Itaigara: mulheres pagavam 50% do valor do programa por hospedagem em mansão
Valor cobrado era de R$ 300 e algumas faziam até quatro programas por noite
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Da Redação
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As mulheres que trabalhavam na casa de prostituição no bairro do Itaigara cobravam R$ 300 por programa e davam 50% do valor para a administradora do local, uma mulher identificada como Cinthia Bueno que foi presa na noite da quarta-feira (1º) pela Polícia Civil. Segundo a delegada Simone Moutinho, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), a mulher presa já teve casas de prostituição em outros bairros nobres.
Apesar de ser uma operação da Dercca, nenhuma menor de idade foi encontrada no local, mas a investigação ainda vai continuar, acrescenta a delegada. A casa, uma mansão com vários quartos no Itaigara, tinha quartos alugados para as garotas. Às vezes, elas chegavam a fazer quatro programas por dia e do dinheiro que conseguiam tiravam a metade para pagar a hospedagem e alimentação, cobradas por Cinthia.
A grande maioria das moças vinha de bairros periféricos, precisando muito do dinheiro. Além disso, uma rede foi construída em que uma jovem aliciava a outra. Aquela que conseguia trazer outra para o esquema ganhava um bônus de R$ 50. Na casa, o tempo de permanência variava. Às vezes ficavam dias, uma semana ou até um mês no local."A garota de programa que recruta outras mulheres, geralmente de bairros periféricos. A maioria era de jovem que estava na situação por causa da situação financeira", declarou a delegada Simone Moutinho.Cinthia, que é do Ceará, divulgava as festas e rifas usando um perfil no Instagram, onde também estava um WhatsApp em que as pessoas podiam pedir mais informações. No perfil, que é privado, o Mansão Cinthia Bueno anunciava funcionamento de segunda a domingo, das 14h às 3h. O imóvel era alugado, confirmou a delegada. Não há informação do que valor Cinthia pagava por ele.
Na noite de ontem, haveria uma festa em que as garotas seriam rifadas. A rifa seguia a Loteria Federal e oferecia combos em que as mulheres eram equiparadas a bebidas. Havia rifa para um programa mais um uíque, por exemplo, ou um programa mais uma cerveja.
Quando a polícia chegou, seis garotas estavam trabalhando, além de funcionários, clientes e a gerente. Algumas das meninas estavam fazendo programa e outras conversavam com clientes.
Cinthia foi autuada em flagrante por exploração sexual de mulheres.
Operação Os investigadores encontraram mais de R$ 32 mil, € 100 e U$ 277, em dinheiro, além de folhas de cheque. Maquinetas de cartão de crédito, cadernos com anotações sobre a prática delituosa e alguns documentos, que configuraram a exploração sexual das mulheres, também foram localizados no interior da casa.
“Elas eram ‘coisificadas’ ao serem tratadas como objetos, negociadas em ‘rifa’ e niveladas a bebidas alcoólicas, além da própria exploração sexual. Encontramos seis garotas de programa no imóvel, que confessaram a atividade naquele local”, explicou a delegada.