Israel e Hezbollah trocam ataques e aumentam risco de guerra regional
O Hezbollah disparou uma onda de drones e centenas de foguetes
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Estadão
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Israel e a milícia xiita Hezbollah trocaram neste domingo, 25 seus ataques mais intensos desde que a guerra na Faixa de Gaza começou em outubro. Aviões israelenses bombardearam locais no sul do Líbano. O Hezbollah disparou uma onda de drones e centenas de foguetes através da fronteira em uma escalada perigosa, mas contida na região.
Israel disse ter feito um movimento preventivo contra milhares de sistemas de foguetes e mísseis do Hezbollah que estavam prontos para participar de um grande ataque a alvos israelenses neste domingo.
A milícia xiita, por sua vez, disse que suas ações ocorreram conforme o planejado e tiveram como alvo apenas instalações militares israelenses.
Segundo Israel, muitos lançadores de foguetes do grupo estavam programados para ser disparados às 5h locais (23h de Brasília) na direção de Tel-Aviv.
Dois membros do Hezbollah foram mortos, de acordo com o grupo, com um combatente do Movimento Amal. De acordo com o ministério da Saúde do Líbano, duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas nos ataques no sul do país. Enquanto isso, Israel reportou a morte de um soldado da Marinha.
No meio da manhã local (madrugada do Brasil), o confronto terminou.
Ataque frustrado
O Hezbollah nega que Israel tenha prejudicado os seus planos neste domingo. A milícia xiita afirmou que disparou 320 foguetes e um grande número de drones contra bases e posições militares israelenses em retaliação ao assassinato de Fuad Shukr, um oficial do Hezbollah morto em um bombardeio de Israel no final de julho.
O grupo afirmou que os disparos atingiram todos os seus alvos, sem dizer quantos. Antes, o Hezbollah havia listado 11 bases e posições israelenses no norte do país e nas Colinas do Golan como alvos.
O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, disse que as rajadas de foguetes tinham como objetivo sobrecarregar os sistemas de defesa aérea de Israel para que os drones pudessem "passar". Mas autoridades israelenses disseram que a maioria dos mais de 150 projéteis foi interceptada por sistemas de defesa aérea. O Hamas, que trava uma guerra com Israel na Faixa de Guerra, elogiou o movimento do grupo.
"O Hezbollah tentou atacar o Estado de Israel com foguetes e drones. Instruímos as Forças de Defesa de Israel a realizar um ataque poderoso e preventivo para eliminar a ameaça", se pronunciou o premiê israelense Binyamin Netanyahu no domingo, enquanto reunia seu gabinete em Tel-Aviv. "Repito, esse não é o fim da história", continuou.
Temor de guerra ampliada
O Hezbollah lançou bombardeios em 8 de outubro, um dia após o ataque do Hamas a Israel, e tem trocado disparos com os militares israelenses quase todos os dias desde então.
As tensões se intensificaram após o assassinato de Fuad Shuk, que o grupo prometeu vingar. Israel disse que Shukr foi fundamental em dezenas de ações nos últimos meses, incluindo uma explosão de foguete em um campo de futebol que matou 12 crianças no mês passado em uma vila drusa nas Colinas do Golan. O Hezbollah negou responsabilidade.
O Irã também ameaçou retaliação contra Israel após o assassinato em julho do líder político do Hamas Ismail Haniyeh, que participava da posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian em Teerã.
Os ataques ocorreram no momento em que negociações foram retomadas no Egito visando um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na guerra da Faixa de Gaza. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.