Delegada é investigada por permitir que 'estranho' fizesse parte de operação na Pituba
Homem que não é policial participou com submetralhadora; Maria Selma está afastada
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Da Redação
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A delegada Maria Selma Pereira Lima é investigada por permitir que uma pessoa "estranha aos quadros" da Polícia Civil participasse de uma operação em uma casa de jogos de caça-níquel na Pituba, em Salvador. A decisão de instaurar um processo administrativo disciplinar para investigar o caso foi publicada no Diário Oficial, assinada pela delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Campos de Brito.
Segundo a portaria, na ocasião o estranho portava uma "arma longa, tipo submetralhadora", que tem uso restrito. A delegada já é alvo de ação penal oferecida pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e o novo fato surgiu de informações que fundamentam essa denúncia.
A operação policial aconteceu em 26 de abril de 2018, na Pituba - Maria Selma era na época titular da 16ª Delegacia, que atua na região.
O homem "estranho" que participou da ação policial é identificado pelas iniciais C.M.V.S. e possivelmente se trata de Cláudio Marco Veloso Silva. Cláudio foi denunciado junto em agosto desse ano por usurpação de cargo público, na Operação Dublê, que denunciou também a delegada e outros dois homens.
A delegada-geral destaca que, se comprovadas, essas condutas configuram infrações disciplinares previstas pela legislação e a Maria Selma pode até ser demitida do cargo, como determina a lei estadual 6.677/1994.
As infrações investigadas incluem cometer pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei; valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem; praticar ato definido como infração penal que, por sua natureza e configuração, torne-o incompatível para o exercício da função policial e utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.
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Delegada está afastada A delegada foi afastada das suas funções por 1 ano, em decisão tomada em julho pela Justiça. Ela é suspeita de envolvimento com uma quadrilha que roubava e clonava carros na Bahia. A denúncia sobre o caso foi encaminhada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em agosto. O órgão afirma que a delegada usava sua influência obtida com o cargo para facilitar crimes e garantir a impunidade para comparsas.
Por conta da denúncia, Maria Selma responde por falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa e fraude processual.
A defesa da delegada sempre negou suas participações no crime. Na época do cumrpimento de mandados de busca na casa da delegada, o advogado de Maria Selma, Sérgio Habib, classificou como “medida extrema” a decisão. Ele disse que o MP não conseguiu provar a ligação direta entre a delegada e os suspeitos e por isso insinuavam que ela teria relacionamento amoroso com um deles.