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Trupe da Segurança: campanha promove cidadania e prevenção de acidentes no metrô


 

A Campanha 'Embarque Consciente' segue até o dia 27 de novembro

  • Vitor Rocha

Salvador
Publicado em 12/11/2024 às 20:21:50
Saída do trem na Estação Acesso Norte. Crédito: Marina Silva/CORREIO

“Entre os passageiros, há um desrespeito muito grande na entrada e saída do metrô”. A indignação de Marcos Vinícius de Azevedo e tantos outros usuários do sistema metroviário Salvador-Lauro de Freitas foi o que motivou a CCR Metrô Bahia a realizar a campanha ‘Embarque Consciente’, com o objetivo de prevenir e conscientizar os passageiros do serviço de transporte sobre acidentes nas escadas rolantes e fixas das estações. A iniciativa, que teve início nesta terça-feira (12), promove esquetes teatrais com dois atores caracterizados como a “Trupe da Segurança”.

Na Estação Acesso Norte, local por onde passam cerca de 45 mil passageiros diariamente, os artistas Marília Gabriela da Silva e Alê Risutti, caracterizados com perucas, macacões e maquiagens coloridas por tons de amarelo, vermelho e verde, se apresentaram em frente às escadas rolantes e fixas na saída do trem. Com uma abordagem descontraída, a trupe utilizou uma caixa de som com um microfone, em que os passageiros podiam ouvir uma paródia da música Ziguiriguidum, de Filhos de Jorge, enquanto os artistas davam orientações de segurança e interagiam com o público. “Se ligou, ande com atenção. Se ligou, segure no corrimão. Cuidado na escada rolante”, dizia um trecho da canção.

Marília Gabriela da Silva. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Marília explicou que o visual descontraído faz parte da estratégia da campanha para chamar a atenção das pessoas que estão utilizando o serviço de transporte, e auxilia na mensagem de prevenção da iniciativa: “A parte principal é a informação, o figurino é apenas um complemento. Dependendo da abordagem, algumas pessoas ficam mais receosas, então a gente traz esse humor para fortalecer a mensagem”, declarou.

Supervisora de Estações e Terminais da CCR Metrô Bahia, Luciana Passos explicou que a campanha vem por conta de uma percepção da companhia de que os passageiros não respeitam as normas de segurança, incluindo não segurar no corrimão, não manter a esquerda livre para a passagem e mexer no celular enquanto andam pelas escadas. Apesar da existência dos problemas, ela afirmou que a empresa realiza diversas orientações durante o dia a dia. “Nossos clientes são orientados através de alertas sonoros e luminosos nas estações. Também temos orientações no tapete da saída do metrô, em que os clientes são incentivados a esperar as pessoas saírem do transporte antes de embarcar. Além disso, nós temos avisos sonoros no trem para que o cliente não acesse enquanto os portões estiverem fechando”, explicou.

A apresentação tem o objetivo de reduzir um problema que é causado pela maior parte dos usuários do trem, como apontou Domingas Reis. A doméstica de 48 anos, moradora do bairro de Pau da Lima, disse que utiliza o metrô diariamente e tem como problema cotidiano as filas cheias na hora da saída. “É difícil manter a organização porque todo mundo quer passar na frente do outro. Todos saem apressados, parece que o pessoal tem urgência de viver. É uma questão de educação”, opinou.

Morador do Imbuí, Alvino Cruz, 30, utiliza o sistema metroviário para ir ao Gbarbosa do Shopping Bela Vista, onde trabalha. Para ele, o comportamento independe da pressa dos usuários em chegar ao destino final. “É uma questão muito grave, porque tem a orientação de deixar a esquerda livre, mas as pessoas não respeitam. Mesmo as pessoas que não tem pressa e estão sem compromissos desrespeitam as normas e acabam correndo, o que aumenta o risco de acidentes”, declarou.

Para aqueles que têm problemas ou condições físicas especiais, a subida na escada rolante pode se tornar um desafio. É o caso da doméstica Vera Sanches, de 51 anos, que já se machucou por conta da superlotação nas escadas. “Me prensaram na escada rolante e eu quase torci a perna. Tenho uma perna doente. Desde então, eu espero que todo mundo saia para não passar por isso. As pessoas não respeitam nem idosos e crianças na saída”, contou.

Apesar da confusão partir dos clientes, também existe uma falta de fiscalização por parte da companhia, segundo Marcos Vinícius de Azevedo. O jovem de 21 anos relatou que existem orientações dentro da estação, mas falta um efetivo maior de fiscais guiando as pessoas nos locais de embarque e desembarque. “É uma questão de conscientização, mas também de fiscalização da CCR Metrô. Nos horários de pico, deveriam colocar mais trens para circular e mais fiscais orientando a gente. De vez em quando tem, já presenciei um guarda da companhia orientando as pessoas, mas deveria ter mais”, esclareceu.

Sob orientação da subeditora Carol Neves