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Aula aberta e gratuita de ginástica rítmica mobiliza jovens em Salvador


 

Iniciativa aconteceu no Shopping Paralela, na tarde desta sexta-feira (9)

  • Larissa Almeida

Publicado em 09/08/2024 às 21:15:09
Aulão de ginástica rítmica no Shopping Paralela. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Os Jogos Olímpicos de Paris já estão chegando ao fim, mas o clima esportivo não deve abandonar Salvador tão cedo. Um claro indício disso é que, nesta sexta-feira (9), dezenas de crianças participaram de um aulão de ginástica rítmica, promovido pelo Shopping Paralela. A ação, que integra a programação olímpica do centro comercial, teve o objetivo de incentivar a prática esportiva e vai contar, até o dia 24 de agosto, com aulas de judô, taekwondo e boxe, além de bate-papos com profissionais desses esportes.

Com um tatame instalado no piso L1 do shopping, as treinadoras do Centro de Treinamento Esportivo de Modalidades Gímnicas (Cetgym) foram as primeiras pessoas a chegarem ao local. Enquanto faziam os ajustes finais no espaço, a professora Mirela Moreira, 21 anos, destacou a importância de poder exibir a ginástica em um local público.

"É de suma importância para nós porque vai ampliar muito nosso trabalho, [...] e vai levar mais crianças a conhecerem o esporte. As Olimpíadas estão aí para mostrar que não existe só o futebol e elas abriram as portas para a ginástica. Eu tinha seis alunos antes da competição, agora tenho 15. Está aumentando a quantidade de todas as turmas", comemorou.

A professora Luana Souza, 29 anos, conta que, no que depender dela, o número de alunos só aumenta. "Nós não somos só professoras e treinadoras, somos uma fábrica de sonhos. É prazeroso para nós sempre dar o nosso melhor, porque sabemos que são crianças com sonhos e que querem chegar ao ápice da carreira. Para as que vêm hoje no shopping, preparamos uma aula estratégica, dinâmica e quisemos trazer o modelo de treino que já adotamos no clube, para que assim possamos despertar o interesse em outras crianças", disse.

Por volta das 15h, os jovens chegaram na loja Conexão Campeão – espaço temático da Olimpíada 2024, montado no shopping – e logo se apressaram para se posicionarem no tatame. Enquanto começavam a fazer a primeira série de alongamentos, foram assistidas de perto pelos familiares, que não escondiam no semblante a admiração pelo movimento feito pelos menores.

Aulão de ginástica rítmica no Shopping Paralela. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A aposentada Ângela Paes, avó da pequena Amanda Pares, de oito anos, contou que uma vez na semana leva a neta para a ginástica e executa a tarefa com satisfação. "É bom demais ver o desenvolvimento delas no esporte. É um espelho para outras meninas, ainda mais em época de Olimpíada. As crianças que estão aqui olham e se espelham para serem vitoriosas como Rebeca Andrade e todas ficam entusiasmadas. Eu, particularmente, acho tudo muito bonito. É um esporte que dá uma certa responsabilidade, independência e precisa de incentivo para que continue ensinando crianças a lutarem, ganharem e perderem. Tudo isso é muito importante", ressaltou.

Jane Pinto, 48 anos, que acompanhava a filha Alice Vitória, relatou que estava no aulão para realizar o sonho da pequena em seguir os passos da irmã Maria Eduarda Pinto, que já é atleta competidora e campeã das categorias estaduais de ginástica rítmica com bola e massa. "Tem dois anos que Alice está fazendo ginástica e ela ama. Nesse período de Olimpíada, ela está indo para a escola e volta desesperada me perguntando se eu gravei as provas para ela assistir. Em casa, ela tem a Maria Eduarda como inspiração, mas ambas são fãs da Rebeca Andrade e da Bárbara Domingos. Elas sonham em chegar no nível das duas", afirmou.

As crianças matriculadas no Cetgym que têm pretensão de se tornarem atletas profissionais são submetidas a à rotina de três treinos por semana – em caso de período próximo a uma competição, a semana inteira. Apesar do esforço, elas garantem que todo o sacrifício vale a pena pelo sonho.

"Eu amo muito a ginástica. Antes, eu fazia balé, mas parei e fiquei vendo vídeos da Bárbara Domingos no celular. Falei para a minha mãe que queria fazer ginástica e ela me apoiou desde o início. Agora, meu sonho é competir internacionalmente e ir para as Olimpíadas", declarou Rafaela Santana, ginasta de 11 anos.

Aluna Rafaela Santana é instruída pela professora Luana Souza, à esquerda; Vitória dos Santos é auxiliada pela professora Mirela Moreira, à direita. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Além da aula aberta ao público, o Shopping Paralela também promoveu o bate-papo entre a ginasta campeã sul-americana e vice-campeã pan-americana Yasmin Sena e a treinadora Louise Correia. Na ocasião, ambas falaram sobre os desafios dos diferentes tipos de ginásticas e a importância de dar visibilidade a esse esporte olímpico.

"Principalmente nesse momento, onde o Brasil está em ascensão olímpica em Paris, é importante que as pessoas conheçam e entendam as ginásticas, a diferença entre elas, e que dentro da nossa cidade possam saber que existem atletas de altíssimo nível que carregam a bandeira do estado e do Brasil pelo mundo", finalizou Louise.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo