Cidades baianas preveem ocupação hoteleira de 100% no Carnaval
Mesmo sem festa, visitantes querem curtir praias e paisagens
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Da Redação
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Apesar das festas de rua do Carnaval 2022 terem sido canceladas pelo governo do estado, o turismo continuará aquecido na última semana de fevereiro. Algumas cidades, como Maraú, no Sul baiano, onde ficam as praias de Barra Grande, terão 100% de ocupação nos hotéis. Já em Salvador, ficará entre 65% e 80%.
Para o paulista e especialista em marketing Marco Bertelli, 29, o cancelamento da folia teve o efeito contrário e o incentivou a conhecer outros aspectos de Salvador. Ele representa um novo perfil de visitante para a capital no período carnavalesco, antes muito iligado às festas e agora, mais interessado nas beleza, história e cultura da cidade.
“Até deu um plus, porque consigo conhecer a cidade com mais calma e os preços não estarão tão caros. Coincidiu de ter férias no período, as passagens aéreas estarem na promoção e a hospedagem estar barata”, explica Bertelli.
Ele chegou dia 14 e fica em Salvador até o dia 28. Ficará hospedado em Piatã. Durante uma semana, também irá a Morro de São Paulo, destino indicado por amigos. “Vou realizar o sonho de conhecer o Nordeste e a Bahia, o que sempre tive vontade”, conta. As passagens de avião custaram cerca de R$ 500, ida e volta.
Em Salvador, segundo o secretário municipal de turismo Fábio Mota, a expectativa é que a taxa fique cerca de 20% maior que no carnaval passado. O secretário enfatiza o crescimento frente a 2021, por conta da retomada econômica e avanço da vacinação. “No verão passado, estávamos numa situação pior, com muitos casos de covid. Agora, temos uma ocupação razoável, com um elevado índice de vacinação e letalidade menor. Isso tem encorajado a retomar o turismo”, analisa.
Para o presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (FeTur), Silvio Pessoa, o avanço da pandemia e suspensão do carnaval são motivos que desencorajam turistas. “As pessoas virão a Salvador, mas não para o Carnaval, e sim a lazer. Além disso, a ômicron assustou todo mundo. Outro problema é o preço das passagens aéreas, que estão muito caras”, afirma.
Ele estima que, na semana do Carnaval, a ocupação fique em 80%. Já em todo o mês de fevereiro, a previsão é de 70%. “As regiões de Itapuã e Pelourinho vão ter boas ocupações, mas os hotéis executivos, que também lotam no Carnaval, vão sofrer mais”, diz Morro de São Paulo terá ocupação reduzida por cancelamento do Carnaval (Foto: Márcio Filho/MTur) Destinos de praia
Em Maraú, onde existem aproximadamente três mil leitos em pousadas, hotéis e casas de aluguel, a expectativa é de lotação máxima, igual ao ano passado. “Estamos com alta procura, algumas pousadas já estão lotadas. Com o cancelamento do carnaval, as pessoas estão buscando lugares de praia, por serem mais abertos e tranquilos em meio à pandemia”, prevê o secretário de turismo de Maraú, Leonardo Levita.
No arquipélago de Cairu, a ocupação será maior na ilha de Morro de São Paulo, oscilando entre 85% e 95%. A falta da festa afeta a quantidade de turistas, segundo o secretário de turismo da cidade, Cláudio Brito. “Aquela ocupação esperada não vai acontecer, principalmente porque aqui era muito forte o pós-carnaval, a ressaca. Já que não vai ter festa, vamos perder, principalmente, os baianos que viriam nos visitar”, estima Brito. Ao todo, são cerca de 10 mil leitos de hospedagem em Cairu. Caraíva é local mais procurado por turistas que vão a Porto Seguro (Secom/Porto Seguro) Em Porto Seguro, no Sul da Bahia, o secretário de turismo e vice-prefeito, Paulinho Toa Toa, espera que os hotéis fiquem até 90% ocupados. “Estamos surpresos porque já estamos com 70% de ocupação e acreditamos que até o carnaval devemos chegar em 80 e 90%. Se fosse em dias normais, seria 100%, mas, entendemos o momento e estamos no meio de uma pandemia, então é preciso seguir todas as regras”, conta o secretário.
A procura maior é pelo distrito de Caraíva. “Um dos destinos mais procurado que a gente está percebendo é Caraíva, por questão de mídia. Virou a queridinha, principalmente dos blogueiros do Brasil”, conta Toa Toa. O Booking, plataforma de aluguel de pousadas e hotéis, registrou uma tendência também em Trancoso, como sendo o terceiro destino mais buscado no Brasil para o período.
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Litoral Norte em alta
No Litoral Norte da Bahia, alguns resorts atingirão 100% de ocupação, de acordo com o secretário de turismo de Mata de São João, Alexandre Rossi. A média do município, onde fica Praia do Forte, será de 75% a 85%. “Mesmo no período mais crítico de covid, os hotéis mantiveram boa ocupação, como se fosse alta estação. Como o destino reúne tudo que é possível para o respeito aos protocolos e distanciamento, com praia e natureza, teremos bom movimento”, ressalta o secretário.
Apesar de não ocorrerem as festas públicas, estão autorizados eventos privados, de até 1.500 pessoas, seguindo o decreto estadual. A emissão de som nas ruas e praças também está proibida. Ao todo, são 9.609 leitos em meios de hospedagem na cidade.
No Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, a ocupação prevista para o carnaval é 70%. “Em dezembro de 2020, tivemos 60% de ocupação média e, em janeiro de 2021, chegamos a 45%. Foi um momento de agravamento da pandemia então os números caíram bastante. Já em dezembro de 2021 tivemos 80% de ocupação média e, janeiro, 75%”, conta o diretor geral, Paulo Fernandes.
Ele diz que a maioria das reservas são de turistas de São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Goiânia. As diárias variam entre R$ 900 e R$ 1.500. “Tivemos algumas ofertas variáveis conforme a ocupação, mas, com baixos descontos, por entender que o nosso posicionamento e qualidade são os grandes diferenciais e seguimos muito criteriosos em relação às medidas de saúde e segurança”, adiciona.
Em Camaçari, a procura aumentou em mais de 50%, segundo a secretária municipal de turismo, Cristiane Bacelar. “Não tivemos baixa estação com a pandemia, e sim aumento de 30% do fluxo. Muita gente transformou suas segundas residências em primeira, no qual tivemos, dessa forma, aumento populacional na nossa costa. Com o verão, a faixa de ocupação dos nossos meios de hospedagem chega a quase 100%”, conta Cristiane.
A expectativa para esse período é maior que o ano passado, por conta do avanço da vacinação, assim como pelo turismo regional. “Com o aumento da curva de contágio em países estrangeiros, Camaçari tem recebido maciçamente turistas regionais, de cidades vizinhas e estados do Brasil. Nossos turistas brasileiros são em sua maioria do Centro-Sul, como Brasília, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná”, detalha.