bahia, o que corresponde a mais de 10% do litoral. Mancha de óleo em Porto Sauípe (Marina Silva/CORREIO) 10 e 11 de outubro de 2019: Óleo chega a Salvador
O óleo que já era visto na Região Metropolitana desceu pelo Litoral Norte e chegou em Salvador. Na noite de quinta-feira (10), agentes de limpeza da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) encontraram na Praia do Flamengo pequenos fragmentos da mancha de óleo. Já na manhã desta sexta (11), o mesmo material também foi encontrado nas praias de Piatã, Jardim de Alah e Jardim dos Namorados, na Pituba. (Foto: Divulgação/Secom) Cerca de 20 quilos de petróleo cru foram retirados de seis praias de Salvador, só pela manhã. A orientação da prefeitura de Salvador era, já naquele momento, para que a população evitasse o banho de mar nas regiões atingidas pelas manchas de óleo. Naquele dia, o óleo já tinha atingido 12 áreas de proteção ambiental pelo país.
Ainda no dia 11, 30 navios-tanque de 10 bandeiras que estavam no litoral brasileiro foram notificadas pela Marinha do Brasil a prestarem informações. Instituições dos Estados Unidos participam da investigação sobre a origem do óleo, segundo a Marinha.
Para poder articular as ações de limpeza e contenção dos resíduos, a base de comando do Ibama no Nordeste foi transferida para Salvador.
12 de outubro de 2019: Bolsonaro critica 'silêncio' da ONU
O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para alfinetar a Organização das Nações Unidas (ONU) e as organizações não governamentais (ONGs) que atuam em causas ligadas ao meio ambiente. "Desde 02/setembro nosso governo busca identificar os responsáveis pelo derramamento de petróleo nas praias do Nordeste. Estranhamos o silêncio da ONU e ONGs, sempre tão vigilantes com o meio ambiente", escreveu.16 de outubro de 2019: Pescadores e marisqueiras prejudicados
As manchas de óleo que atingiram a região Nordeste no mês de setembro e chegaram à Bahia prejudicaram diretamente o sustento de milhares de baianos. Em áreas da Pituba, por exemplo, já não dava mais para pescar - foram retiradas 15 toneladas de óleo da região só no dia 16 de outubro. (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou as praias da Bahia para acompanhar a situação das manchas de óleo no mar. “Trabalho intenso que continua”, escreveu nas redes sociais. (Foto: Divulgação) 17 de outubro: Manchas chegam às praias de Ondina e do Farol da Barra
Mais duas praias de Salvador foram atingidas pelas manchas de óleo de petróleo que se espalhou no litoral nordestino desde setembro e chegou à capital baiana no dia 10 de outubro. A praia da Ondina,na altura da estação de esgoto da Embasa, e a praia do Farol a Barra, amanheceram com pelotas de petróleo cru espalhadas pela areia e pedras. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Agente de limpeza recolhe material na praia de Ondina, em Salvador (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) No mesmo dia, foram registradas as primeiras manchas da substância no município de Vera Cruz.
Os pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontaram o que seria o ponto de origem dos vazamentos. O local provável seria numa área entre 600 km e 700 km da costa brasileira, numa faixa de latitude com centro na fronteira entre Sergipe e Alagoas.
Representantes de sete dos oito primeiros municípios atingidos pelos resíduos também se reuniram com o governador Rui Costa para debater as ações de limpeza das áreas oleadas.
18 de outubro: queda nas vendas de peixe
Até esta data, já tinham sido retiradas 81 toneladas de resíduos da costa, com ajuda de voluntários, e 52 praias turísticas do Nordeste já tinham sido atingidas pelas manchas de óleo.
Leia mais: Por que eles ajudaram? Voluntários contaram motivações para conter o óleo
Além dos pescadores e banhistas, também foram atingidos vendedores, que relataram queda de até 90% nas vendas de peixe por causa do óleo. ‘Já não tem comida em casa’, nos disse pescador sobre prejuízos causados por óleo no mar.
19 de outubro: Shell é acionada
A marca de posto de combustíveis Shell foi acionada na Justiça após barril de óleo ser encontrado no mar. (Foto: Divulgação/Marinha do Brasil) 21 de outubro: União reconhece decreto de emergência da Bahia
O decreto de situação de emergência da Bahia foi reconhecido sumariamente, pelo governo federal, informou o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. A decisão foi anunciada após reunião com o governador da Bahia, Rui Costa, e o Vice-almirante André Luiz Santana, comandante do 2º Distrito Naval, onde ocorreu o encontro.
No mesmo dia, um grupo de cinco pessoas andou pela areia do Porto da Barra, um dos pontos turísticos da capital baiana, sujo de um óleo fictício – criado com café e maisena – para protestar. A performance dos artistas do grupo Grito buscava chamar atenção para as manchas do óleo real que chegaram a Salvador no início daquele mês e já tinham atingido mais de 2 mil quilômetros da costa nordestina. (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) 22 de outubro: Praias de Morro de São Paulo são interditadas
As primeiras manchas de óleo foram constatadas por por volta das 2h da madrugada, segundo informações da prefeitura de Cairu. A Segunda e a Terceira Praia, que foram mais afetadas, foram interditadas. O Passeio Volta a Ilha também foi suspenso. Após retirada de óleo pela comunidade local, as praias tiveram acesso liberado no mesmo dia. (Foto: Divulgação/Prefeitura Cairu) No dia 22, também foi noticiado que o Plano Nacional de Contingência do governo federal, um documento criado em 2013 para lidar com situações de emergência como a do vazamento de petróleo que suja todo o Nordeste brasileiro, só foi oficialmente formalizado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no dia 11 de outubro, 41 dias depois de terem surgido as primeiras manchas de petróleo no litoral.
23 de outubro: Ausência de satélite trava investigação
A ausência de um sistema de monitoramento de desastres ambientais no oceano por satélite e a escassez de imagens do alto-mar dificultam a investigação sobre a origem do óleo achado em mais de 200 pontos do litoral do Nordeste. Cientistas de diferentes instituições buscam imagens que deem alguma pista, mas não encontraram nada que mostrasse o deslocamento da mancha.
No dia 23, também saiu a notícia de que 16 mil pescadores baianos já tinham sido prejudicados pelo avanço do óleo.
24 de outubro: Mais de mil toneladas de óleo retiradas do Nordeste
A Marinha informou que já tinham sido recolhidas mais de 1 mil toneladas de resíduos recolhidos das praias do Nordeste. De acordo com a instituição, desse número, quase a metade teve a destinação final realizada.
O óleo continuou causando estragos. Um estudo do Instituto de Biologia (Ibio) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) já analisou mais de 30 animais do pescado e encontrou uma situação alarmante. “Todos eles têm óleo dentro do corpo”, disse o professor e pesquisador Francisco Kelmo, diretor do Ibio e que estava à frente do estudo. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Neste dia, o ministro Salles insinuou que o Greenpeace estivesse por trás de derramamento e Maia cobrou resposta.
Voluntários relatam náusea e alergia após contato com óleo
Também no dia 24 saíram as primeiras informações de casos de tontura, náuseas, dor de cabeça e reações alérgicas, sintomas que teriam sido causados pelo óleo. Voluntários de mutirões para remover óleo de praias pernambucanas relataram ter tido esses sintomas. A situação foi apontada até por quem usou máscaras, galochas e luvas. Apesar da recomendação das autoridades de usar equipamento de proteção, sempre foi comum ver muitas pessoas ajudando com os corpos expostos. (Foto: Leo Malafaia/AFP) 24 de outubro: Decreto garante seguro para pescadores
O Diário Oficial da União (DOU) publicou um decreto que garantia o pagamento de seguro-desemprego a pescadores de áreas atingidas com o derramamento de óleo. O benefício garantia ao pescador artesanal um salário mínimo por mês durante o período de reprodução das espécies, em que os pescadores não podem trabalhar, o chamado defeso. O seguro defeso varia de três a cinco meses por ano, dependendo da área de pesca e da espécie.
No mesmo dia, em visita à praia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, disse que as praias do Estado e de todo o Nordeste estavam limpas e prontas para receber turistas. (Foto: Reprodução/TV Globo) Um levantamento exclusivo do Kayak, buscador para localizar voos, hotéis, aluguel de carros e pacotes, mostrou que mesmo com óleo nas praias, busca por turismo na Bahia no Verão aumentou.
25 de outubro: voluntária passa mal em Salvador
A bióloga e professora de surf, Carla Circenis, 49 anos, passou mal após limpar a praia de Stella Maris, em Salvador. Depois de ter contato com o petróleo cru, Carla contou que seus olhos ficaram irritados e a pele empolada. Ela ainda teve um princípio de sinusite e dor de barriga.
A poluição das praias com manchas de óleo e a queda na venda de pescados acendeu o alerta dos pesquisadores que emitiram uma declaração pedindo que fosse decretado o Estado de Emergência em Saúde Pública no país para controle dos riscos decorrentes da tragédia. O alerta foi feito pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Petrobras identifica 3 campos da Venezuela como origem do óleo
Os estudos técnicos realizados pela Petrobras sobre a origem do petróleo que contamina o litoral do Nordeste confirmam não apenas que o produto teria origem na Venezuela, mas de quais campos venezuelanos o material foi retirado. O jornal O Estado de S. Paulo apurou em 25 de outubro que, segundo informações da petroleira repassadas à Marinha, a borra de petróleo tem origem em três campos específicos de exploração localizados no país vizinho.
A constatação foi possível após a Petrobras comparar a composição química do material recolhido nas praias, com centenas de amostras de petróleo de todo o mundo, que a Petrobras mantém em um centro de pesquisas localizado na Ilha do Fundão, no Rio. Isso não significa, porém, que a Venezuela tenha responsabilidade direta sobre o derramamento do óleo na costa brasileira, já que o material pode ter sido embarcado em navio de qualquer origem, inclusive embarcações ilegais. Até hoje ainda não há resposta sobre isso.
Leia mais: Projetos criam soluções para barrar óleo nas águas do Nordeste
26 de outubro: Manifestação na Barra cobra agilidade
Um grupo de manifestantes que se reuniu no Farol da Barra, em 26 de outubro, para protestar e cobrar mais agilidade das autoridades na resolução do problema. O grupo Guardiões do Litoral se posicionou em frente ao Farol, ao lado do letreiro com o nome da cidade, e estendeu faixas e cartazes com palavras de ordem. Integrantes de outras organizações de proteção ao meio ambiente, como o Greenpeace, se juntaram a eles. Até aquela data momento, tinham sido recolhidas 280 toneladas de petróleo cru, apenas na Bahia (Foto: Betto Jr/ CORREIO) No mesmo dia, o vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que as praias atingidas pelo derramamento de óleo já estavam próprias para banho."O óleo já foi recolhido. Hoje acredito que não tem mais nenhuma praia suja no Nordeste. Todas estão com óleo recolhido. À medida que vai aparecendo, nós estamos deslocando os especialistas para lá, eles fazem a limpeza e pronto, a praia está em condições de banho", afirmou Mourão, em entrevista à Globo News.Marinha disse que não havia mais grandes manchas de óleo no mar
Após quase dois meses, a Marinha afirmou que não havia mais manchas de óleo nas praias do Nordeste, mas, apenas "pelotas" residuais. O petróleo que vazou na costa brasileira atingia, em 26 de outubro, os mangues. O governo decidiu transferir para a sede do Ministério da Defesa, em Brasília, a estrutura de monitoramento da situação que estava concentrada no Nordeste.
O CORREIO ouviu oceanógrafos, químicos, engenheiros e médicos que explicam como, e em que casos, o contato direto e indireto com o petróleo poderia agir no corpo. Ainda não havia consenso sobre todos os tópicos de dúvida, justamente porque ainda sobravam questões sobre o próprio óleo. (Leia em: Posso ir à praia? Depois do óleo, dúvida atormenta banhistas).
28 de outubro: Mancha de óleo chega em Canavieiras
O óleo chegou a Canavieiras, no Sul do Estado. De acordo com moradores do local, apenas pequenos resíduos atingiram a costa do município.
30 de outubro: CORREIO sobrevoa áreas atingidas por óleo
No dia em que prefeituras de 15 cidades da Associação dos Municípios da Região Cacaueira (Amurc) e os consórcios Litoral Sul, Mata Atlântica (Cima) e Baixo-Sul (Ciapra) estavam aderindo ao decreto de situação de emergência do Governo do Estado, a bordo do helicóptero Ibama-02, o CORREIO percorreu, junto com o superintendente do Ibama Rodrigo Alves, boa parte do litoral baiano - entre Salvador e Ilhéus - e flagrou alguns pontos com manchas de óleo e a atuação de voluntários e agentes. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) 31 de outubro: Petróleo cru chega a Corumbau, no Banco de Abrolhos
O Banco de Abrolhos foi atingido pelo petróleo cru, que chegou a Corumbau, povoado de Prado, no Extremo Sul do Estado. Dois dos principais destinos turísticos do Litoral Sul da Bahia, as localidades de Arraial D’Ajuda e Trancoso, em Porto Seguro, também foram atingido pelas manchas de óleo que se espalham pelo costa nordestina.
Leia mais: Protegida ou sagrada: por que a Baía de Todos-os-Santos não foi atingida pelo óleo?
1º de novembro: PF disse que navio grego era principal suspeito
O jornal O Globo afirmou que o um navio grego era o principal suspeito pelo derramamento de óleo no mar. Disse que a Polícia Federal estava investigando a embarcação que seria a responsável pela contaminação de mais de 250 praias no Nordeste. Segundo a investigação, a embarcação atracou na Venezuela em 15 de julho e o derramamento teria ocorrido a 700 quilômetros da costa brasileira entre os dias 28 e 29 de julho. A 'Operação Mácula' foi deflagrada pela PF em conjunto com a Interpol.
2 de novembro: Manchas chegam em Abrolhos
A maior ilha do Parque Nacional de Abrolhos, onde estão localizados os bancos de corais de maior diverisdade do Atlântico Sul, foi atingida pelas primeiras manchas de óleo, na manhã do dia 2 de novembro. Os vestígios de petróleo cru foram encontrandos na superíficie da água e na areia, do tamanho aproximado de uma moeda, na Ilha de Santa Bárbara. No dia 3, a visitação em Abrolhos foi suspensa por três dias. (Foto: Divulgação/Marinha) ‘É um pesadelo ainda longe de acabar’, nos disse pesquisadora da Ufba sobre manchas de óleo
Homem relata incômodo após banho de mar
O empresário Anderson Gabriel Palmela, 38 anos, deu entrada no Pronto Atendimento da Zona Sul de Ilhéus, no dia 2 de novembro, com queimaduras no corpo após tomar banho de mar na Praia dos Milionários, também localizada na Zona Sul. Segundo o enfermeiro coordenador da Vigilância de Saúde Ambiental, Gleidson Souza Santana, o paciente relatou que sentiu o incômodo ainda no mar, “que estava limpo”. Dias depois, em Itapuã, uma mulher relatou vermelhidão, coceira, dores e febre após contato com óleo. (Foto: Divulgação) 3 de novembro: 'Pior ainda está por vir', disse Bolsonaro
A declaração foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista veiculada na TV Record. "Temos um anúncio de uma catástrofe ainda maior que está para acontecer por causa desse vazamento que, pelo que tudo parece, foi criminoso", acrescentou.
4 de novembro: navio suspeito
O governo pediu, por meio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), informações à Delta Tankers Ltd, que administra o navio Bouboulina, de bandeira grega, suspeito de ter derramado óleo que atinge as praias do Nordeste. "A empresa vai ser notificada agora. A gente fez os pedidos através de interpol. Ela vai tomar conhecimento da investigação toda e vai ter oportunidade de apresentar estes documentos que ela alega ter", disse o delegado Franco Perazzoni, chefe do serviço de geointeligência da Polícia Federal.Já a empresa dona de navio grego suspeito de ser responsável pelo vazamento de óleo nas praias do Nordeste disse que aguardava o Brasil mostrar evidências sobre vazamento.
5 de novembro: óleo chega ao ES
Segundo o Ibama, nesta data 114 localidades (praias e rios) já tinham sido atingidos pelo óleo na Bahia, em 31 municípios. A Fiocruz anunciou que iria monitorar o impacto na saúde das pessoas atingidas pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste. Um dos objetivos centrais era acompanhar o risco para pescadores, marisqueiros e grávidas. Neste dia, os pescadores afetados foram cadastrados pela Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura.
Leia mais: No prejuízo: manchas de óleo fazem preço do peixe cair 25% em Salvador (Foto: Arquivo CORREIO) O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) informou que fragmentos de óleo chegaram a Mucuri, Extremo Sul baiano, município que faz limite com o estado do Espírito Santo.
6 de novembro: mais 4 navios gregos suspeitos
Além do Bouboulina, da empresa Delta Tankers, a Marinha do Brasil informou que outros quatro navios de bandeira grega estavam sendo investigados pelo órgão e pela Polícia Federal (PF) no caso dos vazamentos de óleo cru. A Marinha não revelou, oficialmente, os nomes dos cinco barcos a respeito das quais pediu informações às autoridades marítimas da Grécia, mas, em nota, a Delta Tankers, responsável pelo Boubolina, revelou tratar-se dos navios-tanques Maran Apollo e Maran Libra (da Maran Tankers), Minerva Alexandra (Minerva Marine) e do Cap Pembroke (Euronav), além do Bouboulina.
Uma mancha escura de aproximadamente 85 km foi identificada pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) momentos antes da passagem do petroleiro grego Bouboulina, apontado pelo governo brasileiro como o responsável pelo derramamento de óleo que invade as praias nordestinas desde setembro. De acordo com o jornal O Globo, o rastro escuro, que foi apontado pelo cientista Humberto Batista, aparece antes de o navio grego passar pela rota, 40 km ao norte de São Miguel do Gostoso (RN). A descoberta levou o pesquisador a buscar um outro suspeito para o derramamento de óleo no Nordeste.
7 de novembro: fluxo de banhistas no Porto da Barra aumenta
O Porto da Barra permaneceu intacto e se configurou como um refúgio para os que queriam curtir o dia de sol sem se preocupar - tanto - com o resíduo. O local virou point de quem não abria mão de um bom banho de mar e, de quebra, fez o lucro dos comerciantes disparar. (Foto: Betto Jr./CORREIO) 8 de novembro: Abrolhos é reaberto e óleo chega ao Sudeste
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no Sul da Bahia, foi reaberto no dia 8, depois de não ter sido encontrado mais óleo na área de preservação ecológica. A mancha de óleo chegou ao Sudeste. Conforme o jornal carioca O Globo, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) anunciou na noite do dia 8 que foram encontrados e recolhidos pequenos fragmentos de óleo na praia de Guriri, no município de São Mateus (ES). O município é o segundo do Espírito Santo a partir da fronteira com a Bahia; o primeiro é Conceição da Barra.
11 de novembro: Pesca liberada? Ou não...
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou que os peixes recolhidos nas praias baianas que foram atingidas pelo óleo estavam próprios para o consumo. A afirmação veio após um estudo encomendado pela pasta, que mostrou que os frutos do mar não oferecem risco de contaminação. Mas o autor do estudo citado pelo governo disse que pesca não estava liberada. A Ufba também questionou liberação de consumo de peixes feita pelo governo federal. Isso fez pesquisadores divergirem sobre o consumo de peixes. Afinal, pode ou não pode comer peixe?
12 de novembro: 1º caso suspeito de intoxicação em Salvador
A Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) confirmou o registro de um caso suspeito de intoxicação exógena relacionado ao contato com petróleo cru detectado em praias de Salvador. A paciente, de 28 anos, segundo a SMS, apresentou "tontura, cefaleia, vômitos, mal-estar, dor de cabeça e vermelhidão" em algumas partes do corpo após alegar ter tido contato com a substância, dando entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itapuã, em 6 de novembro.
Mais casos suspeitos de intoxicação começaram a surgir, como o da família de Dias D'Ávila, que passou mal após tomar banho de mar em Guarajuba, da menina de 8 anos, que ficou com manchas e bolhas após banho de mar na Ilha de Itaparica e o da mulher que relatou bolhas e coceira após banho de mar, também em Itaparica. (Foto: Acervo pessoal) 14 e 15 de novembro: Óleo volta a aparecer em Morro
O óleo nas praias fez as reservas para o Verão caírem 30% em Morro de São Paulo. No dia 15 de novembro, uma nova quantidade da substância apareceu em Morro de São Paulo, no baixo-sul do estado. (Foto: Divulgação) 17 de novembro: Universidade identifica navio, mas Marinha descarta
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) informou ter identificado um navio que seria responsável pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste. O nome da embarcação e a sua bandeira não foram divulgados, mas não se trata de nenhuma das cinco apontadas pela Marinha como as principais suspeitas pelo derramamento. O cargueiro teria partido da Ásia em direção à África. Dois dias depois, no dia 19, a Marinha distribuiu nota descartando a possibilidade levantada pela Ufal.
18 de novembro: Maia cria CPI
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cria uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para invesigar a origem do óleo. A decisão, do dia 13 de novembro, foi publicada no site da Câmara no dia 18 do mesmo mês. Neste dia, cinco praias da Bahia passaram por nova limpeza para retirar vestígios de óleo.
22 de novembro: Bahia Pesca diz que pescados não foram contaminados
A Bahia Pesca divulgou o resultado da análise dos pescados coletados entre as cidades baianas de Conde e Salvador. A conclusão indica que os animais avaliados não têm níveis de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) — que são compostos cancerígenos — acima dos adotados como seguros pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (USEPA) e que, portanto, não estão contaminados.
Também neste dia pescadores baianos retornaram à capital para mais um protesto relacionado ao derramamento de petróleo no mar. Desta vez, o movimento se dividiu em duas frentes. Uma parte dos pescadores reuniu-se com representantes da Superintendência Federal de Agricultura da Bahia (SFA-BA), no Largo dos Aflitos, e outra esteve na Bahia Pesca, em Ondina. (Foto: Divulgação/Movimento Social de Pescadores) Óleo chega ao Rio de Janeiro
No mesmo dia, o óleo chegou na praia de Grussaí em São João da Barra, no Rio de Janeiro. Após análises pela Marinha, foi confirmado que os 300 gramas de óleo encontrados no local são compatíveis com o material encontrado na costa do Nordeste e do Espírito Santo. (Foto: Marinha do Brasil/ Divulgação) A Marinha recolheu amostras de óleo em três cidades do Rio de Janeiro nos dias seguintes. Os resíduos foram retirados nas praias de Santa Clara e Guriri, em São Francisco de Itabapoana; e na praia do Barreto, em Macaé. No Canal das Flechas, em Quissamã, foi recolhido cerca de 1kg de resíduo de óleo.
28 de novembro: Óleo continua atingindo a Bahia
O óleo vazado ainda atingia as praias baianas em 28 de novembro. Foram 800 quilos de petróleo recolhidos em Santa Cruz Cabrália, segundo a secretaria municipal do Meio Ambiente, somente no dia 27. Outras localidades do sul baiano, como Belmonte, Una e Canavieiras são atingidas, com diferentes intensidades ao longo dos dias, desde o final de outubro, diariamente. A região Sul foi a mais atingida pelo vazamento de óleo que atingiu o estado, pela primeira vez, no início de outubro. Seis municípios ainda tinham vestígios de óleo em novembro: Entre Rios, Cairu, Igrapiúna, Maraú, Porto Seguro e Una. (Foto: Tiago Caldas/Arquivo CORREIO) 10 de dezembro: Origem de derramamento de óleo ainda é mistério
Depois de anunciar que estava próximo de revelar a causa do maior acidente com petróleo do país e de chegar apontar um navio grego como o responsável pelo crime ambiental, o governo admite que, na realidade, ainda não sabia qual foi a causa da tragédia. Em audiência pública realizada pela CPI do Óleo, na Câmara dos Deputados, no dia 10 de dezembro, o vice-almirante da Marinha Marcelo Francisco Campos, responsável pela coordenação das investigações e operações em campo, resumiu a situação atual."Não sabemos até o momento qual foi a origem desse derramamento, bem como a data", disse. 12 de dezembro: 939 localidades atingidas por óleo
O número de localidades atingidas por óleo chegou a 939, segundo balanço divulgado em dezembro pelo Ibama. Praias, mangues, rios e áreas de proteção ambiental de ao menos 129 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.
18 de dezembro: Ibama sabia que navio grego não havia derramado óleo
Uma semana antes de a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Mácula no dia 1º de novembro, que apontava o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pela mancha de derramamento de óleo avistada no litoral do Nordeste do país, o Ibama já havia rejeitado as imagens que basearam a prova da PF, por já saber que não se tratava de uma mancha do poluente. A revelação foi feita pelo coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do Ibama, Pedro Alberto Bignelli.
Leia mais: Datafolha: para 42% Bolsonaro agiu mal em crise do óleo no Nordeste
3 de janeiro de 2020: 471 localidades ainda tinham óleo
O número de localidades atingidas por óleo continuou aumentando no início de 2020 e chegou a 998, segundo balanço divulgado no dia 3 de janeiro pelo Ibama. Praias, mangues, rios e áreas de proteção ambiental de ao menos 130 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto de 2019. O balanço também indicou que 471 localidades ainda tinham fragmentos da substância e 527 eram consideradas "limpas".
15 de janeiro de 2020: 433 localidades com óleo
O número de localidades atingidas por óleo continuou aumentando e chegou a 999, segundo balanço divulgado pelo Ibama. Ao menos 130 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados pelo desastre ambiental. O balanço também indica que 433 localidades ainda tinham fragmentos da substância e 566 são consideradas "limpas".
2 de março: MP de auxílio para pescador é prorrogada
A Medida Provisória nº 908, de 28 de novembro de 2019, que instituiu o auxílio emergencial financeiro para pescadores artesanais, inscritos e ativos no Registro Geral da Atividade Pesqueira, afetados pelas manchas de óleo que atingiu o litoral de vários estados do país, teve sua vigência prorrogado por mais 60 dias. O ato do presidente da Mesa do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, foi publicado no Diário Oficial da União do dia 2 de março.
20 de março: Coordenador desmobiliza equipes envolvidas
Em 20 de março deste ano, o responsável Operacional do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo desmobilizou a coordenação unificada das equipes envolvidas com ações de resposta.
26 de junho: Novos resíduos emergiram em Salvador
Meses após o aparecimento das manchas, mais petróleo cru foi avistado em Stella Maris, Jaguaribe, Pituba e Piatã a partir de 26 de junho deste ano. Além de Salvador, novas manchas de óleo foram encontradas em junho em praias de Pernambuco, Rio Grande do Norte e de Alagoas. Amostras foram coletadas na praia da Pituba (Foto: Divulgação) Segundo nota técnica divulgada pela Marinha, coletas feitas em alguns pontos da região e analisadas pelo Laboratório de Geoquímica Ambiental do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira apontam que material tem a mesma origem do óleo derramado em 2019 na costa brasileira. Pesquisas do Instituto de Geociências da Ufba (Igeo) também identificaram que o material tem origem na bacia petrolífera venezuelana e aparenta ser o mesmo do grande desastre.
28 de agosto: Culpados ainda são desconhecidos
Até esta data, a Marinha do Brasil não conseguiu apontar os culpados por um dos maiores desastres ambientais já registrados no país, com impacto nos estados nordestinos e em parte do sudeste. Na Bahia, pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ibio/Ufba) estimam que a natureza vai levar no mínimo 10 anos para se recuperar. No momento crítico da chegada dos resíduos nas praias baianas, os pesquisadores detectaram uma perda imediata de 46,8% da biodiversidade no local. A situação só piorou com o passar dos meses, chegando a uma queda de 78,8%, em julho deste ano.
Uma das grandes perguntas em aberto sobre o derramamento de óleo no litoral nordestino é quem causou o desastre. Quase um ano após o começo do incidente, as investigações ainda estão em curso. A apuração do crime ambiental é conduzida pela Marinha e Polícia Federal.
29 de agosto: Pandemia interrompe pesquisa sobre óleo
O trabalho realizado pelo Igeo de identificação das novas manchas que apareceram em Salvador há cerca de dois meses precisou parar por conta da pandemia do novo coronavírus. O grupo identificou que o material que surgiu em 2020 também tem origem na bacia petrolífera venezuelana e aparenta ser o mesmo do grande desastre, mas as pesquisas de análise dos compostos para uma confirmação mais concreta acabaram sendo congeladas.
Os pescadores de algumas regiões da Bahia dizem ter mais dificuldade para encontrar peixes nas suas áreas de atuação desde que as manchas de óleo chegaram ao litoral. O monitoramento da possível contaminação dos peixes por parte da Bahia Pesca também foi interrompido pela pandemia.