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Perícia conclui que criança foi morta por PM no Nordeste de Amaralina


 

No total, nove policiais participavam da operação que teve como consequência a morte de Joel, no último dia 21 de novembro

  • Da Redação

Publicado em 16/12/2010 às 11:53:00
Atualizado em 25/05/2023 às 15:06:12

Redação CORREIO

A perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica de Salvador sobre a morte do menino Joel da Conceição Castro, de 10 anos, apontou que a arma utilizada no crime é do policial Eraldo Menezes de Souza, que trabalhava na corporação há 14 anos.

O secretário de Segurança Pública, César Nunes, foi à 28ª delegacia do bairro pessoalmente nesta manhã para verificar o resultado e os procedimentos que serão adotados após a nova evidência. No total, nove policiais participavam da operação que teve como consequência a morte de Joel, no último dia 21 de novembro. Inicialmente, os PMs haviam informado que participavam de uma troca de tiros com traficantes.

Dois deles ainda vão responder por omissão de socorro, pois o pai da criança os reconheceu como os policiais que se negaram a levar o menino ao hospital após os disparos. Os policiais estão afastados das ruas e a arma que matou Joel era uma pistola ponto 40.

Visita à famíliaCésar Nunes esteve na casa dos pais do menino que sonhava ser capoeirista três dias após sua morte. Quando colocou o dedo no  buraco deixado pela bala que atravessou a janela e matou o estudante de 10 anos, ele não resistiu e chorou. Colocou a mão sobre o rosto e virou-se para a parede. Depois, olhou para os pais da vítima, disse: “Eu também sou pai e entendo a dor que vocês estão passando”.

Acompanhado pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e da titular da 28ª Delegacia, Jussara Souza, além de policiais civis, Nunes se reuniu com os pais da vítima, a portas fechadas. Ele permaneceu no interior da residência por 20 minutos.

“Nós viemos justamente para demonstrar o apoio da secretaria à investigação desse homicídio”, disse, emocionado. Nunes ingressou na Polícia Federal em 1973 e é secretário desde 2008.

Sobre versões apresentadas, pela PM - de que o menino foi morto por traficantes - e pelos moradores - de que o tiro foi disparado pela polícia, o secretário disse que somente se pronunciaria após o resultado da perícia.

Antes de ir embora, segundo os pais da vítima, o secretário “balançou a cabeça e disse que não vai ficar desse jeito”.  Ele garantiu à família do capoeirista que as investigações sobre a morte seriam concluídas em até 40 dias.