Salvador integra lista internacional de cidades comprometidas em conservar florestas
São 45 cidades do mundo que acabam de se comprometer a conservar e restaurar suas florestas e conscientizar seus moradores sobre os inúmeros benefícios das árvores
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Da Redação
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Salvador está entre as 45 cidades de seis continentes, onde vivem 164,9 milhões de habitantes, que acabam de se comprometer a conservar e restaurar suas florestas, bem como conscientizar seus moradores sobre os inúmeros benefícios das árvores. Estas são algumas das exigências da iniciativa Cities4Forests, lançada nesta quinta-feira (13) na Cúpula Mundial de Ação Climática em San Francisco, na Califórnia.
Além de Salvador estão outras duas capitais brasileiras - Belo Horizonte e São Paulo - e Campinas (SP). Gerenciada pelo World Resources Institute, pelo Pilot Projects e pela agência REVOLVE, a iniciativa Cities4Forests funcionará em três níveis: florestas internas, próximas e distantes.
A iniciativa quer focar em três categorias: árvores dentro das cidades, árvores nas bacias hidrográficas ao redor das cidades e árvores em florestas distantes (veja abaixo como eles classificam cada uma das categorias). As cidades envolvidas comprometem-se a participar em pelo menos um nível até 2020, dois até 2022 e todos os três até 2025.
“A maioria das pessoas desconhece que as cidades têm impactos invisíveis em florestas distantes de onde vivem. As commodities que consumimos - madeira, papel, óleo de palma, carne bovina, soja - podem ser responsáveis pela destruição de florestas. E os benefícios que as florestas proporcionam às cidades também são subvalorizados”, explica Frances Seymour, membro sênior do World Resources Institute.
“Quanto mais aprendemos sobre como as árvores interagem com a atmosfera, mais percebemos como as florestas influenciam o clima em escala local e global. As florestas são uma importante fonte de resiliência climática e estabilidade para as pessoas, não importa onde vivamos”, acrescenta.
As cidades que integram o programa podem se beneficiar de assistência técnica para medir a cobertura florestal e priorizar onde plantar árvores para o máximo benefício. A iniciativa proverá consultoria sobre onde procurar financiamento para proteger bacias hidrográficas ou restaurar áreas degradadas, além de apoio para escrever diretrizes sustentáveis de aquisição de produtores florestais como madeira e papel.
As cidades também passam a contar com uma capacidade incrementada para solicitar financiamento para o plantio de árvores e assistência garantindo créditos de carbono legítimos que mantêm as florestas tropicais em pé.
Em contrapartida, as cidades se comprometem a reduzir o desmatamento, restaurar florestas e ajudar a gerenciar florestas dentro e fora dos seus limites. De acordo com o secretário da Cidade Sustentável e Inovação de Salvador, André Fraga, avalia que esse é mais um compromisso que consolida um trabalho que vem sendo desenvolvido em Salvador desde 2013.
"Foram mais de 19 milhões de novos metros quadrados de áreas protegidas e mais de 50 mil árvores nativas da mata atlântica plantadas nesses período. Até 2020 implantaremos sete novos parques na cidade, democratizando o acesso a áreas verdes de qualidade”, informou.
Outra etapa
Uma das etapas do programa prevê conscientizar os moradores das cidades sobre os benefícios que as florestas fornecem, comunicando o que as pessoas podem fazer para causar um impacto positivo, bem como colaborar com as agências do governo para melhorar a saúde das árvores e florestas.
As cidades devem ainda aproveitar o poder das florestas para ajudar a atingir as metas climáticas de seus países, para garantir fontes de água limpas e estáveis, para reduzir o escoamento das águas pluviais, para melhorar a saúde pública e proporcionar recreação. Para tanto, deverão implementar novas ferramentas, políticas locais, programas voluntários, investimentos e decisões de aquisições públicas para atender a essas metas.
Ao integrar uma rede global, elas também dividirão percepções, experiências e inovações para inspirar ambição e mobilizar ações entre cidades do mundo todo. Os funcionários públicos municipais também se beneficiarão de uma rede de intercâmbio entre pares para aprender com outras cidades e destacar casos de sucesso, além de um pacote de comunicação e envolvimento com os cidadãos.
"As florestas urbanas contribuem para a regulação da umidade e temperatura, controle da qualidade do ar, saúde e estilo de vida dos cidadãos”, destaca Bruno Covas, Prefeito de São Paulo. “Nosso município tem 30,4 % do território coberto pela Mata Atlântica e preservar este bioma, um tesouro na fauna e flora, é uma prioridade de nossa gestão. Estamos juntos neste desafio! Controlar o desequilíbrio ambiental nas cidades contribui para um mundo melhor para todos. "
“As florestas mais distantes - particularmente nos trópicos - são ainda mais importantes”, afirma o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen. “Elas favorecem as chuvas para a produção de alimentos e a segurança alimentar em todo o mundo e combatem as mudanças climáticas, armazenando grandes quantidades de carbono. Parar e reverter o desmatamento tropical é fundamental para manter esses benefícios, e somente com as cidades e seus cidadãos a bordo poderemos ter sucesso”.
O foco do projeto:
Árvores dentro das cidades - as chamadas florestas internas, que ficam em parques, avenidas e pátios - ajudam a filtrar o ar, moderar a temperaturas e reduzir as contas de energia.
As árvores nas bacias hidrográficas ao redor das cidades - florestas próximas - protegem contra inundações e deslizamentos de terra, reduzem os custos de tratamento de água, oferecem oportunidades de exercício e dão aos habitantes um escape da vida urbana agitada.
Árvores em florestas distantes, particularmente nos trópicos, como no caso das que ficam no Brasil, sequestram carbono, ajudando a combater a mudança climática, além de gerar chuva para os cinturões agrícolas do mundo, fornecer uma variedade de produtos essenciais e ingredientes medicinais e ser lar para a maior parte da biodiversidade terrestre do mundo.
As cidades a seguir assinaram a declaração da Cities4Forests:
1. Accra, Gana
2. Addis Ababa, Etiópia
3. Aguascalientes, México
4. Amman, Jordânia
5. Antalya, Turquia
6. Antananarivo, Madagascar
7. Auckland, Nova Zelândia
8. Baltimore, EUA
9. Belo Horizonte, Brasil
10. Bogotá, Colômbia
11. Campinas, Brasil
12. Culiacán, México
13. Detroit, EUA
14. Eugene, EUA
15. Guadalajara, México
16. Haifa, Israel
17. Honolulu, EUA
18. Jakarta, Indonésia
19. Johannesburg, África do Sul
20. Kigali, Ruanda
21. King County (WA), EUA
22. Kochi, Índia
23. Lin'an, China
24. Little Rock, EUA
25. Los Angeles, EUA
26. Manchester, Reino Unido
27. Mérida, México
28. Cidade do México, México
29. New York, EUA
30. North Little Rock, EUA
31. Oakland, EUA
32. Oslo, Noruega
33. Filadélfia, EUA
34. 34. Portland (OR), EUA
35. Quito, Equador
36. Raleigh, EUA
37. Sacramento, EUA
38. Salem (OR), EUA
39. 39. Salt Lake City, EUA
40. Salvador, Brasil
41. São Paulo, Brasil
42. Seattle, EUA
43. Toronto, Canadá
44. Viena, Austria
45. Washington, DC, EUA