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Ônibus não vão circular das 4h às 8h da manhã de segunda (19) em Salvador


 

Medida é um protesto do Sindicato dos Rodoviários por conta do imbróglio envolvendo a CSN

  • Vinicius Nascimento

Publicado em 18/04/2021 às 17:12:00
Atualizado em 22/05/2023 às 18:08:57
. Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Mais um episódio da novela: o Sindicato dos Rodoviários confirmou que os ônibus não sairão das garagens de Salvador entre as 4h e 8h da próxima segunda-feira (19). A medida é um protesto contra o imbróglio criado após a Prefeitura rescindir o contrato com o Consórcio Salvador Norte (CSN) e assumir a operação de parte dos ônibus na cidade. A informação foi confirmada por Fábio Primo, presidente em exercício do Sindicato dos Rodoviários da Bahia.

Na última sexta-feira (16), a categoria havia realizado um protesto na região de Lapa. Àquela ocasião, os trabalhadores atravessaram e estacionaram ônibus na pista protestando pelos mil trabalhadores que assinaram contrato com as empresas de ônibus mas não foram aproveitados, segundo informações do Sindicato dos Rodoviários. 

Procurada, a Secretaria de Mobilidade (Semob) confirmou estar ciente da paralisação e vai montar um esquema de transporte complementar para garantir o deslocamento dos passageiros no período do protesto. Das 4h às 8h da manhã, horário previsto para a paralisação, ônibus do Subsistema de Transporte Complementar (STEC), ou amarelinhos, darão apoio atendendo os principais corredores de tráfego. Cerca de 207 ônibus amarelinhos atuarão nas linhas de maior fluxo de usuários, dos quais 53 irão atender linhas do Subúrbio, 93 atenderão linhas do Miolo e 61 estão na região da Orla. Confira as linhas no final da reportagem.

Também será dada atenção especial às proximidades das estações de transbordo, principalmente aquelas que fazem integração com outros modais de transporte.

“Nossa orientação é que os usuários que realmente precisarem sair neste horário dê preferência a outros modais de transporte, como o metrô, inclusive para evitar que os ônibus fiquem lotados neste momento delicado de pandemia”, disse o secretário de mobilidade, Fabrizzio Muller. 

O imbróglio No final de março, a Prefeitura rescindiu contrato com o CSN e assumiu de vez operação dos ônibus das linhas da Orla e Estação Mussurunga.

A decisão foi tomada após uma auditoria apontar diversas irregularidades na administração do consórcio e uma dívida de quase meio bilhão de reais. São R$ 125 milhões em recisões e processos trabalhistas, R$ 154 milhões em tributos, R$ 172 milhões em dívidas com o Município, R$ 40 milhões com fornecedores, e R$ 25 milhões com os bancos. Total R$ 516 milhões em débito. 

Além disso, foi constatado que a frota da empresa está sucateada, o que possibilita que apenas 535 ônibus sejam usados no transporte público. O contrato afirma que a concessionária teria que disponibilizar 700 veículos.

A auditoria também encontrou condições precárias de trabalho, cerca de R$ 5,1 milhões de apropriação indébita fruto do INSS dos funcionários que era recolhido na folha de pagamento, mas não era repassado para o Governo Federal, e quase R$ 20 milhão em dívida com o FGTS.

O relatório concluiu que a concessionária perdeu as condições econômicas, técnicas e operacionais necessárias para manter a prestação do serviço, e citou o pagamento de tributos de outras empresas dos sócios com recursos da CSN e o descumprimento de normas legais relativas ao pagamento de verbas trabalhistas, tributárias, administrativas e civis como exemplos de decisões equivocadase irregularidades graves que ajudaram a comprometer ainda mais a situação da concessionária. 

A Prefeitura assumiu a operação de transporte na bacia atendida pela CSN e contratou mais de 2,8 mil funcionários pelo REDA para evitar que a população fosse penalizada com a suspensão das atividades. No entanto, o Sindicato alega que muitos funcionários estão sem trabalhar. E por isso os protestos recorrentes. A gestão municipal afirmou em nota que está intermediando o acordo entre rodoviários e CSN, que ainda não foi apresentado pela empresa. 

Fabrizzio Muller disse que a Prefeitura está empregando todos os esforços possíveis para que esta situação seja resolvida o mais breve possível, tanto para que os rodoviários recebam seus direitos trabalhistas quanto para evitar que a população seja prejudicada com a paralisação das atividades.

Confira as linhas que terão atendimento pelo STEC no horário da paralisação: - Base Naval x Pituba - Base Naval x Campo Grande/Barra - Base Naval x Ribeira - Paripe x Pituba - Pirajá/RV x Pituba - Conj. Pirajá 1 x Eng. Velho da Federação - Boca da Mata x Pituba - Cajazeiras 11 x Pituba - Fazenda Grande 4 x Pituba - Brasilgás/Cabula x Pituba - Cajazeiras 11 x Barra - Nova Brasília x Barra - IAPI x Pituba - Brasilgás/Sussuarana x Barra - Lapa x Chame Chame - Lapa x Barra Avenida - Lapa x Garibaldi/Rio Vermelho/Pituba