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Salvador integra lista internacional de cidades comprometidas em conservar florestas


 

São 45 cidades do mundo que acabam de se comprometer a conservar e restaurar suas florestas e conscientizar seus moradores sobre os inúmeros benefícios das árvores

  • Da Redação

Publicado em 13/09/2018 às 17:15:00
Atualizado em 18/04/2023 às 21:37:06
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Salvador está entre as 45 cidades de seis continentes, onde vivem 164,9 milhões de habitantes, que acabam de se comprometer a conservar e restaurar suas florestas, bem como conscientizar seus moradores sobre os inúmeros benefícios das árvores. Estas são algumas das exigências da iniciativa Cities4Forests, lançada nesta quinta-feira (13) na Cúpula Mundial de Ação Climática em San Francisco, na Califórnia.  

Além de Salvador estão outras duas capitais brasileiras - Belo Horizonte e São Paulo - e Campinas (SP). Gerenciada pelo World Resources Institute, pelo Pilot Projects e pela agência REVOLVE, a iniciativa Cities4Forests funcionará em três níveis: florestas internas, próximas e distantes.  

A iniciativa quer focar em três categorias: árvores dentro das cidades, árvores nas bacias hidrográficas ao redor das cidades e árvores em florestas distantes (veja abaixo como eles classificam cada uma das categorias). As cidades envolvidas comprometem-se a participar em pelo menos um nível até 2020, dois até 2022 e todos os três até 2025.

“A maioria das pessoas desconhece que as cidades têm impactos invisíveis em florestas distantes de onde vivem. As commodities que consumimos - madeira, papel, óleo de palma, carne bovina, soja - podem ser responsáveis ​​pela destruição de florestas. E os benefícios que as florestas proporcionam às cidades também são subvalorizados”, explica Frances Seymour, membro sênior do World Resources Institute.

“Quanto mais aprendemos sobre como as árvores interagem com a atmosfera, mais percebemos como as florestas influenciam o clima em escala local e global. As florestas são uma importante fonte de resiliência climática e estabilidade para as pessoas, não importa onde vivamos”, acrescenta.

As cidades que integram o programa podem se beneficiar de assistência técnica para medir a cobertura florestal e priorizar onde plantar árvores para o máximo benefício. A iniciativa proverá consultoria sobre onde procurar financiamento para proteger bacias hidrográficas ou restaurar áreas degradadas, além de apoio para escrever diretrizes sustentáveis ​​de aquisição de produtores florestais como madeira e papel.  

As cidades também passam a contar com uma capacidade incrementada para solicitar financiamento para o plantio de árvores e assistência garantindo créditos de carbono legítimos que mantêm as florestas tropicais em pé.

Em contrapartida, as cidades se comprometem a reduzir o desmatamento, restaurar florestas e ajudar a gerenciar florestas dentro e fora dos seus limites. De acordo com o secretário da Cidade Sustentável e Inovação de Salvador, André Fraga, avalia que esse é mais um compromisso que consolida um trabalho que vem sendo desenvolvido em Salvador desde 2013.

"Foram mais de 19 milhões de novos metros quadrados de áreas protegidas e mais de 50 mil árvores nativas da mata atlântica plantadas nesses período. Até 2020 implantaremos sete novos parques na cidade, democratizando o acesso a áreas verdes de qualidade”, informou.

Outra etapa

Uma das etapas do programa prevê conscientizar os moradores das cidades sobre os benefícios que as florestas fornecem, comunicando o que as pessoas podem fazer para causar um impacto positivo, bem como colaborar com as agências do governo para melhorar a saúde das árvores e florestas.  

As cidades devem ainda aproveitar o poder das florestas para ajudar a atingir as metas climáticas de seus países, para garantir fontes de água limpas e estáveis, para reduzir o escoamento das águas pluviais, para melhorar a saúde pública e proporcionar recreação. Para tanto, deverão implementar novas ferramentas, políticas locais, programas voluntários, investimentos e decisões de aquisições públicas para atender a essas metas.

Ao integrar uma rede global, elas também dividirão percepções, experiências e inovações para inspirar ambição e mobilizar ações entre cidades do mundo todo.  Os funcionários públicos municipais também se beneficiarão de uma rede de intercâmbio entre pares para aprender com outras cidades e destacar casos de sucesso, além de um pacote de comunicação e envolvimento com os cidadãos.

"As florestas urbanas contribuem para a regulação da umidade e temperatura, controle da qualidade do ar, saúde e estilo de vida dos cidadãos”, destaca Bruno Covas, Prefeito de São Paulo. “Nosso município tem 30,4 % do território coberto pela Mata Atlântica e preservar este bioma, um tesouro na fauna e flora, é uma prioridade de nossa gestão. Estamos juntos neste desafio! Controlar o desequilíbrio ambiental nas cidades contribui para um mundo melhor para todos. "

“As florestas mais distantes - particularmente nos trópicos - são ainda mais importantes”, afirma o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen. “Elas favorecem as chuvas para a produção de alimentos e a segurança alimentar em todo o mundo e combatem as mudanças climáticas, armazenando grandes quantidades de carbono. Parar e reverter o desmatamento tropical é fundamental para manter esses benefícios, e somente com as cidades e seus cidadãos a bordo poderemos ter sucesso”.

O foco do projeto:

Árvores dentro das cidades - as chamadas florestas internas, que ficam em parques, avenidas e pátios - ajudam a filtrar o ar, moderar a temperaturas e reduzir as contas de energia.

As árvores nas bacias hidrográficas ao redor das cidades - florestas próximas - protegem contra inundações e deslizamentos de terra, reduzem os custos de tratamento de água, oferecem oportunidades de exercício e dão aos habitantes um escape da vida urbana agitada.

Árvores em florestas distantes, particularmente nos trópicos, como no caso das que ficam no Brasil, sequestram carbono, ajudando a combater a mudança climática, além de gerar chuva para os cinturões agrícolas do mundo, fornecer uma variedade de produtos essenciais e ingredientes medicinais e ser lar para a maior parte da biodiversidade terrestre do mundo.  

As cidades a seguir assinaram a declaração da Cities4Forests:

1.     Accra, Gana

2.     Addis Ababa, Etiópia

3.     Aguascalientes, México

4.     Amman, Jordânia

5.     Antalya, Turquia

6.     Antananarivo, Madagascar

7.     Auckland, Nova Zelândia

8.     Baltimore, EUA

9.     Belo Horizonte, Brasil

10.  Bogotá, Colômbia

11.  Campinas, Brasil

12.  Culiacán, México

13.  Detroit, EUA

14.  Eugene, EUA

15.  Guadalajara, México

16.  Haifa, Israel

17.  Honolulu, EUA

18.  Jakarta, Indonésia

19.  Johannesburg, África do Sul

20.  Kigali, Ruanda

21.  King County (WA), EUA

22.  Kochi, Índia

23.  Lin'an, China

24.  Little Rock, EUA

25.  Los Angeles, EUA

26.  Manchester, Reino Unido

27.  Mérida, México

28.  Cidade do México, México

29.  New York, EUA

30.  North Little Rock, EUA

31.  Oakland, EUA

32.  Oslo, Noruega

33.  Filadélfia, EUA

34.  34. Portland (OR), EUA

35.  Quito, Equador

36.  Raleigh, EUA

37.  Sacramento, EUA

38.  Salem (OR), EUA

39.  39. Salt Lake City, EUA

40.  Salvador, Brasil

41.  São Paulo, Brasil

42.  Seattle, EUA

43.  Toronto, Canadá

44.  Viena, Austria

45.  Washington, DC, EUA