Morre holandesa que seduzia nazistas para assassiná-los
Freddie Oversteegen faleceu em função de problemas cardíacos
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Da Redação
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Uma das heroínas da Segunda Guerra Mundial, faleceu no último dia (5), aos 92 anos, um dia antes de seu aniversário de 93 anos. A morte foi causada por problemas cardíacos. A holandesa Freddie Oversteegen era conhecida por seduzir nazistas em bares e depois assassiná-los. Ela foi a última sobrevivente da mais famosa célula de resistência feminina da Holanda. O grupo dedicou suas vidas a lutar contra nazistas e "traidores" holandeses nos arredores de Amsterdã.
Histórico
Nascida em Haarlem, perto de Amsterdã, em 6 de setembro de 1925, Oversteegen tinha apenas 14 anos quando se juntou à resistência holandesa. Criada por uma mãe comunista junto a sua irmã mais velha Truus Oversteegen, a família escondeu um grupo judeu da Lituânia no barco onde moravam.
O histórico de militância da holandesa não é nada pequeno. Com a ajuda da irmã e de sua amiga Hannie Schaft, Freddie já explodiu pontes e ferrovias com dinamite, resgatou crianças judias de campos de concentração e até mesmo executava soldados e oficiais nazistas com uma arma de fogo que escondia na cesta de sua bicicleta.
No entanto, a ação mais famosa do trio era a abordagem que elas faziam aos nazistas em bares. Elas flertavam com os soldados e uma vez que eram seduzidos, recebiam o convite para dar um passeio na floresta. A própria Freddie já disse em entrevistas que durante os passeios os soldados eram "liquidados".
"Tínhamos que fazer isso", disse ela em uma entrevista à Vice. "Era um mal necessário, matar aqueles que traíram as pessoas boas." Quando perguntada sobre quantas pessoas ela matou ou ajudou a matar, ela hesitou: "Não se deve perguntar a um soldado nada disso".
Sua irmã Truus também sobreviveu à guerra, tornou-se artista e mais tarde escreveu um livro sobre as memórias dos anos de resistência. No entanto, a amiga das Oversteegen foi capturada por nazistas enquanto estudava direito e executada, algumas semanas antes do fim da Segunda Guerra.
Após o conflito, Schaft se tornou mundialmente famosa e até ganhou um longa-metragem holandês intitulado "A garota com o cabelo vermelho". A produção conta toda a trajetória da garota que foi (re)enterrada com honras na presença da rainha Wilhelmina e do príncipe Bernhard da Holanda, enquanto mais de 15 cidades os Países Baixos têm a rua nomeada em homenagem à jovem.