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O fantasma do apagão: pior crise hídrica dos últimos 91 anos traz memórias de 2001


 

Especialistas discutem riscos de blecautes hoje e semelhanças e diferenças com o cenário de 20 anos atrás

  • Thais Borges

Publicado em 02/10/2021 às 05:00:00
Atualizado em 21/05/2023 às 12:17:25
. Crédito: Foto: Sora Maia/CORREIO

Quando tudo ficou escuro, veio a angústia. Mas esse não é um texto sobre sofrimento ou saúde mental na pandemia: a escuridão foi literal. Na noite do último sábado de setembro, dia 25, boa parte de Salvador ficou sem luz por alguns minutos e a ilustradora Marília Vieira, 46 anos, não consegue descrever a sensação sem a palavra ‘medo’. “Eu já estava lendo as notícias a respeito, mas ainda não tinha internado essa possibilidade - de apagão”, diz. 

Como estava fora de casa, veio o turbilhão de pensamentos.“Era medo mesmo porque demorou um pouco para a luz voltar. Já estava com o ‘modo sobrevivência’ ativado para saber como retornar para casa em segurança, como subiria a escada sem elevador, se a geladeira tinha queimado, essas coisas”, conta, com a clareza de quem ainda tem a última grande crise energética do Brasil, em 2001, forte na memória, especialmente agora que o país enfrenta uma situação considerada pior por muitos especialistas. Leia mais: Lenha para esquentar água, vela e roupa sem passar: como foi o apagão de 2001?

Juntou tudo: a lembrança do apagão de 2001, o temor que ronda o noticiário nacional há meses e o blecaute que acabara de acontecer. Na verdade, o problema não é só aqui. A China e a Europa também enfrentam crises energéticas, mas por razões diferentes. Para os chineses, é em decorrência da falta de carvão; no caso dos europeus, o preço do gás natural disparou. 

No Brasil, a crise energética não costuma vir sozinha: pelo protagonismo das hidrelétricas, a crise hídrica não só vem junto como é uma das bases de tudo. E, agora, o país enfrenta a pior dos últimos 91 anos. “Ou seja, a pior de quase um século. Isso porque 65% de nossa energia é de aproveitamento hidráulico, vem da água. E nós dependemos muito do clima, do regime de chuvas”, explica o professor Jailson Andrade, do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Energia e Ambiente. 

À primeira vista, o problema de sábado não foi mesmo causado pela crise hídrica. A Neoenergia Coelba informou que houve um desligamento da subestação Matatu que provocou a interrupção temporária do fornecimento de energia em bairros de Salvador e da Região Metropolitana. 

A subestação pertence à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que normalizou a situação às 22h58, cerca de 40 minutos após o ocorrido. A Chesf, que havia dito no início da semana que investigaria as causas para o problema na subestação de Matatu, não se pronunciou.  

Atenção Mas, para a população, um evento como esse acaba gerando apreensão. "Quando rolou o apagão de sábado, a primeira coisa que pensei foi 'f*deu'. A gente sente que, se não foi agora, pode ser a qualquer momento", diz a cozinheira e empreendedora criativa Kátia Najara.  Na hora do apagão, ela estava em casa, já deitada. De repente, não havia mais nenhum sinal de luz na região onde mora. "Tomei um baita susto. Achei que era alguma coisa muito séria, que poderia ser o início do caos". 

Essa leitura não é fora de contexto, na avaliação do engenheiro químico Luciano Hocevar, professor de planejamento energético do curso de Engenharia de Energias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). “Acho que foi uma falha pontual, mas a gente não deixa de ficar atento ou impressionado com isso, porque, no momento em que se começa a falar de apagão, acontece um apagão numa magnitude que fazia tempo que a gente não via. Nessa gestão, a gente não tem confiança nas informações”, pondera. No entanto, não seria a primeira vez que uma falha no sistema - em qualquer trecho dele - provocou queda de energia ou até mesmo um blecaute por horas. Em agosto 2013, todo o Nordeste ficou no escuro depois de um incêndio em uma fazenda no Piauí, que afetou a transmissão. O blecaute durou mais de três horas. 

Ainda assim, pode servir de aprendizado, como explica o professor Jailson Andrade, da Ufba. “Relacionar o sábado com a crise hídrica gera mais receio do que educa. O que precisamos deixar claro é que eventos desse tipo revelam o que pode vir a acontecer com frequência. Eles mostram a que situações estaremos expostos cada vez mais, se não resolvermos a crise hídrica e o abastecimento de energia”, reforça. 

Ao mesmo tempo em que as informações sobre um possível apagão ainda estão um tanto desencontradas, muitas pessoas também não compreendem como a energia chega até a casa delas. Quando cai a luz, é fácil atribuir o problema à distribuidora - que, no caso da Bahia, é a Neoenergia Coelba. 

No entanto, como explica a engenheira eletricista Antônia Cruz, professora de Engenharia Elétrica da Unifacs, existe um caminho de geração, transmissão e distribuição. A geração ocorre nos locais onde a energia é produzida, como as energias elétricas ou os parques eólicos. No caso das hidrelétricas, a Chesf é uma das que faz a transmissão e a Neoenergia Coelba é a distribuidora. "Dentro da própria estrutura, há segmentos, por exemplo, a Coelba recebe energia da transmissão e a partir daí, faz a distribuição para cada zona, cada bairro. Quando falta energia na minha casa, faço sempre a relação com a distribuidora. Mas se houve um problema no gerador, lá em (usina de) Sobradinho, vai afetar uma zona maior", explica Antônia. De volta ao passado  Durante algumas horas do dia, tudo era desligado. Aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos não ficavam nem mesmo na tomada.Banhos tinham que ser rápidos ou o chuveiro elétrico desligado permanentemente. À noite, famílias viviam à base de vela. Era a regra em todo o país: ou reduzia-se o consumo da casa em pelo menos 20% ou a energia seria cortada por três dias. 

Nas ruas, tudo ficou mais escuro. Pelo menos um terço das lâmpadas foi apagada. Essas são algumas das memórias do apagão de 2001 - a crise energética que levou a um racionamento de maio daquele ano até fevereiro de 2002. Agora, volte para 2021, exatamente duas décadas depois e imagine que faltou energia em casa. O desespero é outro. 

Você pega o celular e a primeira coisa que faz é checar se o problema é só na sua área ou afeta mais gente. Nos grupos de Whatsapp, tem mais alguém assim? No Twitter, Instagram e Facebook, já tem gente postando fotos e vídeos da cidade às escuras? Daí vem o pesadelo: a bateria do celular está acabando. Se usá-lo como lanterna, vai embora mais rápido ainda. 

A pandemia conseguiu acentuar o que já era um fenômeno sem precedentes: a dependência da energia elétrica. Lives, home office, aulas online, transações bancárias. Até os cinemas, fechados por meses, deram ainda mais força aos serviços de streaming. De repente, surge a possibilidade de que tudo isso seja interrompido com frequência em algum momento do dia. “Se ocorrer esse apagão, vai ser muito mais impactante do que foi há 20 anos”, diz o engenheiro químico Luciano Hocevar, professor do curso de Engenharia de Energias da UFRB. “A gente tem muito mais necessidade de energia elétrica do que tinha naquela época. Vimos como foi no Amapá, as pessoas desesperadas para carregar um celular. E não podemos esquecer que ainda estamos no meio da pandemia”, acrescenta, citando o blecaute que durou mais de 20 dias e atingiu 13 das 16 cidades amapaenses no ano passado. O fato é que, 20 anos depois, o tal fantasma do apagão voltou a assustar - não apenas os pontuais que vivemos ao longo desse tempo. É o apagão de 2001, quando a crise hídrica foi considerada menos grave do que agora. Em nota enviada à reportagem na última sexta-feira (1º), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que segue com as medidas técnicas e operacionais cabíveis para manter a continuidade do atendimento. 

“Mesmo considerando a sensível situação hídrica que atualmente enfrentamos, não haverá racionamento em 2021”, asseguram. No entanto, esta semana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que "não poderia garantir" que não haverá apagão, citando estudos feitos pelo governo que mostrariam que não vai faltar energia. 

Riscos  Sem garantias de que não haverá blecautes, quais são os riscos? Para o engenheiro eletricista Adeon Pinto, doutor em Engenharia Elétrica e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, a situação em 2001 era muito mais crítica. Só que as incertezas vêm justamente porque é possível chegar a esse patamar. Se as chuvas não vierem a partir deste mês e até novembro, será ainda mais preocupante."É lógico que estamos, por enquanto, em um estágio melhor, mas a gente está dependendo das  condições climáticas. A gente não está livre de um apagão", diz. Não adianta chover em qualquer lugar - a chuva deve acontecer preferencialmente no Sudeste. É lá que estão as nascentes dos rios que formam as maiores bacias, inclusive a do São Francisco, aqui do Nordeste. 

Ao mesmo tempo, a economia no início dos anos 2000 estava entrando em um ciclo de aquecimento - não é o caso agora. A performance da economia está diretamente ligada à necessidade de energia elétrica. Quanto maior o crescimento de um país, mais ele vai precisar investir em geração de energia. 

Entre 1980 e 2000, o investimento em capacidade instalada para geração de energia foi bem menor do que entre 2000 e 2020. Só que, agora, o Brasil também vive uma crise econômica. "Hoje, a gente tem uma crise que pode não levar a esse consumo de energia disponível. Eu diria que o risco (de apagão) talvez seja menor, mas depende da gestão desses recursos. A gente não tem confiabilidade das informações", diz o professor Luciano Hocevar, da UFRB. 

Matriz  Quando o apagão de 2001 estourou, o Brasil não tinha alternativas: 90% da matriz energética era de hidrelétrica. Ou seja, estava muito suscetível às mudanças climáticas. O percentual restante era principalmente de usinas termelétricas, enquanto a participação de outros tipos de energia era praticamente irrelevante. 

"Tínhamos uma dependência maior", diz a engenheira eletricista Antônia Cruz, mestra em Energia e professora da Unifacs. Existia uma lentidão para diversificar a matriz, então o governo compensou de outras formas. Houve incentivo para que as pessoas investissem em eficiência energética, como o clássico exemplo da troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes (aviso aos leitores: atualmente, as lâmpadas de LED já são consideradas mais econômicas). "Hoje você tem menos dependência, mas ainda tem as termelétricas no processo. Cadê as nossas energias renováveis? Mas pergunto: é nas crises que precisamos ter um movimento maior? Por que essas decisões não são tomadas durante o processo, já que desde 2020 já se sabia que o nível dos reservatórios estava baixo?", questiona a professora. Para Antônia, um racionamento nos moldes como o de 2001 não deve acontecer. Por outro lado, a bandeira vermelha 2, que ficará ativa até 30 de abril de 2022, já representaria um racionamento por preço, que obriga o controle. "As termelétricas são mais caras e isso é repassado aos consumidores”. 

Atualmente, 35% da capacidade instalada de geração de energia no país vem de matrizes que não são hidrelétricas. No entanto, a produção de energia por hidrelétricas não tem conseguido se manter nesses níveis. Pela falta de chuvas, a geração de energia eólica, solar e térmica atingiu níveis recordes em agosto, quando as hidrelétricas ficaram com cerca de 50% do total. Essa tendência deve continuar. Só para dar uma ideia, uma das principais represas do país, a de Furnas, registrou o pior índice para um mês de setembro nos últimos 20 anos - 14,48% no último dia 25. 

Para o professor Jailson Andrade, da Ufba e coordenador do INCT Energia e Gás, essa queda não é uma surpresa. Não aconteceu de uma hora para outra. O baixo nível dos reservatórios não pode ser dissociado das mudanças climáticas, que têm tido previsões cada vez mais sólidas quanto à devastação ambiental. 

"Se olharmos o mapa do Brasil, um dos grandes provedores de água é a Floresta Amazônica. Se você diminui a floresta, diminui a quantidade de água que vai para a atmosfera", explica. O desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2020 e julho de 2021 já é o maior dos últimos 10 anos, tendo sido 57% mais alto do que no ano anterior. 

Ao mesmo tempo, a segunda maior usina brasileira, a de Belo Monte, não tem funcionado como deveria. Na semana passada, ela operava apenas com meia turbina - tendo 18. Segundo o professor Luciano Hocevar, da UFRB, ela foi projetada para funcionar de uma forma e depois foi moldada para operar sem reservatório, apenas a fio d'água. 

"Acabaram cedo a pressões várias e acho que foi um erro. A usina custou muito caro e acaba não gerando tudo que poderia gerar", afirma. 

No entanto, a situação energética brasileira poderia estar ainda pior hoje, sem Belo Monte, como pondera o professor Adeon Pinto, da Univasf."A questão é que a gente tem um déficit. Nosso consumo aumenta todo ano. O que ela está gerando é justamente para suprir o crescimento anual". Belo Monte foi a última grande hidrelétrica inaugurada no Brasil, em 2016. Ventos da Bahia Um dos maiores investimentos na matriz energética brasileira foi da energia eólica. Hoje, ela já responde por 11% da capacidade instalada no país. Nesse contexto, a Bahia se destaca - é o estado com o maior número de parques eólicos e tem a segunda maior produção no ranking nacional, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte. 

Aqui, são 201 parques eólicos com uma potência de 5.267,8 MW. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABBEólica), 94,4% da energia consumida no subsistema Nordeste havia vindo de eólicas, em 6 de agosto de 2020. O Brasil, que era o 15º maior produtor de energia eólica em 2012, passou ao sétimo lugar no mundo, em 2019. 

De acordo com a presidente da entidade, Elbia Gannoum, esse crescimento aconteceu porque a energia eólica se tornou mais competitiva no país. Até 2009, as fontes renováveis não eram competitivas. Naquela época, a energia eólica custava seis vezes o valor da energia hidrelétrica. Já naquele ano, ela passou a custar o dobro. 

"Eu estava no governo quando fizemos o primeiro programa de energia eólica do país,  o Proinfa (de 2002). Instalamos 1,4 mil megawatts em caráter experimental e foi importante para mostrar onde estavam os potenciais eólicos, como no Nordeste", lembra ela, que trabalhou no governo federal nas administrações de Lula e FHC. 

Hoje, a eólica já é a fonte de energia mais barata do país, assim como a energia solar."Isso mostra o quanto a diversificação da matriz está ocorrendo no Brasil. Ainda somos muito dependentes, porém, essa dependência é menor, principalmente pela participação da energia eólica", acrescenta. No entanto, como o sistema de energia é interligado em todo o país, não necessariamente o que é produzido no Nordeste será consumido aqui. Além disso, assim como a energia solar não é gerada durante a noite, a eólica também é intermitente. 

"Por isso a gente precisa também ter uma energia permanente, regular. Ela não pode ser montada em qualquer lugar, pela condição do mundo e não pode ser armazenada. No momento que ela gera energia, tem que botar na rede", explica o professor Luciano Hocevar. 

Problemas interligados Se é difícil pensar em como ficaria a vida em casa em um racionamento em 2021, o mesmo ocorre com outros setores. Áreas como indústria e comércio, na verdade, são quem demanda 70% da energia - apenas 30% é residencial. 

Nas indústrias, o impacto foi relevante, segundo o gerente de estudos técnicos da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Ricardo Kawabe. "Se você corta 10, 15% do que utiliza numa indústria, seria deixar de produzir. A energia é vital na indústria porque, sem ela, as máquinas não rodam", reforça. 

No entanto, ele acredita que, mesmo que ocorra um racionamento como o de 2001 hoje, o impacto no setor seria menor. "Não foram só o governo e os operadores do sistema que aprenderam. As indústrias também. Hoje, as grandes empresas e até algumas menores são contratantes de autogeradores de energia", diz. Se houvesse a restrição, portanto, o impacto seria indireto - aconteceria através dos consumidores, assim como foi na pandemia. 

No comércio, a conta de energia já costuma ter um peso grande. De 2019 para 2020, a energia já passou de 15% para 28% do custo dos pequenos negócios, segundo uma pesquisa do Sebrae. "Em tempos de economia aquecida, eles repassam o custo para os clientes e já é complicado. Agora, com a baixa economia, transferir o custo pode ser fatal, uma vez que o nível de consumo ainda não se recuperou", diz a gestora do Sebrae Energia, Aline Lobo. 

Por isso, a recomendação do Sebrae é que os pequenos empresários também busquem saídas para aumentar a eficiência energética. "Muitas vezes, é possível diminuir o desperdício com medidas simples. Às vezes, a troca de lâmpadas ou o aumento da iluminação natural já trazem resultados significativos na conta no fim do mês", completa Aline. 

Além disso, medidas que foram tomadas em 2001 poderiam ter consequências até nos índices de criminalidade das cidades. Diferentes estudos já demonstraram que a iluminação pública costuma ser um dos principais fatores para o aumento da sensação de insegurança ou diminuição da sensação de insegurança, como aponta o professor Sandro Cabral, do Insper e da Escola de Administração da Ufba. "O que a gente pode afirmar é que, se reduzir a intensidade da iluminação em Salvador, a chance de aumentar crimes é grande. Não é só no Brasil. É um fenômeno mundial que mostra a irresponsabilidade de governos que deixam a coisa acontecer por falta de investimento e botam a culpa na estiagem, que é um processo cíclico. Você tem uma questão social e econômica da energia", argumenta. Acompanhamento Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) informou que, desde outubro de 2020, tem adotado medidas para mitigar o impacto da crise no setor elétrico. “Por meio de um acompanhamento permanente realizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), estão sendo tomadas medidas tanto para aumentar a oferta de energia quanto para reduzir o consumo”, dizem. 

O MME citou ações como o acionamento de mais termelétricas, importação de energia, entrada em operação de novos empreendimentos de geração e de transmissão, flexibilização de restrições de defluência mínima e de armazenamento mínimo em reservatórios de usinas hidrelétrica, programas de redução voluntária da demanda e do consumo e campanhas de consumo consciente de energia.

Em setembro, o órgão lançou o programa de bonificação para redução do consumo, previsto para valer até dezembro. Pelo projeto, quem reduzir o consumo em 10%, em relação à média consumida em 2020, receberá um bônus de R$ 50 para cada 100 kWh.