Visitas guiadas, discussões e palestras marcam reabertura do Arquivo Público Municipal
Equipamento em Salvador possui acervo com mais de 4 milhões de documentos desde o século XVI
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Tharsila Prates
tharsila.prates@redebahia.com.br
O Arquivo Público de Salvador já está de portas abertas ao público novamente, com um acervo de mais de 4 milhões de documentos que datam do século XVI até os dias atuais. Para celebrar a reabertura, uma série de atividades está sendo realizada no prédio, que fica no bairro do Comércio, e se estenderá até esta sexta-feira (13).
Os interessados poderão participar de visitas guiadas, discussões e palestras. Quem precisa acessar um dos acervos mais raros e antigos da América Latina poderá agendar visitas a partir da próxima segunda-feira (16), por meio do e-mail arquivopublico@salvador.ba.gov.br ou pelo telefone (71) 3202-7690. O equipamento funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.
Simone Costa, turismóloga e coordenadora do Núcleo de Ações Turísticas do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-Salvador), destacou o esforço coletivo e o trabalho de muitas pessoas para preservar o acervo histórico da cidade. “É muito emocionante estar aqui. Passa um filme nas nossas cabeças e também nas de outras pessoas que foram extremamente importantes para que pudéssemos recuperar esse acervo e colocá-lo neste lugar onde ele está hoje. Se conseguimos desenvolver e executar este projeto, foi porque tivemos anjos e guardiões dessa memória”, afirmou na reabertura oficial, que ocorreu nessa quarta-feira (11).
Preciosidades
O Arquivo reúne uma vasta coleção de documentos textuais, audiovisuais, iconográficos e cartográficos. Durante o processo de restauração, a Secretaria Municipal de Cultura explicou que novas técnicas foram desenvolvidas para lidar com os papéis do acervo, que apresentavam características diferentes de qualquer outro material já manuseado pelos profissionais.
Entre as preciosidades do acervo, destacam-se uma cópia da certidão de batismo de Catarina Paraguaçu, datada de 1528, provisões reais de 1624 e as atas da Câmara Municipal de Salvador, reconhecidas como patrimônio da Memória do Mundo pela Unesco. O acervo também abriga mais de 90 mil imagens e arquivos audiovisuais que retratam a história da capital baiana, suas personalidades, festas populares e diversos outros temas.
O subsecretário de Cultura e Turismo (Secult), Walter Pinto Júnior, ressaltou não apenas a importância da restauração do acervo, mas também a requalificação do prédio que o abriga. Localizado entre a Baía de Todos-os-Santos e o Elevador Lacerda, o imóvel possui nove andares e, segundo a prefeitura, conta agora com um sistema de combate a incêndio semelhante ao do Vaticano, que não utiliza água nem elementos químicos. Walter também mencionou a realização de futuros concursos públicos para ampliar a equipe de profissionais do Arquivo.
“Não se trata de um equipamento simples, mas de um espaço complexo, que deve atender em sua máxima potência à população, pesquisadores, intelectuais e estudantes, além de formar público para utilizá-lo. Este equipamento precisa ser amplamente acessado pela população, caso contrário, perde o sentido”, pontuou.