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Salvador Unida: psicólogos fazem acolhimento psicológico gratuito por causa do coronavírus


 

Atendimento é feito por telefone e visa ajudar pessoas ansiosas devido à pandemia da doença

  • Da Redação

Publicado em 24/03/2020 às 06:00:00
Atualizado em 21/04/2023 às 00:13:04
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Lidar com a instabilidade causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o isolamento socail e o medo de pegar a doença é uma tarefa difícil para muitos. Por isso, psicólogos voluntários da Bahia oferecem acolhimento psicológico gratuito por telefone a quem está passando por uma crise emocional neste período.

Em uma força tarefa, o grupo atende pessoas de todo o Brasil a partir das 5h até às 23h, de segunda a sexta. Alguns horários também estão disponíveis aos finais de semana. Em cada conversa, que dura, em média, 20 minutos, um dos 16 psicólogos escuta a pessoa para fazer com que o paciente compreenda seus sentimentos e tenha ferramentas para lidar com esse período de reclusão.

O acolhimento é diferente da terapia, ressalta uma das idealizadoras do projeto, a psicóloga de Salvador Amanda Brandão. “Os processos terapêuticos são a terapia, que é quando o paciente tem um atendimento recorrente e é acompanhado pelo profissional. O acolhimento busca auxiliar em uma ocorrência do momento, como acontece agora, que muitas pessoas se sentem ansiosas”, explica. A psicóloga Amanda Brandão é uma das idealizadoras do atendimento gratuito (Reprodução/Arcevo Pessoal) A ação começou a ser divulgada nas redes sociais em parabeniza a ideia. 

“Excelente iniciativa”, escreveu um. “Estou precisando muito”, comentou outro usuário. “Olha que legal. Amanhã irei ligar”, respondeu uma pessoa.

Desde que começaram os atendimentos, os psicólogos têm recebidos muitas ligações de todo o país. A demanda aumenta durante a noite. “É um horário que as pessoas têm a necessidade de conversar”, diz Amanda.

A psicóloga acredita que a mudança repentina de rotina é um fator chave para entender o grau de ansiedade das pessoas durante a pandemia. “As pessoas estão perdidas. Acho que tem a questão da ociosidade, que modifica a rotina. O fato de não saber o que vem depois e até quando essa doença vai durar também traz ansiedade. Muita gente me conta que as notícias os deixam ansiosos, em especial pelas fake news.  Ainda tem o medo de pegar o vírus, ser um vetor da doença e passar para alguém no grupo de risco”, conta.

As ligações vem de pessoas de quase todas as faixas etárias. Desde adolescentes até idosos, todos são impactados de alguma forma pelas restrições e inseguranças geradas pelo Covid-19. 

Sem mencionar problemas específicos - o psicólogo deve manter as conversas dos pacientes em sigilo, Amanda relata que a maior queixa dos contactantes é a ansiedade.“A ansiedade é uma coisa que está a flor da pele. Quando não se tem ocupação, os sentimentos começam a se aflorar e isso é intensificado pela necessidade de ficar em casa”, afirma Amanda.Os profissionais do grupo perceberam que as pessoas precisavam de acolhimento ao escutarem os dilemas de seus próprios pacientes. “Tinha muita gente entrando em contato com a gente para falar sobre essa quarentena”, conta. A partir desta análise, um grupo de amigos da época da faculdade de psicologia se uniu para ser o apoio que muitos precisam durante estes tempos difíceis. Outros profissionais se interessaram na ideia. “A gente pensou no trabalho juntos. Quando a gente abriu, outros psicólogos começaram a entrar em contato e agregamos os profissionais para contribuir”, diz.

O grupo parou de receber novos integrantes ao atingir 16 membros. Depois, veio a hora de dividir os horário em que cada uma deveria atender seu telefone e acolher os pacientes. A divisão foi feita de acordo com a disponibilidade de cada profissional. (Confira lista de horários abaixo).

Dicas para se sentir melhor Nesse período de isolamento, a psicóloga indica fazer suas atividades preferidas e se movimentar mesmo dentro de casa. Dá para ler, fazer exercícios em casa e até estudar novos assuntos durante a quarentena. “É importante ocupar o tempo porque as pessoas têm uma vida corrida e tiveram a rotina quebrada de forma abrupta”, ressalta.

O que não falta nesta quarentena são pessoas incentivando novas atividades e dando aulas online de forma gratuita. Para Amanda, essa é uma forma que a sociedade acha de se manter ativa mesmo “preso em casa”. Quem não conseguir fazer tudo que deseja nestes dias de isolamento também não deve se culpar. Esse é o momento de tirar o tempo para fazer o que desejar, nem que isso seja ficar no sofá vendo filmes.  “Pode tirar o tempo para si, não precisa seguir o que os outros fazem. Não se cobre para estar no padrão”, destaca.

Além de fazer o que gosta, a psicóloga também indica respirar para tentar relaxar. “A gente desaprende a respirar. A gente pode sentar e sentir a respiração para se acalmar”, indica. 

Outra dica é reduzir o consumo de internet e tentar fugir das fake news. Manter contato com a família e os amigos também é interessante, ainda mais para as pessoas que estão no grupo de risco.

Horários de atendimento:

Andreia AlmeidaHorário: Segunda a sexta, das 14h às 17h, e sábado e domingo, das 19h às 21h.Telefone: 71  98136-4918

Amanda BrandãoHorário: Segunda a sexta, das 14h às 17h.Telefone: 71 99104-8313

Bárbara MontenegroHorário: Terça, quarta e quinta, das 14h às 18h.Telefone: 71 99278-5862

Thiara SáHorário: segunda, quinta e sexta, das 17h às 20h.Telefone: 71 99239-0013

Gizele Guimarães Horário: Segunda a sexta, das 20h às 22h.Telefone: 71 98136-4918

Sabrina Cardoso Horário: segunda, quarta e sexta, das 18h às 21h.Telefone: 71 99271-6019

Alexandre Almeida Horário: Todos os dias, das 5h às 8h.Telefone: 71 99958-1104

Sâmela Miranda Horário: Segunda a sexta, das 5h às 8h, e das 15h às 16h, aos sábados e domingos.Telefone: 71 99132-4714

Alan Carvalho Horário: segunda, quarta e sexta, das 20h às 21h30.Telefone: 71 99184-1363

Laísa Aquino Martins Horário: segunda, das 08h às 12h, e terça das 21h às 00hTelefone: 74 99192-4235  Bruna Dias Horário: Todos os dias, das 8h às 11h.Telefone: 71 99268-7670

Andressa Militão Horário: Todos os dias, das 13h às 15h.Telefone: 71 99118-9363

Fernanda Vaz Horário: segunda a sexta, das 14h às 16hTelefone: 71 99176-6093

Emmanoel Brito Horário: todos os dias, das 20h à 23h.Telefone: 71 99358-0767

Elso Rios Horário: sábados e domingos, das 8h às 12h.Telefone: 71 98133-6785

Maria Fernanda Horário: segunda, quarta e sexta, das 17h às 20h.Telefone: 074 99113-9433

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*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco