Policiais vão 'morar' por três dias no Engenho Velho da Federação para combater facções
CORREIO antecipou que bairros terão monitoramento diferenciado a partir deste mês
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Da Redação
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O bairro do Engenho Velho da Federação, que vive uma intensa disputa entre facções criminosas pelo comando na área, será ocupado até domingo (13) pelo novo grupo de elite da Polícia Militar da Bahia. A partir desta sexta-feira (11), um efetivo de 60 policiais militares da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque vai 'morar' provisoriamente no bairro.
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"O objetivo é 'sufocar' a atuação de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas atuantes na região. Com o apoio do Grupamento Aéreo (Graer) da PM na ocupação, as guarnições tiveram como foco as localidades da Lajinha, Forno e Baixa da Égua", afirmou a Secretaria da Segurança Pública, em nota.
Um drone faz o mapeamento e monitoramento das entradas e saídas da região. "Estamos aqui, prontos para tudo. É uma tropa muito bem treinada e será empregada nas áreas com incidência maior do tráfico", avisou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão.
O CORREIO antecipou com exclusividade no final de julho que bairros de Salvador com histórico de confrontos entre policiais e bandidos terão um monitoramento diferenciado a partir desse mês de agosto através da Patamo. A unidade, recém-criada pela Polícia Militar da Bahia (PM-BA) dentro do Batalhão de Choque, vai atuar nos bairros que compõem a chamada “mancha criminal” da capital.
Entre eles, estão Cosme de Farias, Engenho Velho da Federação, Valéria e Santa Cruz, que concentram um volume maior de ocorrências de violência. A Baixa do Tubo, por exemplo, no Vale do Matatu, é alvo de confronto intenso entre duas facções: Comando da Paz (CP), que ainda controla a região, e Bonde do Maluco (BDM), que domina Cosme de Farias e a região de Brotas.
Outra localidade na mira da nova unidade é o Boqueirão, na Santa Cruz. Apesar de o bairro fazer parte da região de Nordeste de Amaralina, onde há três Bases Comunitárias e uma companhia (40ª CIPM/ Nordeste), traficantes do CP desafiam a polícia.
Ocupação Além do treinamento especializado, a nova unidade difere das demais pela atuação, com uma proposta de permanecer na comunidade onde há conflito. “A unidade vai reforçar o policiamento nessas regiões até quando for necessário reestabelecer a ordem aos moradores. O Patamo é uma unidade de ocupação. Se for preciso, por mais de uma semana. Após o reestabelecimento da ordem, a companhia da área retomará o policiamento ordinário”, explicou o coronel Anselmo ao CORREIO, em julho.
Em algumas situações, a unidade vai trabalhar junto com a Polícia Civil. “Entre as funções do Patamo está fazer incursões para cumprimento de mandados de prisão e, nessas situações, atuará junto com a Polícia Civil”, aponta Anselmo. Em relação ao armamento, o comandante-geral disse que os policiais não usarão fuzis.