Maragojipe: delegado pede exumação do corpo de primeira criança morta
Exame cadavérico feito em mãe e uma das filhas não detectou substâncias tóxicas
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Tailane Muniz
tailane.muniz@correio24horas.com.br
Laudo cadavérico não constatou substâncias toxicológicas em duas vítimas, mas novas análises serão feitas (Foto: Reprodução) O laudo cadavérico preliminar dos corpos da marisqueira Adriane Ribeiro Santos, 23 anos, e de sua filha, Ruteh Santos da Conceição, 2, não encontraram substâncias toxicológicas. Adriane e Ruteh, além de Greisse, 5, morreram nas três últimas segundas-feiras - entre 30 de julho e 13 de agosto, em Maragojipe, no Recôncavo baiano. A polícia investiga a possibilidade delas terem sido envenenadas.
De acordo com a Polícia Civil, a médica do Departamento de Polícia Técnica (DPT) solicitou novos testes pois não considerou o resultado suficiente para atestar a causa das mortes. Responsável pela investigação do caso, o delegado Marcos Veloso solicitou, nesta sexta-feira (17), a exumação do corpo de Greisse, que foi a primeira a morrer e acabou sendo enterrada por "morte natural". O pedido de exumação depende de uma decisão da Justiça.
Por meio da assessoria, a Polícia Civil desmentiu, nesta sexta (17), boatos de que o marido e pai das vítimas, o pescador Jeferson Eduardo Brandão, 29, estaria internado após passar mal.
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Investigações Tia das crianças e cunhada de Adriane, a funcionária pública Ana Paula Brandão, 35, disse que a família não tinha inimigos. Segundo Ana, o irmão, Jeferson, não come desde a morte da filha mais velha.
"Quando a primeira menina morreu, eles já ficaram muito desesperados. Foi um baque para os dois. Eles [o casal] eram muito unidos, se amavam e amavam as filhas", contou ao CORREIO. Polícia solicitou exumação do corpo de filha mais velha (Foto: Reprodução) As mortes ocorreram, pontualmente, nas últimas segundas-feiras. Primeiro Greisse, depois Ruteh e, por último, Adriane. Ambas apresentaram sintomas de mal estar e, ao serem levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, vieram a óbito. O cachorro de estimação da família também morreu.
Ana Paula disse à reportagem que quando Ruteh faleceu, Adriane entrou em choque no hospital."Ela repetia: 'meu Deus, Paulinha, de novo? De novo, não! Pelo amor de Deus, o que é que está acontendo? Isso é um pesadelo'", lembrou a cunhada.A irmã de Jeferson afirmou que o pai das crianças não estava em casa quando a filha mais nova, Ruteh, foi socorrida por Adriane. Na casa da mãe, ele ficou sabendo da morte da menina e, segundo ela, entrou em desespero.
"Ele não se conforma. Não entende. E o que mais nos machuca é o fato de que algumas pessoas estão culpando ele. As mesmas pessoas que, no início, chegaram a culpar Adriane", pontuou."Eu ouvi Jeferson e ele negou qualquer envolvimento. Ele afirmou que a família se convertou recentemente à religião evangélica e que se davam muito bem", complementou Ana.O delegado comentou que não citaria os suspeitos do que pode ter sido um crime planejado. "Estamos investigando. É possível, sim, que o cachorro também tenha sido vítima de um alimento contaminado. Nós recolhemos resto de chocolate e um líquido suspeito serão periciados", completou.
Ana Paula Brandão confirmou à reportagem que ela, o irmão e outras cinco pessoas também prestaram depoimento nessa quinta-feira (15). "Meu irmão está bastante abalado e não se alimenta, só bebe líquido", concluiu.