Dicionário da Universidade de Oxford elege a Palavra do Ano; saiba qual é
Termo aumentou a frequência de uso em 230% entre 2023 e 2024
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Tharsila Prates
tharsila.prates@redebahia.com.br
A exposição exagerada aos conteúdos digitais teve mais uma consequência no mundo atual, desta vez na área da linguagem. Nessa segunda-feira (2), a Oxford University Press, que edita o famoso dicionário Oxford English, elegeu "brain rot" (ou podridão cerebral, em português) como a Palavra do Ano em 2024.
A expressão significa uma "suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de material (agora particularmente conteúdo online) considerado trivial ou incontestável. Também é algo caracterizado como passível de levar a tal deterioração", descreve a Oxford.
Cerca de 37 mil pessoas votaram na lista dos finalistas que tinha palavras como "dynamic pricing" (preço dinâmico), "lore" (tradição), "demure" (recatado), "romantasy" (romantismo) e "slop" (desleixo). Segundo a Oxford, especialistas da editora notaram que “podridão cerebral” ganhou destaque este ano como um termo utilizado para captar preocupações sobre o impacto do consumo de quantidades excessivas de conteúdo online de baixa qualidade, especialmente nas redes sociais. O termo aumentou a frequência de uso em 230% entre 2023 e 2024.
O primeiro uso de “podridão cerebral” foi registrado em 1854 no livro "Walden", de Henry David Thoreau, mas assumiu um novo significado como expressão na era digital. A obra narra experiências de viver um estilo de vida simples no mundo natural. Como parte de suas conclusões, Thoreau critica a tendência da sociedade de desvalorizar ideias complexas, ou aquelas que podem ser interpretadas de múltiplas maneiras, em favor de ideias simples, e vê isso como um indicativo de um declínio geral no esforço mental e intelectual: “Enquanto a Inglaterra se esforça para curar a podridão da batata, não haverá nenhum esforço para curar a podridão cerebral – que prevalece de forma muito mais ampla e fatal?”, questiona.