Base de comando do Ibama para o Nordeste é transferida para Salvador
Comando unificado é criado para coordenar ações sobre mancha de óleo
-
Da Redação
redacao@correio24horas.com.br
Em pouco mais de uma semana, a mancha de óleo percorreu cerca de 200 Km da costa baiana e atingiu oito cidades. Para poder articular as ações de limpeza e contenção dos resíduos, foi criado um Comando Unificado de Incidentes com sede no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que terá escritório transferido para Salvador.
A intenção é se organizar para tomar decisões coordenadas, evitar duplicidade de ações, gerir melhor os recursos dos entes e especificar o papel de cada órgão na ação.
O grupo é formado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Ibama, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado, Marinha do Brasil, Bahia Pesca, dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, os Institutos de Biologia e de Geociências da Universidade Federal da Bahia, e as prefeituras dos municípios afetados.
“É um trabalho conjunto, todos os responsáveis pela gestão ambiental trabalhando com sua competência e de forma coordenada numa ação emergencial”, explicou o superintendente do Ibama, Rodrigo Alves.
O trabalho conjunto visa o compartilhamento mais rápido das informações da situação em cada cidade afetada para melhor atender às necessidades de cada localidade. “Nesta sexta, equipes da Petrobras foram para Conde porque lá tem pouca estrutura. Com o comando, os municípios que têm mais estrutura cedem para os que mais precisam”, disse Alves.
O comando vai ser responsabilizado pelas ações no litoral baiano. A base do Ibama no Nordeste será deslocada para Salvador. De acordo com o órgão, a transferência do comando regional de Sergipe para a capital baiana começa neste sábado (12).
Mancha na capital
A mancha de óleo ainda não chegou em grande quantidade em Salvador, onde os primeiros indícios foram observados no fim da noite da última quinta-feira (10), em Praia do Flamengo. O superintendente do Ibama, Rodrigo Alves, aponta que nas outras localidades afetadas a difusão do óleo também ocorreu aos poucos.
“Mais ao norte, temos observado que vão chegando essas pequenas pelotas e depois o fluxo aumenta. A tendência é de que isso também aconteça em Salvador”, pontuou ele.
Na capital, a prefeitura instaurou um regime de plantão de 24 horas para observar as praias locais. São 80 agentes se revezando no trabalho. O presidente da Limpurb, Marcus Passos, disse que a retirada dos recursos é mais fácil em Salvador porque “ainda não chegou aquele volume que se tem mais ao norte”.
O Ibama aponta que é difícil rastrear o trajeto da mancha porque ela se locomove abaixo da superfície da água e não é visível com o sobrevoo. “Observamos a mancha apenas perto da costa. A gente não tem conseguido identificar o óleo”, apontou Alves. O superintendente do Ibama ainda aponta que seria mais fácil prevenir a chegada dos resíduos com o conhecimento da fonte do óleo.
Voluntariado
As praias oleadas chamam a atenção da população, que busca auxiliar a limpeza das áreas. Tanto a Prefeitura quanto o Ibama apontam que não se pode ter contato com a mancha sem equipamento de proteção individual.
O Secretário Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo, Sérgio Guanabara, ressalta que todas as equipes que trabalham na limpeza devem seguir as orientações do Ibama - voluntários ou não. “Tem que usar bota e luva para evitar contato direto da pele com o óleo e direcionar o resíduo para o local indicado pela prefeitura”, indicou o superintendente do Ibama.
Além de entrar em contato com a Limpurb, no Disque 156, ou procurar um agente de limpeza da Prefeitura na praia para ajudar a mapear os locais. A população é instruída a não tocar no óleo, usar luvas ou coletar o resíduo com pá/rastelo/palitinho de churrasco, dar preferência em usar sapato fechado durante o trabalho, não colocar grandes quantidades em sacos plásticos fechados e armazenar em recipiente aberto, de preferência balde ou tonel.
*Sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro