Operadora de caixa é executada após ter casa invadida
Ela era evangélica e estava na companhia da filha de 3 anos
-
Nilson Marinho
lidenilson.marinho@redebahia.com.br
Uma operadora de caixa foi morta a tiros por dois homens armados na madrugada deste sábado (30) depois de ter sua casa invadida. Ligiane Silva da Cruz, 33 anos, dormia com a filha de apenas 3 anos quando foi surpreendida pelos disparos.
De acordo com a Polícia Militar, uma equipe da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Liberdade) foi acionada após receber informações de uma vítima de arma de fogo, na Travessa Alvarenga Peixoto, no Curuzu. Ligiane morava com a filha, o marido e o irmão (Foto: Reprodução) Ligiane morava no térreo de um sobrado com a filha e o irmão de 16 anos. Segundo a mãe da vítima, que mora no andar de cima, era por volta das 3h quando os homens encapuzados chegaram procurando pela vítima. Eles utilizaram um alicate para destruir o cadeado da residência.
"Eu escutei um barulho, uma confusão e, logo depois, os disparos. Foram muitos tiros, uns oito, dez, não sei, foram muitos", conta a mãe, a dona de casa Elizabeth Silva, 53.
Família em choque A mãe de Ligiane não consegue entender o que motivou o assassinato da filha. Segundo a dona de casa, a operadora de caixa era evangélica havia sete anos. Ela passou um período longe da igreja e, recentemente, voltado à religião.
"Ela estava firme agora, tinha voltado de vez. Não tinha dívidas, se dava bem com o marido, quero saber o que aconteceu", clama a mãe, que informou que ela era casada havia sete anos.
Uma prima da vítima, que preferiu se identificar, disse que, após invadir a casa, os assassinos pediram para que a vítima entregasse a filha para o irmão. Logo após a criança deixar o local, os criminosos levaram Ligiane até um dos quartos.
"Ela se ajoelhou, colocou a mão na cabeça e perguntou: 'Por que estou morrendo?", descreveu a prima. "Acho que eles não queriam que a minha neta visse a mãe morrer", completa a mãe.
Além da filha e do irmão, Ligiane também morava com o marido que, no dia do crime, estava dormindo na casa do pai, a pouco metros da residência da família. "Ele nem acreditou que ela estava morta", disse a mãe da vítima.
Medo O marido da vítima, que também não quis se identificar, disso ao CORREIO que teme retornar para casa. Ele também está preocupado com a segurança da filha. "Não sei o que fazer para protegê-la", disse. Ele e Ligiane pretediam se casar no civil e passar o Réveillon na ilha.
A filha do casal, após o crime, chegou a perguntar ao pai: "O que o corpo dela está fazendo no chão, papai", contou o marido.
A avó de Ligiane também não consegue entender a morte da neta. "Era uma menina boa, de casa, pro trabalho e pra igreja..." lamenta. Lidiane era operadora de caixa na rede de supermercados Walmart, localizado no Politeama. A filha da vítima ainda não sabe da morte da mãe.
O CORREIO entrou em contato com a asessoria de comunicação da rede de supermercados que confirmou que Ligiane fazia parte do quadro de funcionários da unidade da Walmart.
* É integrante da 12ª turma do Correio de Futuro, orientada pela chefe de reportagem Perla Ribeiro