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Peixe barulhento do tamanho de uma unha é descoberto na Alemanha


 

Barulho equivale a um tiro de arma de fogo ou ao som de uma britadeira

  • Rede Nordeste, O Povo

Publicado em 29/02/2024 às 19:19:07
Apenas os machos da espécie emitem o som. Crédito: Reprodução/ Ralf Britz/ História Natural Senckenberg

Um dos menores peixes do mundo pode emitir um som tão alto quanto um tiro. A espécie mede aproximadamente a largura de uma unha humana adulta e foi descoberta por cientistas de Berlim no fim de 2023.

Com cerca de 12 mm, ele produz sons que ultrapassam 140 decibéis, segundo o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. O som equivale a um tiro de arma de fogo ou ao som de uma britadeira.

O mecanismo mais comum nos peixes para produzir som envolve vibrações da bexiga natatória – um órgão usado para controlar a flutuabilidade – impulsionadas por contrações rítmicas de músculos.

No entanto, o mecanismo de produção sonora dos pulsos gerados pelo Danionella cerebrum era um mistério. Os mecanismos relacionados à bexiga natatória da espécie não forneciam uma explicação para a origem do som.

Cientistas da Universidade Charité, em Berlim, descobriram que ele tem um sistema exclusivo de produção de som com costelas especializadas e músculos resistentes à fadiga.

Apenas os machos da espécie emitem esse som e o peixinho também possui o menor cérebro conhecido de qualquer vertebrado.

Som pode ajudar a nadar ou servir para intimidar

Os cientistas não descobriram por que os peixes emitem sons tão altos, mas acreditam que isso poderia ajudar a navegar em águas turvas ou ser uma tática agressiva usada pelos machos para alertar a competição.

Acredita-se que a espécie de 12 milímetros de comprimento é o peixe mais barulhento do seu tamanho já descoberto.

O barulho que um elefante faz com sua tromba chega a estrondosos 110 decibéis. Já as criaturas aquáticas são geralmente consideradas bastante silenciosas, mas não no caso desta espécie.

"As pessoas passavam pelos tanques de peixes e podiam ouvir esses sons, e elas se perguntavam de onde estavam vindo", conta Verity Cook, principal autora do estudo e estudante de doutorado na Universidade Charité para a BBC News.