Menino de 6 anos morre dormindo após bater cabeça na escola: 'Nunca mais acordou'
Criança passou o dia com a família e foi para aniversário antes de ir dormir e não acordar mais
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Carol Neves
caroline.neve@redebahia.com.br
Um garoto de seis anos morreu horas depois de cair e bater a cabeça na escola, em uma pequena cidade da Inglaterra. Muhammed Yasseen Uddin sofreu o acidente, mas o colégio não considerou o fato uma emergência. A escola ligou para a mãe do garoto e informou que ele tinha um galo na cabeça, mas estava bem. O menino voltou para casa e continuou o dia normalmente.
O pai Simriel Uddin, 41, diz que a família celebrou o aniversário da irmã do menino. À noite, Yaseen vomitou, mas os pais acreditaram que era por conta do remédio que tomou. Ele dormiu profundamente a noite toda, mas de manhã não acordou. Levado às pressas para o hospital, foi declarado morto. A família aguarda resultados da perícia.
Os pais estão arrecadando dinheiro para construir uma mesquita em homenagem ao menino no Paquistão, terra natal da família. "Quero construir uma mesquita ou um lugar de lembrança para ele. Ele era muito enérgico e tinha muitos amigos — era uma criança linda e amorosa. Tínhamos comprado ingressos para ir ver o novo filme do Sonic juntos. Não poderemos mais ir agora", lamentou Simriel, que trabalha com construção em Birmingham, em entrevista ao The Mirror.
O episódio aconteceu em 10 de dezembro. O pai relembra os últimos momentos. "A escola disse à minha esposa que não era uma emergência. Então, ela terminou sua consulta e fomos buscá-lo algumas horas depois. Ele estava sentado na recepção com uma bolsa de gelo. Demos a ele um pouco de remédio em casa. No caminho de volta, Yaseen disse que gostaria de algumas uvas e batatas fritas. Em casa, ele assistiu TV normalmente e, às 19h, comemoramos o aniversário de sua irmã. Já fazia cerca de oito horas desde o acidente", conta.
Os pais ainda tentaram dar mais medicamento à criança. "Às 21h30, ele disse que estava com fome de novo, então demos algo para ele e tentamos dar mais remédio às 22h. Ele cuspiu o remédio porque não conseguia engolir e depois vomitou, mas pensei que tinha a ver com o remédio. Durante a noite toda, ele dormiu no nosso quarto profundamente, e o examinei às 3h", relembra.
No dia seguinte, o pai saiu para trabalhar e por volta das 9h recebeu uma ligação da escola para perguntar como Yaseen estava. Menos de duas horas depois, a esposa ligou para falar com ele, em meio a gritos e choro. Yaseen voltou correndo para casa, mas o filho já não estava, tendo sido socorrido às pressas para um hospital próximo. O coração do menino já havia parado e os médicos não conseguiram salvá-lo.
Agora, o pai se apega às boas lembranças. "Temos uma comunidade muito solidária. Ele tocou realmente a vida de muitos amigos e dos pais deles — ele era uma criança linda. Ele foi ao Paquistão duas vezes e gostou muito. Então, queremos construí-lo lá para ajudar as comunidades", diz.
"Embora alguns de vocês já possam estar cientes disso, é meu triste dever garantir que todos estejam cientes das trágicas notícias de que um de nossos alunos, Mohammed Yaseen Uddin, uma criança maravilhosa e muito amada do Ano 2, faleceu ontem. Isso foi um choque enorme e sabemos que será extremamente perturbador para muitos em nossa comunidade escolar. Yaseen era um aluno incrivelmente prestativo, gentil e atencioso que trazia um sorriso ao rosto de todos que o encontravam. Somos muito gratos por ele ter feito parte de nossa comunidade e estamos muito orgulhosos de tudo o que ele conquistou, assim como sua família. Ele era um garoto que gostava muito de vir à escola e era um membro integral de nossa comunidade escolar", diz comunicado da diretora da Marlborough Primary School Razia Ali.
A orientação para casos de pancada na cabeça é observar se a criança teve perda de consciência, sonolência excessiva, irritabilidade anormal, apatia, confusão, vômitos, dor de cabeça intensa, sangramento na região, rosto, ouvido ou nariz ou dificuldade para falar ou se movimentar. Caso algo do tipo seja percebido, deve-se buscar a emergência.